sexta-feira, agosto 02, 2024

Portugal é o país da União Europeia com regras de atualização das pensões menos favoráveis para os pensionistas.

A situação das reformas deve continuar a merecer a nossa atenção.

A actual situação para milhares de aposentados é insustentável.

Só um exemplo elucidativo e que por extensão pode e deve ser extrapolado para outros valores.

Um aposentado com uma pensão de 1 000 euros perdeu, em média, 756 euros por ano em poder de compra, devido ao mecanismo de atualização das prestações e aos congelamentos praticados entre 2011 e 2015, no governo Passos Coelho/Portas!

Mas o escárnio à vida dos aposentados não se ficou por aqui.

Houve há mais.

Nos 14 anos analisados, entre 2008 e 2022, o impacto negativo acumulado ascendeu a 10 581 euros, dizem e escrevem os peritos, para um pensionista com um valor inicial de pensão de 1 000 euros, em 2007.

Um descalabro total!

Mas tal descalabro atingiu igualmente reformas mais baixas. Por exemplo, uma pensão inicial de 500 euros, “a acumulação de perdas ao longo do período 2008-2022, atinge 720 euros!

Brutalidade!

Mas também outras pensões, como, por exemplo, de uma pensão, atribuída em 2007, de 3 000 euros, o impacto negativo total foi de 45 138 euros.

Uma barbaridade!

Por outro lado, e é bom desfazer aldrabices, o "método" da aplicação do mecanismo de atualização anual não tem resultado nem possibilitado a manutenção do poder aquisitivo das pensões.

Deixem de mentir aos aposentados!

O pensionista com uma pensão de 1 000 euros, em 2007, deveria ter atingido os 1 294,5 euros, em 2023, a fim de manter o seu poder de compra. Como o valor médio neste ano foi de 1 163,6 euros, perdeu 130,9 euros em poder de compra a preços correntes, ou seja, 11 %, relativamente ao valor real da sua pensão.

Perceberam as aldrabices?

A fórmula de atualização das pensões da Segurança Social, relativas aos trabalhadores do privado, e da Caixa Geral de Aposentações, que paga as prestações dos funcionários públicos, está prevista na lei desde 2007 e nunca foi alterada.

É manifestamente uma fórmula de prejudicar os aposentados e fazer com que anualmente as pensões percam poder de compra.

A canalha sabe-a toda!

Ligar tal fórmula ao crescimento real do PIB e a variação média dos últimos 12 meses do Índice de Preços junto do Consumidor, sem incluir a habitação, é um processo macabro de retirar dinheiros aos pensionistas.

Para além de defendermos balizas nos limites mínimos e máximos das pensões, defendemos igualmente a indexação do valor das pensões à evolução dos salários, o que permite manter a posição relativa dos pensionistas na distribuição do rendimento face à população ativa.

Portugal está entre os países da União Europeia com regras de atualização das pensões menos favoráveis para os pensionistas.

Nada a espantar!

Continuem com o discurso cretino da sustentabilidade da SS já que é de todo o vosso digníssimo interesse!

O medo o que quer é criar medo!

Já estímulos fiscais para a criação de planos complementares de pensões individuais e empresariais, NUNCA!

Frontalmente contra.

A Segurança Social é um processo desenvolvido na Europa, após o fim da II Guerra Mundial, e tem na sua génese a solidariedade social.

Perceberam ou querem um desenho?