segunda-feira, agosto 05, 2019
Poesia matemática
Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar
constituir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
frequentador de círculos concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade.
Era o triângulo,
tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade
como aliás em qualquer
sociedade.
sexta-feira, agosto 02, 2019
Homenagem ao Zeca
A propósito do Zeca Afonso lembrei-me de uma crónica do Manuel António Pina.
« Vampiros e eunucos
Há 24 anos, feitos ontem, morreu José Afonso. Entretanto, vindos "em
bandos, com pés de veludo", os vampiros foram progressivamente ocupando
todos os lugares de esperança inaugurados em 1974, e hoje (basta olhar
em volta) os "mordomos do universo todo/ senhores à força, mandadores
sem lei", enchem de novo "as tulhas, bebem vinho novo" e "dançam a ronda
no pinhal do rei", tendo, em tempos
afrontosamente desiguais, ganho inaceitável literalidade o refrão "eles
comem tudo, eles comem tudo/ eles comem tudo e não deixam nada".
« Vampiros e eunucos
Há 24 anos, feitos ontem, morreu José Afonso. Entretanto, vindos "em
bandos, com pés de veludo", os vampiros foram progressivamente ocupando
todos os lugares de esperança inaugurados em 1974, e hoje (basta olhar
em volta) os "mordomos do universo todo/ senhores à força, mandadores
sem lei", enchem de novo "as tulhas, bebem vinho novo" e "dançam a ronda
no pinhal do rei", tendo, em tempos
afrontosamente desiguais, ganho inaceitável literalidade o refrão "eles
comem tudo, eles comem tudo/ eles comem tudo e não deixam nada".
Talvez, mais do que legisladores, artistas como José Afonso sejam,
convocando Pound, "antenas de raça". Ou talvez apenas olhem com olhos
mais transparentes e mais fundos. Ou então talvez a sua voz coincida com
a voz colectiva por transportar alguma espécie singular de verdade.
Pois, completando Novalis, também o mais verdadeiro é necessariamente
mais poético.
O certo é que a "fauna hipernutrida" de "parasitas
do sangue alheio" que José Afonso entreviu na sociedade portuguesa de há
mais de meio século está aí de novo, nem sequer com diferentes vestes;
se é que alguma vez os seus vultos deixaram de estar "pousa[dos] nos
prédios, pousa[dos] nas calçadas". E, com ela, o cortejo venal dos
"eunucos" que "em vénias malabares à luz do dia/ lambuzam da saliva os
maiorais".
Lembrar hoje José Afonso pode ser, mais do que um ritual melancólico, um gesto de fidelidade e inconformismo.»
(Jornal de Notícias, 24.02.2011)
Obrigado a Manuel António Pina.
O povo português, estou ciente disso, nunca esquecerá o Zeca.
Zeca não é património de ninguém.
É de todo um povo em luta!
Sempre!
convocando Pound, "antenas de raça". Ou talvez apenas olhem com olhos
mais transparentes e mais fundos. Ou então talvez a sua voz coincida com
a voz colectiva por transportar alguma espécie singular de verdade.
Pois, completando Novalis, também o mais verdadeiro é necessariamente
mais poético.
O certo é que a "fauna hipernutrida" de "parasitas
do sangue alheio" que José Afonso entreviu na sociedade portuguesa de há
mais de meio século está aí de novo, nem sequer com diferentes vestes;
se é que alguma vez os seus vultos deixaram de estar "pousa[dos] nos
prédios, pousa[dos] nas calçadas". E, com ela, o cortejo venal dos
"eunucos" que "em vénias malabares à luz do dia/ lambuzam da saliva os
maiorais".
Lembrar hoje José Afonso pode ser, mais do que um ritual melancólico, um gesto de fidelidade e inconformismo.»
(Jornal de Notícias, 24.02.2011)
Obrigado a Manuel António Pina.
O povo português, estou ciente disso, nunca esquecerá o Zeca.
Zeca não é património de ninguém.
É de todo um povo em luta!
Sempre!
Homenagem
O Zeca faria hoje 90 anos.
Mas como disse Camões, o Zeca é dos poucos que por obras valorosas, se vão da lei da morte libertando.
Nunca o esqueceremos quer queira, ou não, o «papão»!
Mas como disse Camões, o Zeca é dos poucos que por obras valorosas, se vão da lei da morte libertando.
Nunca o esqueceremos quer queira, ou não, o «papão»!
terça-feira, julho 30, 2019
A água (um poema de Bocage)
"A Água"
Meus senhores eu sou a água
que lava a cara, que lava os olhos
que lava a rata e os entrefolhos
que lava a nabiça e os agriões
que lava a piça e os colhões
que lava as damas e o que está vago
pois lava as mamas e por onde cago.
Meus senhores aqui está a água
que rega a salsa e o rabanete
que lava a língua a quem faz minete
que lava o chibo mesmo da raspa
tira o cheiro a bacalhau rasca
que bebe o homem, que bebe o cão
que lava a cona e o berbigão.
Meus senhores aqui está a água
que lava os olhos e os grelinhos
que lava a cona e os paninhos
que lava o sangue das grandes lutas
que lava sérias e lava putas
apaga o lume e o borralho
e que lava as guelras ao caralho
Meus senhores aqui está a água
que rega rosas e manjericos
que lava o bidé, que lava penicos
tira mau cheiro das algibeiras
dá de beber ás fressureiras
lava a tromba a qualquer fantoche e
lava a boca depois de um broche.
sábado, julho 13, 2019
A hipocrisia
Um jornal, que pariu o orador «oficial» do 10 de Junho de 2019, a mando
de um Marcelo, permitiu que uma professora universitária publicasse um
artigo nojento.
Diz o director do pasquim que ninguém leu o artigo antes de ser publicado...
Quem acredita?
O que não esperavam é que a sociedade, nomeadamente as redes sociais, se revoltassem contra o texto próprio de adolescente mimado, nado e criado em subsidio dependência crónica e que é professora....
A direita, que não é burra mas parasitária logo veio desmarcar-se das opiniões da Bonifácia...
Uma certa esquerda, na mesma onde hipócrita, logo veio aproveitar para surfar e tirar proveito do estado do mar...
Só que, quer uns quer outros pertencem às mesmas narinas, uns da direita outros da esquerda e expelem o mesmo muco sujo.
Racismo é uma discriminação social. E, como tal, existe desde logo em todas as raças, da orientação religiosa, da etnia, da orientação sexual etc...
Como discriminação social a segregação começa, desde logo, pelas desigualdades sociais, pela desigualdade do acesso à educação, formação, da desigualdade no acesso à saúde, à justiça, à cultura, aos empregos, às remunerações dos mesmos, no fundo a tudo que é social.
Aí sim deve-se falar de exclusão social.
A reacção dos políticos não se fez esperar, condenação do texto e desmarcando-se do mesmo.
Qual a razão?
É o falhanço em toda a linha das políticas sociais e culturais da casta governativa que não sabe, por incompetência mas também por não querer perder o lugar ao sol dos poderes e do coça a pança que tem possibilitado que sejam sempre os mesmo a ocuparem os lugares de topo da hierarquia da pirâmide social e cuja dinastia se perpetua ao longo dos anos.
Filho de explorado é para ser sempre explorado, sejam brancos, negros, ciganos e o quer que sejam!
Como lembrava a Raquel Varela a segregação, a exclusão social começa desde logo na escolha da escola, na constituição das turmas, nos cursos propostos aos alunos ditos difíceis - normalmente os mais excluídos - com o empurrar dos mesmos para cursos profissionais, para os psicólogos onde a rotulagem se faz num ápice, nas avaliações onde os filhos da casta são sempre beneficiados. Depois é o facilitismo que impera para enganar tudo e todos. Chegar às universidades é coisa rara para os filhos dos pobres. aqui assumida como no global.
Quotas? Mas que quotas?
Trabalhem isso sim para dar aos excluídos da sociedade as condições para terem uma vida melhor, desde logo na remuneração do trabalho, na habitação, na saúde, na educação, na cultura e todos os outros domínios do social e teremos o fim da segregação.
Estará disponível a seita covarde, que se lambuza e finge estar contra o texto da professora, trabalhar para a justiça social?
Desenganem-se!
Não está. Os privilégios são difíceis de perder.
Melhor falar de pança cheia sobre os pobrezinhos e infelizes.... deles será o reino dos céus.
Hipócritas!
Diz o director do pasquim que ninguém leu o artigo antes de ser publicado...
Quem acredita?
O que não esperavam é que a sociedade, nomeadamente as redes sociais, se revoltassem contra o texto próprio de adolescente mimado, nado e criado em subsidio dependência crónica e que é professora....
A direita, que não é burra mas parasitária logo veio desmarcar-se das opiniões da Bonifácia...
Uma certa esquerda, na mesma onde hipócrita, logo veio aproveitar para surfar e tirar proveito do estado do mar...
Só que, quer uns quer outros pertencem às mesmas narinas, uns da direita outros da esquerda e expelem o mesmo muco sujo.
Racismo é uma discriminação social. E, como tal, existe desde logo em todas as raças, da orientação religiosa, da etnia, da orientação sexual etc...
Como discriminação social a segregação começa, desde logo, pelas desigualdades sociais, pela desigualdade do acesso à educação, formação, da desigualdade no acesso à saúde, à justiça, à cultura, aos empregos, às remunerações dos mesmos, no fundo a tudo que é social.
Aí sim deve-se falar de exclusão social.
A reacção dos políticos não se fez esperar, condenação do texto e desmarcando-se do mesmo.
Qual a razão?
É o falhanço em toda a linha das políticas sociais e culturais da casta governativa que não sabe, por incompetência mas também por não querer perder o lugar ao sol dos poderes e do coça a pança que tem possibilitado que sejam sempre os mesmo a ocuparem os lugares de topo da hierarquia da pirâmide social e cuja dinastia se perpetua ao longo dos anos.
Filho de explorado é para ser sempre explorado, sejam brancos, negros, ciganos e o quer que sejam!
Como lembrava a Raquel Varela a segregação, a exclusão social começa desde logo na escolha da escola, na constituição das turmas, nos cursos propostos aos alunos ditos difíceis - normalmente os mais excluídos - com o empurrar dos mesmos para cursos profissionais, para os psicólogos onde a rotulagem se faz num ápice, nas avaliações onde os filhos da casta são sempre beneficiados. Depois é o facilitismo que impera para enganar tudo e todos. Chegar às universidades é coisa rara para os filhos dos pobres. aqui assumida como no global.
Quotas? Mas que quotas?
Trabalhem isso sim para dar aos excluídos da sociedade as condições para terem uma vida melhor, desde logo na remuneração do trabalho, na habitação, na saúde, na educação, na cultura e todos os outros domínios do social e teremos o fim da segregação.
Estará disponível a seita covarde, que se lambuza e finge estar contra o texto da professora, trabalhar para a justiça social?
Desenganem-se!
Não está. Os privilégios são difíceis de perder.
Melhor falar de pança cheia sobre os pobrezinhos e infelizes.... deles será o reino dos céus.
Hipócritas!
sábado, julho 06, 2019
Gosta de se ouvir....
Um Santana ao colo....
Alguma comunicação social gosta de ser burro de carga!
Já o foi, por exemplo, com o Berardo, com certa esquerda caviar, com tantos e tantos pés de barro mas insiste...
Agora é o Santana!
Um Santana e o «seu» partido que apenas vale 1,86%, 61.753 votos votos! É ver certa comunicação social andar a cheirar tudo o que o Santana faz e diz.
Há 40 anos que diz andar por aí, a viver de avenças e sinecuras várias, a dizer tudo e o seu contrário, reformado aos 62 anos de idade enquanto discute nas televisões o aumento da idade da reforma para os outros por causa da "sustentabilidade da Segurança Social", e que as eleições até podem ser no dia de Natal.
Nojo!
Memória fraca
Cavaco diz que nunca teve amizade com Ricardo Salgado. Nem com Duarte Lima.
Nem com Oliveira Costa.
Nem com Dias Loureiro.
Nem com Álvaro Amaro. Nem com Miguel Macedo.
Nem com Fernando Fantasia.
Nem com Teófilo Carapeto Dias.
Nem com Arlindo de Carvalho.
E outros que tais....
Os lapsos de memória do Cavaco já são recorrentes!
Só sabe repetir, até à exaustão, que ainda está para nascer alguém mais sério do que ele...
quarta-feira, junho 26, 2019
Tenho nojo dos senhores do mundo
Ainda ontem vinha à nossa lembrança a criança curda que morreu afogada no Mediterrâneo...
Hoje novo afogamento!
Salvadorenho e a filha de quase dois anos morrem ao tentar atravessar o rio Bravo para chegar aos Estados Unidos.
Que mundo é este?
Hoje novo afogamento!
Salvadorenho e a filha de quase dois anos morrem ao tentar atravessar o rio Bravo para chegar aos Estados Unidos.
Que mundo é este?
Abéculas
Na Guarda...
Se no tempo de outros executivos camarários as principais artérias rodoviárias da cidade estivessem cortadas ao trânsito tanto tempo, para tudo e nada, já há muito que teria caído o Carmo e o .... Valente!
Agora, tudo se cala!
Se no tempo de outros executivos camarários as principais artérias rodoviárias da cidade estivessem cortadas ao trânsito tanto tempo, para tudo e nada, já há muito que teria caído o Carmo e o .... Valente!
Agora, tudo se cala!
Expliquem-se
PJ quis deter Álvaro Amaro, mas Ministério Público não deixou!
A ser verdade é MUITO GRAVE! Apure-se a verdade e divulguem-na a BEM DA NAÇÃO! A tal Nação consequência de uma democracia representativa!segunda-feira, junho 24, 2019
sexta-feira, junho 21, 2019
Revisão da matéria não dada
Licença sabática para obter o diploma do 9.º e 12.º anos?
Mas há necessidade?
Ou são ainda resquícios das Novas Oportunidades do Sócrates?
Só falta o substituto do «Cagalhães»!
Mas há necessidade?
Ou são ainda resquícios das Novas Oportunidades do Sócrates?
Só falta o substituto do «Cagalhães»!
O primeiro dia do resto das nossas vidas
O PS propõe que os funcionários públicos tenham tolerância no primeiro dia de aulas, para acompanharem os filhos às escolas.
O PSD, para não fica atrás, propõe duas horas de tolerância para todos os funcionários, públicos e privados!
Eu proponho feriado nacional no primeiro dia de aulas!
Mais uma medida acéfala que o «selfie» já pôs o anel!
Nunca precisei que os meus pais fossem comigo aos primeiros dias de aulas, nem eu nem os meus colegas.
Também não precisei que os meus pais fossem comigo matricular-me na Universidade.
Deixem-se de considerarem os vossos filhos como imbecis.
Fake news
Dizem que o Trump cancelou o ataque ao Irão por se tratar de uma
resposta "desproporcional" ao abate de um drone, com a morte de 150
pessoas!
Alguém acredita?
Fake news, obviamente!
O Irão não será o Iraque!
A preciosidade do tempo, 10 minutos antes do ataque, deixa-me a pensar....
E o comércio EUA - IRÃO?
As exportações dos EUA para o IRÃO já supera os 375 milhões de euros.
As exportações do IRÃO para os EUA não chega aos 60 milhões de euros!
Percebido?
Alguém acredita?
Fake news, obviamente!
O Irão não será o Iraque!
A preciosidade do tempo, 10 minutos antes do ataque, deixa-me a pensar....
E o comércio EUA - IRÃO?
As exportações dos EUA para o IRÃO já supera os 375 milhões de euros.
As exportações do IRÃO para os EUA não chega aos 60 milhões de euros!
Percebido?
O Engraxanço e o Culambismo Português
Noto com desagrado que se tem desenvolvido muito em Portugal uma modalidade desportiva que julgara ter caído em desuso depois da revolução de Abril. Situa-se na área da ginástica corporal e envolve complexos exercícios contorcionistas em que cada jogador procura, por todos os meios ao seu alcance, correr e prostrar-se de forma a lamber o cu de um jogador mais poderoso do que ele.
Este cu pode ser o cu de um superior hierárquico, de um ministro, de um agente da polícia ou de um artista. O objectivo do jogo é identificá-los, lambê-los e recolher os respectivos prémios. Os prémios podem ser em dinheiro, em promoção profissional ou em permuta. À medida que vai lambendo os cus, vai ascendendo ou descendendo na hierarquia.
Antes do 25 de Abril esta modalidade era mais rudimentar. Era praticada por amadores, muitos em idade escolar, e conhecida prosaicamente como «engraxanço». Os chefes de repartição engraxavam os chefes de serviço, os alunos engraxavam os professores,os jornalistas engraxavam os ministros, as donas de casa engraxavam os médicos da caixa, etc... Mesmo assim, eram raros os portugueses com feitio para passar graxa. Havia poucos engraxadores. Diga-se porém, em abono da verdade, que os poucos que havia engraxavam imenso.
Nesse tempo, «engraxar» era uma actividade socialmente menosprezada. O menino que engraxasse a professora tinha de enfrentar depois o escárnio da turma. O colunista que tecesse um grande elogio ao Presidente do Conselho era ostracizado pelos colegas.Ninguém gostava de um engraxador.
Hoje tudo isso mudou. O engraxanço evoluiu ao ponto de tornar-se
irreconhecível. Foi-se subindo na escala de subserviência, dos sapatos
até ao cu. O engraxador foi promovido a lambe-botas e o lambe-botas a
lambe-cu. Não é preciso realçar a diferença, em termos de subordinação
hierárquica e flexibilidade de movimentos, entre engraxar uns sapatos e
lamber um cu. Para fazer face à crescente popularidade do desporto,
importaram-se dos Estados Unidos, campeão do mundo na modalidade, as
regras e os estatutos da American Federation of Ass-licking and
Brown-nosing.Os praticantes portugueses puderam assim esquecer os tempos
amadores do engraxanço e aperfeiçoarem-se no desenvolvimento
profissional do Culambismo.
(...) Tudo isto teria graça se os culambistas portugueses fossem tão mal tratados e sucedidos como os engraxadores de outrora. O pior é que a nossa sociedade não só aceita o culambismo como forma prática de subir na vida, como começa a exigi-lo como habilitação profissional. O culambismo compensa. Sobreviver sem um mínimo de conhecimentos de culambismo é hoje tão difícil como vencer na vida sem saber falar inglês.
Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'
PS: É mesmo para ti covarde que tanto metes a língua nas botas cardadas como nos tomates do superior ou na pevide da dona.
Que ta faça bom proveito!
(...) Tudo isto teria graça se os culambistas portugueses fossem tão mal tratados e sucedidos como os engraxadores de outrora. O pior é que a nossa sociedade não só aceita o culambismo como forma prática de subir na vida, como começa a exigi-lo como habilitação profissional. O culambismo compensa. Sobreviver sem um mínimo de conhecimentos de culambismo é hoje tão difícil como vencer na vida sem saber falar inglês.
Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'
PS: É mesmo para ti covarde que tanto metes a língua nas botas cardadas como nos tomates do superior ou na pevide da dona.
Que ta faça bom proveito!
Viva a folia
Os poderes instalados na câmara da Guarda foram, ao longo dos últimos anos, macacos de imitação..
Desde as touradas que nunca tiveram qualquer história na cidade mas que uns quantos acharam que sim, até à importação das marchas tudo se faz para agradar ao populacho!
Corra o vinho, cerveja pelas gargantas que se sirvam os porcos no espeto e a má gestão da coisa pública será esquecida.
O frontispício do antigo Hotel Turismo até parece exportado para Marrocos. As tendas bem tentam tapar a degradação a que chegou o edifício do Hotel. Tapam os tapumes mas deixam visíveis as mensagens cretinas da empresa do «amigo» Manuel Rodrigues Gouveia. Insultos à inteligência dos que amam a Guarda e nem precisam de a terem no coração. Amam-na, coisa bem diferente!
Mas o Hotel a tudo resiste.
Para esconder ainda mais a degradação do Hotel, para turista impressionar, colocou-se uma bancada amovível de fazer inveja a muito campo de futebol dos regionais.
Tudo preparado para a folia.... mais uma!
Será que houve fundo?
O tempo o dirá, não tenham ilusões.
Continuem a vender ilusões que um dia pagarão tudo!
Desde as touradas que nunca tiveram qualquer história na cidade mas que uns quantos acharam que sim, até à importação das marchas tudo se faz para agradar ao populacho!
Corra o vinho, cerveja pelas gargantas que se sirvam os porcos no espeto e a má gestão da coisa pública será esquecida.
O frontispício do antigo Hotel Turismo até parece exportado para Marrocos. As tendas bem tentam tapar a degradação a que chegou o edifício do Hotel. Tapam os tapumes mas deixam visíveis as mensagens cretinas da empresa do «amigo» Manuel Rodrigues Gouveia. Insultos à inteligência dos que amam a Guarda e nem precisam de a terem no coração. Amam-na, coisa bem diferente!
Mas o Hotel a tudo resiste.
Para esconder ainda mais a degradação do Hotel, para turista impressionar, colocou-se uma bancada amovível de fazer inveja a muito campo de futebol dos regionais.
Tudo preparado para a folia.... mais uma!
Será que houve fundo?
O tempo o dirá, não tenham ilusões.
Continuem a vender ilusões que um dia pagarão tudo!
A forma, a substância, o cheiro e a cor
As consequências dos resultados eleitorais
para o Parlamento Europeu, em Portugal, ainda estão na ordem do dia. Discutem-se,
em primeiro lugar, pelo lado mais fácil e mais apetecível para comentadores e
analistas de tudo e de coisa nenhuma, nos quais, vocês, leitores, até poderão
querer incluir-me. Mas discutem-se, em segundo lugar, e aí sim, com mais
substrato, na própria agenda política, com o habitual passa culpas entre a
crise da direita ou da esquerda ou do regime como um todo.
Dando de barato que os comentadores e
analistas vão sempre a reboque dos acontecimentos, limitando-se a um papel
reativo, importa refletir na outra vertente do problema, aquela que nos dê
esperança de mudarmos este estado de coisas.
A principal grande confusão que se
estabelece quando se pensa em tudo isto é entre os conceitos de “regime” e
“democracia”. É como confundir-se a estrada com a beira da estrada. O regime é
aquilo que é. Pode ser mais ou menos democrático, mais ou menos corrupto, pode
ser uma democratura, uma partidocracia, uma vígarocracia, eu sei lá. Até pode
ser ditatorial. O regime é a forma que a coisa assume, e por isso cada um gosta
do seu. Há-os para todos os gostos, mesmo que alguns nunca assumam aquele que
gostariam de ver por aí.
A democracia é uma coisa completamente
diferente. É como o ar que respiramos. Não tem cor, não tem cheiro, não tem
forma, não se vê. Ou pelo menos não deve. Mas está lá e sem ele ninguém vive. Do
mesmo modo, é a democracia, a sua quantidade, mas sobretudo a sua qualidade,
que define o regime. A democracia ou a falta dela é a substância de qualquer
regime, é ela ou a sua menor ou maior ausência quem lhe define a forma.
A democracia que temos, a representativa,
assente nos partidos, está podre. E é aí que está o principal problema, porque
ela deveria assentar, também, ou sobretudo, na cidadania. Sem cidadania não há
verdadeira democracia. E sem democracia verdadeira o regime torna-se naquilo
que vemos. Uma espécie de farsa, uma ópera bufa pendurada em formalismos e
encenações que nos empurram para um círculo vicioso de afastamento e alienação.
O que dizem de tudo isto as elites
pensantes e parasitárias? Preferem falar de regime! Preferem falar de crises da
direita, ou da não-crise da extrema-direita, ou mesmo da crise do regime como
um todo. Ou de qualquer outra coisa. Mas daquilo que não falam, e se puderem nem
deixam falar, é da essência da democracia, da cidadania, daquilo que está na
base de qualquer regime e nos tiraria da crise. E por quê?
Porque a cidadania vive de conceitos de
quem as elites são inimigas. Vive da transparência dos atos públicos, da
eficácia e da rapidez da Justiça, da ausência de corrupção, enfim, de todo um
universo de valores que, a existirem e predominarem, lhes acabariam com a
existência. As elites, para sobreviverem num mundo muito mais perfeito e justo
do que aquele que temos, teriam de ser excelentes. Teriam de ter qualidades
raras e quase divinas, uma espécie de bondade patriótica produtiva e
performadora de uma sociedade muito mais justa e feliz, qualidades que
justificassem que as aceitássemos.
Ora, as elites que temos são as que
conhecemos. Tentar reformá-las, é como querer ir a pé à lua. Eliminá-las,
exigiria um nível de violência para o qual não temos coragem. Adaptarmo-nos e
convivermos com elas, é a via do menor esforço. Por isso, vai ser sempre assim.
Vamos continuar a discutir a natureza do regime até as circunstâncias, aquilo a
que chamamos História, fazer qualquer coisa. Depois, as ondas de choque
esbater-se-ão e teremos outro regime qualquer. Com mais ou menos democracia.
Espera-se que com mais cidadania. Mas, olhando para o estado a que chegámos,
temo que já não seja no meu tempo. É que se alguns têm medo da mudança, eu
tenho é mesmo medo que isto nunca mude…
(Crónica jornal O Interior - 19 de Junho 2019)
quarta-feira, junho 19, 2019
O algodão não engana
Hoje a comunicação social dá grande ênfase a um estudo da OCDE sobre os professores.
Convém recordar que a OCDE tem interesses económicos e financeiros que patrocinam os seus estudos.
Os estudos sérios sobre educação leiam-nos via UNESCO!
Convém recordar que a OCDE tem interesses económicos e financeiros que patrocinam os seus estudos.
Os estudos sérios sobre educação leiam-nos via UNESCO!
Ponto de vista
A semana que findou trouxe, de novo, a Guarda para a ribalta das notícias nacionais. E, mais uma vez, pelas piores razões. Falo dos processos em que são arguidos Álvaro Amaro, dois vereadores e duas funcionárias camarárias.
Já muito se disse sobre a corrupção em Portugal. Recordo-me, assim de passagem, de casos como o do fax de Macau, do Fundo Social Europeu, das faturas falsas, do Taguspark, dos submarinos, do saco azul de Felgueiras, do caso da mala, do Freeport, do BPN, do Face Oculta, da Operação Marquês, dos vistos Gold, do BES, do Apito Dourado, do E-Toupeira, envolvendo suspeitas de crimes como corrupção, peculato, tráfico de influências, falsificação de documentos, fraude fiscal, branqueamento de capitais, abuso de poder e prevaricação. O facto de estes casos se repetirem diz muito sobre o sucesso da sociedade na luta contra a corrupção.
A verdade é que 64% dos portugueses se mostram tolerantes com a corrupção, desde que esta lhes traga benefícios ou à população em geral. Esta forma de pensar explica que a abstenção em actos eleitorais aumente quando não há benesses a distribuir. Tudo isto revela a falta de cidadania e de ética na maioria dos portugueses. Não conseguem valorizar a qualidade da democracia e perceber que um emprego dado a um incompetente prejudica a eficiência do serviço público e prejudica-os a eles próprios. Não percebem que a corrupção prejudica a concorrência económica e, por conseguinte, os consumidores, ou seja, novamente eles próprios. Lesa o património público, compromete a vida das atuais e das futuras gerações, aumenta a desigualdade social, reduz o investimento estrangeiro, aumenta os custos de financiamento público, aumenta o défice, denigre a democracia, destrói a confiança dos cidadãos nas instituições, corrói os sistemas político e judicial e a administração pública.
A justiça enfrenta vários e sérios constrangimentos que beneficiam a manutenção do estado a que isto chegou. Desde logo, a escassez de recursos, a ausência de resultados, a ausência de especialização, a burocratização da investigação criminal, a concentração de poderes judiciais no que concerne aos altos cargos, o desprestígio dos tribunais de primeira instância, a falta de sistematização da informação e a excessiva dependência da denúncia. O resultado é a inconsequência da justiça, à custa de alçapões que são o refúgio de corruptores e corruptos.
Olhemos para os exemplos dos países que estão no top da anticorrupção – Nova Zelândia e Dinamarca. Há uma administração pública altamente transparente, com mecanismos burocráticos otimizados e absolutamente focada na eficiência dos serviços que presta. Foram criados instrumentos legais que permitem separar claramente a administração da política. Além disso, o princípio da economicidade é chão comum às políticas públicas: os recursos públicos são objetivamente tratados como escassos e, na sua aplicação, o contribuinte é visto como um normal cliente a quem deve ser conferido um tratamento com um elevado grau de exigência. Evita-se a criação de grandes clivagens salariais nas carreiras públicas, além de implementar e monitorizar o modelo de ascensão na carreira dos funcionários públicos através de uma política objetivamente meritocrática. Mas todas estas medidas só fazem sentido se existir uma população crítica, exigente, educada para a responsabilidade e que se reveja nas atitudes dos seus políticos. Os exemplos de seriedade e de isenção devem existir por parte dos governantes, sejam eles de qualquer forma de poder. O ditado popular diz tudo sobre a corrupção. Quem faz um ladrão ser político é o seu voto!
Entre nós, ainda estamos na fase em que o cabeça de lista ao Parlamento Europeu por parte do PSD afirma que não vê motivos para que Álvaro Amaro não tome posse como eurodeputado depois das Europeias do mês passado. Quem não percebeu, que perceba!
Um bom dia e uma boa semana para todos.
(Crónica na Rádio F - 17 de Junho de 2019)
segunda-feira, junho 03, 2019
A corrupção
Novo presidente da Câmara de Santo Tirso é arguido noutro processo!
Chamem a senhora da limpeza! Essa não está implicada em processo algum!
A corrupção ao nível autárquico é incomensurável.
Desde ajustes directos até a empresas que invariavelmente estão sempre a serem beneficiados em muitas empreitadas.
Chamem a senhora da limpeza! Essa não está implicada em processo algum!
A corrupção ao nível autárquico é incomensurável.
Desde ajustes directos até a empresas que invariavelmente estão sempre a serem beneficiados em muitas empreitadas.
O reinado da podridão
Enquanto uma monarquia podre e parasita bebe chá, janta e passeia-se com
o Trump o povo manifesta-se nas ruas contra a presença de tal figurante
em território britânico.
Bem esteve o Mayor de Londres ao acusar Trump como a face mais terrível e medonha de uma extrema direita em crescendo pelo mundo.
Felizmente ainda há políticos que se recusam a vergar-se perante um Trump!
Bem esteve o Mayor de Londres ao acusar Trump como a face mais terrível e medonha de uma extrema direita em crescendo pelo mundo.
Felizmente ainda há políticos que se recusam a vergar-se perante um Trump!
sexta-feira, maio 24, 2019
Troca tintas
O SIRESP não anda nem desanda...
Isto depois de Costa ter anunciado que o acordo estava por horas....
Isto há dez dias, e....NADA!
Clara Ferreira Alves, distinta jornalista do jornal dito de «referência», da propriedade do n.º 1 do PSD, e incondicional apoiante do Costa, conhecedora, como ninguém, do carácter do primeiro-ministro, questionou o acordo das esquerdas considerando que toda a gente sabe que o secretário geral do PS é um «troca tintas»!
Percebe-se!
Isto depois de Costa ter anunciado que o acordo estava por horas....
Isto há dez dias, e....NADA!
Clara Ferreira Alves, distinta jornalista do jornal dito de «referência», da propriedade do n.º 1 do PSD, e incondicional apoiante do Costa, conhecedora, como ninguém, do carácter do primeiro-ministro, questionou o acordo das esquerdas considerando que toda a gente sabe que o secretário geral do PS é um «troca tintas»!
Percebe-se!
quarta-feira, maio 22, 2019
Ponto de Vista
Falar do caso Berardo é o que está a dar. E não
só por Berardo nos ter insultado a todos, quando insultou os deputados que nos
representam. A verdade é que cada português teve em Berardo um vislumbre
daquilo que temos de aturar todos os dias. Há por aí Berardos às centenas.
Berardos locais, regionais e nacionais. Gente que vive de golpadas, gente para
quem a corrupção e a chico-espertice são um modo de vida, gente que se está a
borrifar para os outros e que só pensa na forma mais rápida de enriquecer.
Muita dessa gente vive pendurada nos esquemas da política, nas nomeações para a
administração pública, setor financeiro e empresas mais importantes, tudo à
custa dos compadrios e expedientes a que consigam deitar mão.
Berardo apenas está para essa gente como um
campeão está para os desportistas de uma qualquer 3.ª divisão distrital.
Pertence a uma elite de oportunistas sem escrúpulos que sabe como ninguém como
nadar no lodaçal em que se transformou a sociedade, aproveitando com mestria o
facto de o sistema político precisar deles como qualquer ser vivo necessita de
alimento. Existem porque a democracia altamente condicionada e manipulada o
permite.
Berardo suscita sentimentos mistos e
contraditórios em dois grupos de pessoas cujas visões do mundo são inconciliáveis.
Muitos gostariam de ser como ele, de poder falar
de cima para baixo com toda aquela arrogância, até porque já são buçais, mal
formados e sem princípios. São é pobres ou apenas menos ricos do que aquilo que
acham que merecem. O sentimento que os move é sobretudo a inveja e uma secreta
admiração. Só estão zangados por terem percebido que foi por terem sido tão
cobardes e cúmplices, enfim, por terem aceitado tudo sem questionar, que um
pedante lhes entrou pela vida adentro com o maior à-vontade e os insultou também
a eles, roubando-os no seu próprio terreno sem que ao menos tenham ganho alguma
coisa com isso. Pertencem a uma enorme lista de espera de candidatos a serem
como Berardo, se a ocasião se lhes proporcionar. Outros, como é o meu caso,
sentem repulsa. Pura e simples. Instintiva. Violenta.
Ambos os grupos protestam agora com igual
veemência, sendo difícil aferir quem pertence realmente a cada um deles.
Mas não são apenas as pessoas que se dividem em
dois grupos. Os Berardos também. Há os que se alimentam de forma dissimulada e
depois há os Berardos a sério, os Berardos de topo, aqueles que enchem a pança
à vista desarmada dos cidadãos, que sabem que a impunidade é o motor de toda a
corrupção e a segurança das suas vidas. São canalhas que se forjaram à custa da
ignorância de um povo e com a protecção de uma comunicação social que precisa
deles para se promover e para ajudar na venda dos tabloides.
Curiosamente, o grupo de Berardos dissimulados
nasce do grupo de pessoas que invejam os Berardos de topo. Há ali uma espécie
de universo do meio, uma transição entre o que querem ser e o que acabam por
ser. Uma certa estagnação, o que não promete nada de bom, pois garante que não
faltará gente que cheira a estrume mas que se perfumará sempre para cheirar a
rosas.
A diferença material entre estes dois grupos de
Berardos, entre os Berardos tipo “zé-ninguém” e os Berardos tipo “melhores
marcadores” é a coleira que ostentam. Ou condecorações e comendas, como os
candidatos a Berardos tanto gostam de lhes chamar, por vezes com incontido entusiasmo
e ainda maior esperança. Isso mesmo. Uns têm-nas e outros não. Só isso.
Daí que existam também duas razões para se
pedir a sua devolução. Uma é a das pessoas como eu, que acham que a coisa deveria
ter começado por nunca lhas atribuírem. A outra é a das outras pessoas que
referi, que também gostariam de ter uma. De preferência com centenas de milhões
a cavalo e obras de arte como bónus. Nem que para isso tivessem de perder a
vergonha que nunca tiveram. Tenham todos, com coleira ou sem ela, uma boa
semana.
(Crónica na Rádio F - 20 de Maio de 2019)