quarta-feira, janeiro 22, 2025

Ponto de vista

Nas crónicas anteriores falámos sobre o que, na nossa opinião, vai determinar muito das nossas vidas em 2025, quer no plano internacional como no nacional. É altura de falarmos sobre assuntos que se prendem com o concelho da Guarda. Deixemos de lado as candidaturas às eleições à autarquia por se tratarem de percepções e pouco ou nada de concreto. Também não nos apetece falar de poisos e galhos para papagaios e macacos tão em voga nesta democracia representativa que como disse o escritor e jornalista uruguaio Eduardo Galeno apenas e tão-só imitam os ecos das vozes alheias! Cada papagaio e macaco procura o galho que os párias lhes distribuem. Hoje uns, ontem outros sempre em consonância com a representatividade no governo, assim se contentam os sequiosos animais. Vamos deixá-los poisar que o tempo é de ganância e opulência, até ver. No início deste novo ano, 2025, o actual presidente da Câmara da Guarda dava uma entrevista a um semanário regional. Nessa entrevista o presidente da câmara em vez de fazer um balanço, como se impunha, do que o executivo camarário fez e principalmente do que não fez como prometeu, decidiu mais uma vez fazer demagogia e alimentar ilusões e fazer crer aos incautos cidadãos que 2025 é que vai ser. Pois vai ser, ano de eleições, todos sabemos! E, como tal, o presidente da câmara decidiu enveredar por começar o ano com o anúncio, mais um, do seu programa eleitoral. Os portugueses estão cansados de saber como tudo isto acontece em Portugal. Sentido crítico da actividade desenvolvida ou por desenvolver é coisa que raramente se faz. Prefere-se o anúncio de medidas, a maioria delas requentadas ou a marinar em lume brando. O habitual no país. Por que teríamos de ser diferentes cá pelo burgo? E lá vêm os chavões e frases feitas para criar parangonas e pior mentir descaradamente aos munícipes. Anuncia-se, mais uma vez, um ano de transformação e progresso para o Concelho da Guarda! Mas que transformação e que progresso? Mais e mais obras e iniciativas que visam transformar positivamente a cidade da Guarda e as freguesias, como diz o presidente da câmara? Sublinhando que este será um compromisso com o futuro, com foco em áreas essenciais como a habitação, mobilidade, economia, educação e desporto, pilares fundamentais para a qualidade de vida dos Guardenses e para o desenvolvimento do território. Será? Mas revisitemos o programa eleitoral do Movimento pela Guarda, apoiante da candidatura do actual presidente da câmara às eleições à autarquia em 2021. Dizia-se no tal manifesto que a Guarda iria ter um Porto Seco, que a PLIE iria duplicar a sua área, o mesmo sucedendo com o Parque Industrial da Guarda, da Arrifana e de Vale de Estrela. Iriam ser criadas áreas de localização industrial em 11 Freguesias e criar um parque tecnológico. Onde ficaram tais iniciativas? Como sempre num qualquer papel molhado. Se estes projectos nunca viram a luz do dia eles, sim, importantes para o tal desenvolvimento do concelho se verificar que dizer das anunciadas obras a nível desportivo, como, por exemplo, construção de uma cidade desportiva no Parque Urbano do Rio Diz? Só se a tal cidade dizia respeito ao campo de nabos que por lá nasceu aquando de uma chuvada. A dita aposta ganha reduzida a um campo de nabos, nada mau! E a construção de vários pavilhões desportivos na cidade e nas freguesias? E a construção de dois campos de futebol com relva sintética nas freguesias? E que dizer da prometida Instalação do centro nacional de formação desportiva com cluster das tecnologias do desporto, e da rede municipal de ecovias e da rede urbana de bicicletas elétricas? Nada feito! Só promessas! Mas há mais e muito mais! Na área do ambiente tudo por fazer. Onde está o plano para a despoluição das linhas de água, rios e ribeiras do concelho? A poluição é mais que muita! Requalificar os lagos do Parque Urbano do Rio Diz? Que requalificação? Mortandade de peixes? Lagos imundos com todo o tipo de materiais a conspurcarem-nos? E onde ficou o parque biológico na quinta da maunça? Bem sei criaram no Parque Urbano do Rio Diz o parque dos cães e cadelas. E a plantação de um milhão de árvores no concelho? Muitas das que foram plantadas, bem longe do milhão, morreram à nascença por falta de cuidado! E que dizer das promessas rodoviárias? Reabilitação do eixo central da Guarda, reabilitação das entradas da cidade? Lembrar que a rotunda do acesso à cidade pela A25 esteve durante largo tempo em completo estado de abandono e com péssimo aspecto dando um sinal de completo desleixo dos equipamentos a quem nos visitava. E a célebre construção da avenida dos 5 efes com ligação à Senhora dos Remédios e Bairro da Luz? Tudo adiado para as calendas gregas ou obras de santa Engrácia! E a revisão do Plano Director Municipal prometida para um prazo máximo de seis meses após a tomada de posse? Agora com a célebre “Lei dos Solos” talvez não faça sentido a sua revisão. Pois o transformar terrenos rurais em urbanos vai determinar muitos ganhos a certa gentalha! Já quanto ao gabinete de reabilitação urbana tivemos compras imobiliárias em barda e sempre em benefício dos apoiantes e amigalhaços. Reabilitar o centro histórico, mobiliário urbano, estacionamento, iluminação cénica, projecto de reabilitação da Praça Velha e rua 31 de janeiro foram só promessas. E que dizer do projecto do parque urbano do Cabroeiro? E a pedovia/ciclovia que em menos de um ano já tem graves problemas de segurança? E o parque urbano na encosta abaixo do Teatro Municipal com espaço para a feira quinzenal? E a remodelação da encosta norte da cidade com a criação de uma mata municipal? Seria uma excelente forma de plantar grande parte do milhão de árvores prometidas. E que dizer da requalificação das antigas piscinas municipais e de todo o espaço envolvente? E onde ficou a sala de estudo com horário alargado das 8h até às 24h? E a redução das taxas e tachinhas? Por hoje ficamos por estas promessas não cumpridas. Em próxima crónica prometemos falar do restante.

Até lá tenham uma excelente semana.