Falta habitação. O número de casas ilegais está a aumentar na Área Metropolitana de Lisboa, em terrenos privados, sem quaisquer condições. Falta água canalizada, eletricidade e saneamento básico.
Os concelhos de Almada e Loures são os mais afectados.Mas há mais.
Mesmo com trabalho, o salário não dá para pagar as rendas. A alimentação é de oitavo mundo. Saúde? Falta dela. Educação? Nenhuma. Justiça? Para os amigos toda, para os pobres a lei.
A Câmara de Loures chega ao desplante de enganar os pobres trabalhadores. Com o anúncio da demolição das barracas entregam folhas A4 com anúncios de empresas que arrendam casas. Tudo falso. Ou o número é falso, ou quando do outro lado alguém atende e percebe que quem quer uma casa é imigrante desligam o telefone.
O cenário repete-se em Almada.
A pessoa trabalha, faz descontos, mas não consegue garantir um prato de alimentação. Que país é este?
E os transportes públicos? Caixas de sardinha sem o mínimo de respeito pelo ser humano.
Um país à medida e forma de um Montenegro, como foi o de tantos outros elitistas que se governaram só pensando na vida deles.
Não há aqui nem uma sucessão de acidentes, incidentes avulsos, casos ou casinhas, com ou sem Espinhos. Há um método.
O de destruir tudo o que Abril nos deu.