Todos os que estão na Administração Pública sabem muitíssimo bem como funcionam as chamadas Avaliações em Exercício.
Umas folhas entregues ao funcionário onde foram definidos os objectivos a atingir para que exista uma classificação que possibilitará ou não a progressão na carreira.
Sabendo-se antecipadamente que tal progressão só se irá realizar no período de tempo definido se as chefias e principalmente as célebres quotas o permitirem.
E aqui chegados, entra em linha de conta o célebre factor da bajulação, compadrio e demais serviços que lambuzam as chefias e que permeiam com uns míseros euros tais subserviências.
Assim, «os olhos e ouvidos do reino», os submissos, pisam colegas e sobem na carreira de uma forma escabrosa e revoltante.
Objetivos mal definidos, sempre no intuito de serem inatingíveis definidos por chefias do aparelho que impõem a célebre lei da selva: ou se está com os chefes ou se é contra. E se é contra sofre as penalizações habituais de quem não se conforma com esta mafiosa forma de premiar os incapazes e incompetentes e que são a imagem dos próprios donos da pocilga.
Esta é a Administração Pública na sua mais vil e peçonhenta forma de actuar perante os funcionários.
E quem avalia os inquisidores?
Ninguém. Impunes e cobertos pelos poderes centrais trepam na parreira bebendo o vinho do paraíso e saciando a sua covarde avidez de serem os donos da pocilga.
Vem tudo a propósito de algumas promoções e principalmente bónus, atribuídos a certos agentes do aparelho. Ficou-se a saber que o CEO da TAP tem um contrato assinado com a empresa que prevê um bónus à gestora da companhia aérea que pode chegar aos três milhões de euros, caso cumpra os objetivos do plano de reestruturação.
Só que os governantes ter-se-ão esquecido de levar o contrato e o respectivo bónus à Assembleia Geral da TAP para serem aprovados, logo, para alguns comentadores o bónus e as cláusulas do contrato seriam inválidas.
No entretanto, o confidente mor de um Sócrates, um tal Galamba, elevado à categoria de ministro por Costa, já veio dizer que Portugal é uma pessoa de bem e vai cumprir com bónus à CEO da TAP.
Pessoa de bem, senhor Galamba? Tenha tino na língua. Galamba como é óbvio não falava para os portugueses, falava isso sim para os investidores estrangeiros dando-lhes tranquilidade.
Quem pode falar em cumprimento de um contrato lesivo dos interesses dos portugueses?
Com Medina e Nuno Santos a conhecerem o contrato e os bónus quer ao CEO como aos restantes administradores da TAP? De facto tudo isto são trapalhadas e embustes lesivos dos interesses dos portugueses. É que não são apenas os três milhões à CEO são todas as indemnizações pagas aos administradores quer por terem saído ou terem sido demitidos.
Lembrar que a tão falada reestruturação teve a chancela dos burocratas de Bruxelas.
Desde a década de 90 os papagaios dos governantes andam a falar de reestruturação da TAP. E com nenhum resultado. Esta última exigiu uma doação de 3,2 mil milhões de euros por parte dos contribuintes. Valor que já foi dado como perdido. Não há retorno da verba que os governantes obrigaram os contribuintes a dar à TAP.
E que dizer das representações teatrais na Assembleia da República? Sucedem-se a um ritmo alucinante. Pedem-se Comissões de Inquérito para se fingir que alguma coisa está a ser feita. Quando é que uma Comissão de Inquérito produziu algum resultado? Nunca. Servem apenas para dar tempo de antena a certos protagonistas que com frases de salão, punhos de renda lá vão enganado totós. Só ilusionismo e contorcionismo. Um circo completo e perfeito. Não faltarão as já célebres frases do «não me lembro», «não sei» ou «não disse nada»!
O habitual nestas comissões de inquérito. Um conjunto de nabos e de saloios armados ao pingarelho.
Tenham uma boa semana.