Logo
a seguir ao 25 de Abril de 74, surgiram as greves nos vários sectores. Era a
manifestação de um povo trabalhador contra as condições de trabalho, pela
melhoria salarial e nalguns casos por muitos patrões (era assim que se chamavam
aos empresários) abandonarem as empresas e fugirem com o capital para parte
incerta, deixando os trabalhadores numa situação difícil. O que obrigou a que
no chamado PREC (Processo Revolucionário em Curso) terem existido algumas
(poucas) empresas em auto gestão uma experiência mal sucedida dados os constrangimentos
económicos e financeiros colocados às estruturas empresariais.
Mas,
logo aí, começaram a surgir, como cogumelos, os chamados fura-greves que para
além de estabelecerem a confusão com os piquetes de greve, com recurso à força,
à intimidação usavam, muitas vezes, a conversa da treta do desemprego, junto
dos trabalhadores menos esclarecidos, para os persuadirem de não fazerem greve.
Todo
este movimento do contra culminou com a célebre querela da unidade e da
unicidade, do surgimento de sindicatos feitos com os vários poderes e,
culminando na constituição da UGT.
Logo,
quando ouço que surgiu uma manifestação contra uma greve, neste caso dos pilotos
da TAP, para quem já atravessou o antes do 25 de Abril, o PREC, o 25 de
Novembro e a era neoliberal dos vários governos do arco do poder, nada, mas
mesmo nada, me espanta.
No
entanto, gostaria de saber o que fizeram os manifestantes do contra, quando
ano-após-ano a empresa tem vindo a acumular prejuízos, em cima de prejuízos,
que atingem já o valor de mais de 800 milhões de euros sem que o principal
accionista – O ESTADO PORTUGUÊS – representado pelos sucessivos criminosos
governos não ligou NADA!
Já
se percebeu que calaram!
Assim
como calou a máfia governamental que «trabalhou» para a falência da empresa, para
que hoje se venda ao desbarato a um qualquer chinês que por aí apareça!
Mas
isso não lhes interessa discutir.
Se
houvesse uma Assembleia da República, um Presidente da República, uma Procuradoria-Geral
da República ou um qualquer tribunal que avalia-se os dolos que os governos
provocaram na empresa, com um objectivo ÚNICO: VENDEREM. Então aí estaríamos de
facto, e por facto, num regime de verdadeira democracia, onde os sucessivos
governos deveriam ser acusados de conduta danosa e gravosa.
Como
não há…
No entanto, vou ficar atento a alguns desenvolvimentos interessantes que venham acontecer
É que há um cheiro a ácido no ar...