terça-feira, julho 31, 2007

Humor negro


"Onde está esse sacana?" "É tão pequenino que ninguém o vê."- Alberto João no Chão da Lagoa, referindo-se a Marques Mendes.

A visita de MM à Madeira foi, a todos os títulos, pedante, subserviente a um cacique na completa figura de um amouco.

Meneses ficou em «terra» e ganhou pontos ao «ganda nóia», epíteto com que MM foi «brindado» pela «pequenada» do Chão da Lagoa.

Essa de se dizer que nunca ter estado na festa do Chão era uma falha no «seu» currículo político, é no mínimo hilariante, senhor MM.
Alberto tem mesmo razão, MM é mesmo muito pequenino.

Cada governo tem a oposição que merece!!!!

segunda-feira, julho 30, 2007

Vidas a prazo


Quase um milhão de pessoas no nosso país trabalha a recibos verdes.
Retrato de um universo onde só há «flexi» e nenhuma «segurança».

«Um homem, de meia idade, com ar distinto, fato e gravata, professor universitário, respeitado por todos. Dava aulas numa faculdade privada há doze anos, quando um dia foi «dispensado». Havia, no entanto, um 'se'.
Apesar de cumprir as funções de docente de forma continuada, o professor tinha um contrato de prestação de serviços, não era trabalhador por conta de outrem. Estava a recibos verdes, e isso significou não ter direito a subsídio de desemprego, doença ou reforma».
O caso foi, recentemente, relatado num semanário.
Fez-se apelo à justiça – e de facto deu razão ao professor universitário.
Mas 10 anos depois.
Nesses 10 anos, o professor tinha-se transformado noutra pessoa, profundamente triste, profundamente desamparada. Sem fonte de rendimento nem rede social de qualquer espécie, este homem só não morreu de fome porque o Banco Alimentar lhe garantia as refeições. O professor universitário, com mestrado, passou da capital do país para um casebre emprestado, sem electricidade, num descampado nos arredores de Coimbra.
Isto aconteceu em 1991.
Poderia crer-se que, 16 anos mais tarde, o estado de coisas teria melhorado em Portugal, que conheceu um «crescimento económico» fictício baseado num sem número de fundos estruturais da UE, aplicados em proveito de uns poucos.
Mas, infelizmente, a situação dos recibos verdes aumentou incomensuravelmente.
Trabalhadores de câmaras municipais avençados há dez anos, despedidos com as transições de mandato político, biólogos e engenheiros ambientais do Instituto de Conservação da Natureza, telefonistas de 50 anos dispensadas de um dia para o outro depois de 10 anos de casa, sem direito a nada, grávidas despedidas, arquitectos, professores, designers, jornalistas, tradutores, contabilistas, a área da cultura e do espectáculo em bloco – é todo um mundo em Portugal que está a recibos verdes.
Mais difícil é conseguir que estas pessoas falem, se revoltem e denunciem todo o tipo de abusos. Testemunhar é assinar uma sentença de despedimento, precisam daquele emprego para sobreviver.
As histórias que se conhecem são, portanto, uma ponta do icebergue da triste e vergonhosa contratualização em Portugal.
Mas são representativas de milhares de pessoas impedidas de se autonomizarem dos pais, de constituir família, de comprar casa, de ter auxílio na doença, de poder respirar fundo ao fim de um dia de trabalho por saberem que os descontos obrigatórios que todos os meses lhes saem do bolso lhes servirão para alguma coisa, mesmo não falando numa longínqua reforma.
A esta camada assustadoramente crescente da população, encostada à parede, quase forçada a emigrar, que não ajudará na renovação das gerações, o que diz o Estado?
Nada. Ou pior ainda, alimenta e faz «lei» mantendo ao serviço milhares e milhares de trabalhadores que, aguardam ansiosamente pela prorrogação de mais um contrato de trabalho.
É preciso fazer uma nova revolução?
Aquele professor com o olhar «aterradoramente triste» de ar respeitável, a quem o país desamparou por completo, não podemos ignorar.
Como ele milhares e milhares cidadãos a quem uma classe política pedante, mil vezes mentirosa, ultraja, insulta, ignora, vilipendia e suga até ao tutano.
«Hoje, aquele homem é uma sombra do que foi. Parece vinte anos mais velho, sofreu dois ataques cardíacos. Nada pode compensar aquilo por que passou». O semanário tentou, ao longo de mês e meio, fotografar Joaquim, mas os problemas cardíacos que o mantiveram nos Cuidados Intensivos do Hospital de Coimbra impossibilitaram-nos de o fazer.
Quase um milhão a recibos!!!!
Foi no início dos anos 90 que os primeiros casos de «falsos recibos verdes» surgiram.
Trabalhadores que cumprem as mesmas funções dum empregado, com horário, hierarquia, posto de trabalho, ordens de superiores.
Hoje, continua a não haver dados exactos, pois «como é uma prática ilegal, não há números fidedignos».
E assiste-se a novas tentativas de dissimulação do fenómeno, como a constituição de empresas subcontratadas para prestar serviços. O jornal 'Público' de 30 de Maio assegurava que havia 883,6 mil trabalhadores a recibo verde.
O INE não tem um método directo de apuramento de trabalhadores a recibos, mas adianta dados que permitem fazer contas: no 1.º trimestre de 2007, 646,7 mil pessoas tinham contrato de trabalho a termo, 188,7 mil contratos de prestação de serviços, e 66,1 mil pessoas estavam em sub emprego visível. O que dá um total de 901 mil trabalhadores a recibo verde.
No século XXI, em Portugal, «continua a praticar-se 'dumping social'.
«Os trabalhadores a recibo verde são mão-de-obra dócil e barata. Não têm quaisquer custos para o empregador e não têm qualquer direito. Além disso, têm uma dupla tragédia em cima: se são despedidos ficam sem o seu salário e sem direitos sociais.» As empresas ainda obedecem à lógica de que «só podem existir empresas estáveis com pessoas instáveis».
Quanto à Inspecção-Geral de Trabalho, que tem por papel fiscalizar casos de fraude, a sua actuação é manifestamente insuficiente: «A OIT (Organização Internacional de Trabalho) recomendou que Portugal tivesse 750 inspectores no quadro. Neste momento, temos 252 inspectores para todo o país. Há uma total incapacidade de resposta. E também uma clara vontade de não 'apertar' com as empresas que têm estas práticas fraudulentas».
«A prosseguirmos por este caminho, o desastre é total. A lógica de que trabalhadores desmotivados e receosos são melhores é um disparate pegado.»
Que futuro?
A emigração ou o aumento vertiginoso dos pedidos de reinserção social ou a ajuda do Banco Alimentar?
Será solução?
Estou farto. Farto de um país onde os vampiros e os eunucos pedem mais e mais sangue, a começar pelo Estado e acabar numa Justiça, paupérrima de meios, que protegem e colaboram com os poderosos de sempre.
É fartar vilanagem!!! É fartar até que a pança rebente.

Festa na aldeia


Terminaram as «festas» da cidade.

«Festas» de qualidade duvidosa a dar «uma» de agradar ao populacho.
A «aldeia» enfeitou-se com flores e bandeiras.
O regedor, à frente da banda, dá volta às barracas, dos «amigos».
«Mais uma corrida, mais uma uma volta»!!!
A esplanada acolheu um grande baile popular, o barbeiro e a costureira trabalharam como nunca.
O carrocel, a lotaria, o cinema ambulante, a barraca de tiros e outros jogos estão montados.

Começa o espectáculo.
«É entrar é entrar» que os gigantones, cabeçudos e rameiras já estão no palco!!
«Se acordo e tu não estás, sabes onde eu estou»!!!
A música «de qualidade» do verdadeiro artista nacional.
É disto que o povo gosta!!! .
«Só eu sei/eu sei, tu sabes»!!!!
É a festa na aldeia.
«Oh! Vitorino, bebe mais um fino».
Desejoso de receber os visitantes recém-chegados, o carteiro é o mestre de cerimónias!
Fato e gravata, brilhantina na careca, vai distribuindo sorrisos.
«Ai destino, ai destino tão cruel......»!!!
«Vai um tirinho oh, jeitosa?»
«Vai andar, vai andar ....... »!!!
«Ah!!! Oui, mais oui! vien ici Vanessa!!»
No momento em que os forasteiros estão de partida, o carteiro, perante uma assistência atónita, decide imitar os americanos como no documentário apresentado na véspera no cinema.
A vida quotidiana pontuada pelas estações do ano retoma o seu curso na aldeia.
Se não chover!!!
Voaram 175 mil euros.
Que importa?
Pobres, em tudo, mas bêbedos de ilusões!
Festas na cidade, para o ano há mais, claro!!
Há coisas fantásticas, não há?

Tocam os sinos na torre da igreja
Há rosmaninho e alecrim p’lo chão
Na nossa Aldeia que Deus a proteja
Vai passar a procissão.

Com o calor o Prior vai aflito
E o Povo ajoelha ao passar o Andor
Não há n’Aldeia nada mais bonito
Que estes passeios de Nosso Senhor.

domingo, julho 29, 2007

O dito não dito!


Margarida Moreira, há dois anos responsável máxima da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) foi, reconduzida no cargo.
Em despacho, publicado no 'Diário da República” e assinado pelo primeiro-ministro e pela ministra da Educação, a directora regional vê o seu lugar garantido através de uma nova nomeação.

Depois da polémica causada pela suspensão de funções na DREN, do professor Charrua – na sequência de uma alegada anedota que contou sobre o primeiro-ministro – o Governo podia ter optado por fazer sair a directora regional.
Mostrou que não o quis fazer e, para além disso, deu-lhe claramente um voto de ...... castidade.
Depois do arquivamento, por parte da ME, do processo Charrua, o mínimo aceitável era, obviamente, a demissão da «directora» da DREN.
No despacho de arquivamento, Maria de Lurdes declara como “provados os factos de que o arguido foi acusado” justificando a sua decisão com o facto de “o visado nas afirmações do arguido seria não um superior hierárquico directo mas o próprio Primeiro-Ministro”. Ora, acrescenta ainda a ministra da Educação que “a aplicação de uma sanção disciplinar poderia configurar uma limitação do direito de opinião e de crítica política, naturalmente intolerável na nossa sociedade democrática”.
Ou seja, a ME diz tudo e nada.
Tudo porque a opinião pública lhe caiu em cima e «ela» cedeu.
Cedeu porque o mal-estar e as cólicas intestinas foram mais que muitas.
Nada, porque o óleo fígado de bacalhau viscoso, viperino e insalubre lá está, pronto para mais uma colherada a quem não «engolir» a comidinha da madre abadessa.
As regras do convento são para cumprir e, as «promessas de fé» e de «castidade» são o atestado de vida e do hábito dos cordeiros do rebanho. A suspensão que tinha sido aplicada a Fernando Charrua foi de imediato revogada.
Mas foi mesmo?
Resta saber se o professor pretende regressar à DREN e, se o fizer como será a relação com a «chefe»?
Mas, o episódio kafkiano não terminou.
O Professor pede €50 mil euros em indemnizações de “carácter simbólico”. Fernando Charrua prepara nova acção judicial para exigir a sua reintegração na DREN e admite terceira queixa contra o Estado.
O professor diz que o “valor técnico” de €25 mil definido em cada acção é da responsabilidade da sua advogada e tem apenas “carácter simbólico”. “Seria preciso muito para minorar os prejuízos patrimoniais e morais que me provocaram, sendo certo que não quero enriquecer à custa do erário”, explicou ao Expresso Fernando Charrua.
Ou seja, esta ME é só indemnizações.
Alunos do 12.º ano, aulas de substituição e caso Charrua.
Em quanto já vai a senda «contributiva» da incompetência e arrogância da ME?
Milhares de euros que pagamos todos.
Assim é a responsabilidade política!!!!

quinta-feira, julho 26, 2007

Nunca, nunca, nunca!!!!


A deputada do PSD Rafaela Fernandes afirmou, no parlamento madeirense, que "a função das mulheres é, precisamente, a da procriação. Até à data qualquer mulher (madeirense) que tinha de tomar essa decisão (abortar) não deixava de a tomar... tomava as suas providências e fazia-o lá fora".

Lá fora? Onde?

Um "lapsus liguae" que acabou por denunciar um assunto tabu na ilha.
O aborto clandestino ou o recurso às clínicas privadas dentro e fora da região?
Senhora deputada procrie. Procrie à vontade. Faça o «truca-truca» como quiser, com quem quiser e quantas vezes quiser.
A idiotice não está na sua vociferação.
Está na passividade de uma República que permite que um régulo declare, que uma Lei aprovada pela Assembleia da República e promolgada pelo Presidente da República "nunca, nunca, nunca" será aplicada na «sua» ilha.
Isto sim é grave!!!

quarta-feira, julho 25, 2007

The show must go on....


Escola do futuro

José Sócrates apresentou um programa da "Escola do futuro"...
Os jovens da assistência eram meninos contratados a uma agência de «casting».

De facto, tem tudo a ver: o trabalho infantil do futuro, ou a escola dos dias de hoje, chama-se televisão e fama.

E o Governo bate palmas a isto ou pune quem contratou estes meninos?
Que diz a Comissão de Protecção de menores?
Pior que isto tudo, só o Tony Carreira a cantar nas festas da cidade, da Guarda, com o apoio da câmara.
«Pimbalhada» do mesmo!!!!

O espectáculo continua.



O País assistiu, no último sábado, a mais um «show» do governo socrático.
Todos os membros do governo participaram na «distribuição» dos computadores pelos formandos das Novas Oportunidades.
As capitais dos distritos deste país, ficaram em festa!!!
Qual campanha da Farinha Amparo ou da pasta dentífrica Couto.
Um show on maior que o último Potter e só mesmo comparado às patéticas aventuras do Noddy.
360 portáteis entregues com os altos patrocínios da PT. Claro, de quem havia de ser?
Imagine-se os custos de toda a propaganda para, antes das férias, se fazer a entrega dos computadores.
Mas, deixemos o show off de um Ministro da Sáude a distribuir computadores e, a esquecer os encerramentos dos SAP's.
Vamos ao engodo, aliás duplo engodo.
O primeiro engodo.
A TMN e, nos próximos meses serão as outras operadoras, lucram a bem lucrar com o «negócio».
Um formando «adquire» o famigerado portátil pela quantia de 150€.
Mas, e há sempre um mas, lá estão as letras pequenas do contrato que dizem tudo. Fidelização à rede PT - light - que só permite uma velocidade até 384 Kbps, ou seja pior que uma tartaruga grávida; limite de tráfego, 1Gb, atenção às conversas on-line, lá se vai o limite.
Pensavam que isto era tudo de borla?
Mas, há mais.
A fidelização à PT, de pelo menos um ano, obriga, para além de outros custos, a uma mensalidade de 15€.
Ou seja os tais 150€ mais os 12 mensalidades a 15€ dá o valor de 330€.
Tudo quanto o formando vai pagar à PT e às outras operadoras.
Mas, se para os formandos das Novas Oportunidades o caso nem pode parecer muito dispendioso, veja-se agora o caso dos alunos do básico e do secundário.
Custo inicial do portátil, os mesmos 150€. Só que agora, as mensalidades sobem para 17€ 50 cêntimos sendo que a fidelização «aumenta» para 3 (três anos), mantendo-se a mesma banda light.
Ou seja o tão anunciado portátil ficará pelos 800€, o preço de compra de um portátil sem IVA.
Curiosidade das curiosidades, o custo para professor é o mesmo do aluno do básico ou do secundário.
Dá para perceber?
Que o governo esteja empenhado em levar a tecnologia às escolas, é de louvar.
Mas, já não o é, quando não se realiza um concurso público, omitindo por completo as empresas nacionais na área da tecnologia e as universidades. Os governantes decidiram que era melhor «negociar» com a Microsoft que, por exemplo, realizar um concurso público aberto às empresas e universidades nacionais e, porque não, também aberto às empresas estrangeiras.
Assim sendo, o Estado vai adquirir 240 mil licenças do Microsoft Windows Vista Home Basic e do Microsoft Office Home 2007 e Microsoft Office Student 2007. Duzentos e quarenta mil!
É um número considerável.
Agora imaginem que o Estado paga as cópias ao preço exorbitante do mercado. Se uma cópia do Microsoft Windows Vista Home Basic custar à volta de €200, dá um valor na ordem dos €48 000 000. Agora vamos ao Microsoft Office; se uma cópia custar, mais ou menos, €180, as 240 mil cópias custam algo como 43 200 000€. Se juntarmos tudo, dá uns assustadores €91 200 000. Tudo isto dos nosso bolsos. Fantástico.
Mas ainda há mais. Temos a e.professores, para a qual vão ser adquiridos 150 mil computadores. Como é óbvio, os professores vão ter que utilizar o mesmo software dos alunos. Se assim for, são mais 150 mil cópias do Windows Vista e do Microsoft Office 2007.
Façam as contas. Temos vários projectos portugueses ligados a software; alguns desenvolvem sistemas operativos, como é o caso do projecto Caixa Mágica. Temos a Universidade de Évora, que está por detrás do Alinex. Estes dois projectos, entre outros projectos nacionais, são sólidos, estáveis, seguros e, acima de tudo, gratuitos! Gratuitos, senhores do governo. Sabiam! Quer dizer à borla!! Não têm que pagar uma exorbitância em licenças. Se apostassem na tecnologia nacional, bem que podiam agarrar o dinheiro que ia sobrar, para apoiar a investigação científica. Não acha senhor ministro Gago? Mas para quê poupar dinheiro e ficar melhor servido…
Isso são coisas de países de terceiro mundo.
Nós, em Portugal, gostamos de ter um programa chamado Novas Oportunidades, mas não as gostamos de dar. Fica só o nome, porque é show off.
Portugal não tem necessidade de dinamizar a economia nacional; a nossa economia é a mais sólida da Europa, não precisamos de investimento nacional. Não precisamos de apoiar os nossos investigadores. A parceria com a Microsoft não é à toa. Não se esqueçam que Portugal detêm a presidência europeia e que a Microsoft tem tido bastantes problemas com a UE. Não é preciso ser um geek nem um nerd, nem sequer um wanna be para perceber quem ganha com todo este «esquema» das oportunidades.
Segundo engodo.
O governo vem dizer que o projecto Novas Oportunidades é um desafio de qualificação.
Qualificação?
O insucesso de certas políticas é condição de sucesso de outras...
Nada se cria, nada se perde...
O incentivo «Novas Oportunidades» não é mais do que uma forma de retirar pessoas ao mercado de trabalho, reduzindo o número de desempregados efectivos, permitindo ao Governo apresentar gráficos com descida da linha do desemprego, o que não significa directamente que o número de empregos subiu, ou mesmo o PIB.
Que qualificação?
Um processo «baseado» num, e passo a citar informação sobre Novas Oportunidades, «Desenvolvimento de um sistema baseado num Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) é um processo através do qual são reconhecidas as aprendizagens que os adultos desenvolvem ao longo da vida, nos vários contextos em que se inserem, desde que sejam passíveis de gerar conhecimentos e competências. Através deste procedimento, os interessados podem aceder a um certificado, emitido com base no que aprenderam pela experiência de vida, fora dos sistemas formais de educação e formação. Pretende-se, desta forma, aumentar o nível de qualificação e de empregabilidade dos adultos activos, incentivar a formação ao longo da vida e promover o seu estatuto social».
Ou seja, um sistema de ensino dentro de outro sistema de ensino, com claro prejuízo da qualidade.
Obter um certificado do 9.º ano ou do 12.º ano com base no «percurso de vida» é no mínimo comparável à quarta classe de adultos, de há uns anos atrás.
Qualificar o quê e quem?
Vamos, seguramente, passar de um país de baixa escolarização, para um país de péssima qualificação.
Quem ganha com tudo isto?
A propaganda governamental, que vai apresentar na UE valores fictícios da escolaridade dos portugueses; as empresas «amigas» que «facilitam» a tecnologia; os números do desemprego que baixam «artificialmente» para glória do «estado da nação».
Continuaremos a ser um país de mão-de-obra pouco ou nada qualificada, que servirá apenas interesses de empresários habituados à exploração da força humana e pouco ou nada interessados em massa cinzenta crítica, inventiva e participativa.
Os licenciados e os realmente qualificados, para esses o desemprego ou a fuga para outras paragens será a solução. Não interessam às empresas e muito menos são considerados nas «Oportunidades».

terça-feira, julho 24, 2007

Tudo serve

Será que os solícitos carregadores do andor, são papalvos de Cabeceiras de Baixo, Tortosendo e outras das santas terrinhas que ocuparam o Altis no dia da «vitória»?

Porque não dizemos nada.......



Na primeira noite

eles aproximam-se

e colhem uma flor

do nosso jardim.


E não dizemos nada.


Na segunda noite,

já não se escondem;

pisam as flores,

e matam o nosso cão,


e não dizemos nada.


Até que um dia,

o mais frágil deles,

entra sozinho em nossa casa,

rouba-nos a lua,

e, conhecendo o nosso medo,

arranca-nos a voz da garganta.


E porque não dissemos nada,

já não podemos dizer nada.


Maiakovsky

domingo, julho 22, 2007

DITADURA

As confederações do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), da Agricultura Portuguesa (CAP), da Indústria Portuguesa (CIP) e do Turismo Português reivindicam, a alteração da Constituição da República de modo a que sejam permitidos despedimentos sem justa causa, nomeadamente, por razões políticas ou ideológicas. O documento conjunto das quatro confederações patronais portuguesas defende a necessidade de revisão das normas de Direito do Trabalho constantes da Constituição da República e reivindicam também a revisão do preceito constitucional que confere o direito de exercício da contratação colectiva às associações sindicais. Entendem que o exercício desse direito não pode ser exclusivo dos sindicatos porque é necessário desenvolver a negociação em domínios específicos, ao nível da própria empresa, com as estruturas representativas nesse âmbito. A garantia do direito à greve é outra das matérias constitucionais que pretendem ver revistas, de forma a que a possibilidade de paralisação seja circunscrita «à finalidade de defesa dos interesses colectivos profissionais dos trabalhadores directamente implicados» e que só possa ser usada «depois de esgotado o recurso às formas pacíficas de solução de conflitos». A alteração dos limites para a contratação a termo, a possibilidade de despedimento por perda de confiança e por inaptidão do trabalhador, a possibilidade de despedimento colectivo para renovação das empresas são outras das propostas patronais. As confederações patronais consideram excessiva a protecção dos representantes dos trabalhadores e defendem a redução do crédito de horas para a actividade sindical.
Como é possível que as entidades patronais venham propor tais medidas?
Só o fazem porque encontram neste governo, o parceiro ideal para a concretização dos seus intentos.
Desde delações, suspensões, coacções, chantagens, imposições, regulamentação do que se pode e não pode dizer, ditames sobre os locais onde se pode criticar, limitações da actividade sindical, controlo do direito de informar e de ser informado, até ao agonizar de uma vida sem direitos, a começar pelo mais elementar de todos, o direito a Viver, possibilita o ressurgimento de tais propostas.
Este é o «pântano» propício à proliferação dos vermes parasitários, alimentados pelos subsídios estatais, engordados pela e à imagem dos que governam.
Haverá alguma diferença entre o que é proposto pelas Confrarias e a prática governamental?
Já agora.
Alguém por acaso, mas só mesmo por um acaso, ouviu ou leu alguma posição ou pedido de audiência urgente, por parte da Conferência Episcopal, sobre o assunto?
Pois!!!! Outros interesses, claro!!!!

Fim das Golpadas?

Novas regras na contratação pública
«Com as novas regras da contratação pública ganham as finanças do Estado e ganha a moralidade na concorrência entre as empresas.
Até agora, aos olhos de todos e com plena impunidade, era possível ganhar concursos para execução de obras apresentando valores baixos e prazos curtos que nunca seriam respeitados. Seguiam-se depois as inevitáveis derrapagens financeiras (por vezes para o triplo), com o escandaloso dispêndio de milhões e milhões de euros pagos pelo Governo central ou pelas autarquias para tentar salvar aquilo que estava desde o início destinado a correr mal.
Acabam-se assim, nas empreitadas públicas, a falta de transparência, a imoralidade e o despesismo.
O novo Código dos Contratos Públicos, que entrará em vigor já em 2008 (só?), fixa em 5% sobre o preço do caderno de encargos o limite dos desvios que possam ocorrer durante os trabalhos.
Só é pena que tenha sido a União Europeia a impor esta medida, quando, pelas suas muitas vantagens, devia ser da mais banal iniciativa de qualquer Governo.» in DN

A medida, agora «imposta» pela União Europeia face ao regabofe das empreitadas e das consequentes «derrapagens», vem pôr ordem no nacional compadrio.
Só que a medida só entra em vigor em 2008. Tempo mais que suficiente para que os «gabinetes de consultadoria» estudem a lei, encontrem fugas à mesma, e «tomem conhecimento» da sua regulamentação.
O mesmo de sempre.
Ainda vai haver por aí alguém, a reclamar para si, a iniciativa legislativa desta medida.

sábado, julho 21, 2007

Pensamento ou Suspeição?

A credibilidade das eleições

«O regime democrático vigente vive em grande parte da credibilidade que se atribui à genuidade dos resultados eleitorais. Genuidade e representatividade têm alimentado a credibilidade do regime para além das outras características menos qualifiquantes. Tenho para mim que um dia que haja legítimas dúvidas sobre a validade dos resultados eleitorais, ou da sua representatividade, o regime caminhará para o seu descrédito e para a sua queda.». Assim escrevia Medeiros Ferreira em Bicho Carpinteiro.

Fala quem sabe, não é verdade?

Nós até conhecemos uma cidade, que na noite das eleições autárquicas, quando se iniciava a contagem dos votos, aconteceu um APAGÃO, geral.

Pois é, «legítimas dúvidas sobre a validade dos resultados eleitorais».
Registe-se!!!

A Frase da Semana


"«Ferreira Leite é uma terceira via muito excitante»" - António Capucho, presidente da câmara de Cascais e putativo político do PSD.

Excitante?

A confraria anda mesmo de mal a pior, ou Freud explica?

Parque Natural da Serra da Estrela mais pequeno.

O Governo aprovou, na semana passada, em Conselho de Ministros, o decreto regulamentar que ratifica a redução da área do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) em 11 por cento.

A alteração dos limites do PNSE, prevê a exclusão de 12 mil hectares de áreas de transição situadas nas baixas dos concelhos de Seia e Gouveia, além de uma parcela perto de Unhais da Serra (Covilhã).
O Governo justifica esta alteração com «ajustamentos de ordem exclusivamente técnica e científica, de modo a conferir uma maior coerência em termos de conservação da natureza e de gestão da área protegida, como a introdução de habitats importantes no parque natural e a eliminação de áreas sem interesse em termos de valores naturais».
«O objectivo é tornar mais eficaz a gestão do território abrangido. Para além disso, há zonas cuja inclusão na área protegida já não se justifica, dada a sua degradação e ausência de valores naturais assinaláveis».
Na realidade, o que determinou esta redução substancial da área do PNSE são razões ligadas ao desenvolvimento de projectos turísticos, que de outra forma não podiam existir.
Quem não se lembra, do famigerado casino na Serra da Estrela?
Não se aceita que o PNSE possa apenas integrar zonas onde se encontram os habitats mais ameaçados, deverá existir também outras que «sirvam de tampão aos impactos negativos de certas actividades desenvolvidas fora dos seus limites.
O Governo, em vez de encontrar soluções para a degradação e ausência de valores naturais na área agora reduzida, enverdou pela solução mais fácil e arriscada, entregá-la à expeculação imobiliária.
As pressões dos «lobbies» e dos lobos foram mais fortes. O redil é cada vez mais uma coutada de uns poucos.

Obras da nova Biblioteca paradas!!

Há um novo contratempo na construção da futura Biblioteca da Guarda, na Quinta do Alarcão.

O equipamento já devia estar pronto há mais de um ano, mas a obra voltou a parar, o que acontece pela segunda vez desde que foi lançada, em 2003.
Tudo porque a Condop, que assumiu os trabalhos em 2005, retirou material e funcionários da empreitada, por alegada falta de pagamentos desde Dezembro.
Segundo o administrador da empresa a empreitada só será retomada «quando houver dinheiro».
Segundo o presidente do município os pagamentos decorrem ao abrigo de um contrato de "factoring" celebrado com um banco.
E, mais uma vez, a inauguração prevista para 27 de Novembro, por ocasião do Dia da Cidade, terá que ser adiada.

Recorde-se que em Fevereiro, o executivo aprovou, a abertura do concurso público, orçado em cerca de 94 mil euros, para aquisição de material informático e "software".
Devido aos sucessivos atrasos na conclusão da obra, a autarquia esteve na iminência de perder mais de um milhão de euros do INTERREG se não concluísse a biblioteca até final de Dezembro de 2006, um prazo alargado entretanto até final deste ano.
A empreitada já devia estar terminada há mais de um ano, mas a falência do primeiro empreiteiro quase deitou tudo a perder. No final de 2005 a obra foi adjudicada à Condop.
O projecto estava orçado em mais de 1,7 milhões de euros, 600 mil dos quais comparticipados pelo Ministério da Cultura, através do IPLB.

Importa saber em quanto já vai o custo da Biblioteca. Desde indemnizações, expropriações e atrasos e mais atrasos é um somatório de incompetências e de desleixo.
Culpados? Executivos camarários.
A Administração Pública desbarata, em benefício de alguns, o dinheiro de todos.

quinta-feira, julho 19, 2007

A isto chama-se desenvolvimento?


Oito em cada dez novos precários estão no Norte.

A Região recebeu 111 mil dos 130 mil novos trabalhadores sem vínculo definitivo existentes desde o ano 2000.
Em sete anos, Portugal ganhou mais de 130 mil novos trabalhadores precários e a esmagadora maioria (111 mil) encontra-se no Norte.
Aqui, não é só o desemprego que continua mais alto do que no resto do país. Também a qualidade do emprego está a degradar-se, com a proliferação de contratos a prazo (que, agora, assim se podem manter durante seis anos) e dos chamados recibos verdes, exemplo recente, a RTP - Porto.
Em 2000, 1,380 milhões de pessoas tinham um contrato a termo ou trabalhavam contra recibo verde, pelo que 27% dos trabalhadores estavam precários.
Seis anos mais tarde, 2006, o número tinha subido para 1,511 milhões (29% do total do emprego).
Já o Norte passou de 400 mil registados pelo Instituto de Estatística em 2000 para 511 mil, no final de 2006 - um aumento muito superior ao do resto do país.
Note-se que este é o número total de pessoas com vínculos instáveis, que tanto podem ser novos trabalhadores como empregados fixos que perderam o vínculo e passaram a ser precários.
A este ritmo, dentro de alguns anos, o Norte passará a ter o maior número de precários, lugar hoje ocupado pelo Centro, onde quatro em cada dez trabalhadores não têm um vínculo fixo.
O Governo pretende também aumentar os apoios às empresas que integrem precários nos quadros.
Hoje, uma empresa recebe quatro salários mínimos nacionais por cada pessoa admitida (1600 euros).
Os dados do Instituto do Emprego escondem esta triste realidade. Dizer-se que o desemprego diminuiu, face a a tudo isto, é uma falácia e um engodo que o governo alimenta a seu belo prazer.
Enquanto os «empresários» vão obtendo os «apoios» que querem, o «Ps» propõe na Assembleia da República um diploma para limitar a liberdade sindical dos trabalhadores.
A direita aplaude em uníssono todas estas medidas.
A governar assim, não admira que a direita se transfira toda para o partido de Sócrates, «Ps».

quarta-feira, julho 18, 2007

Em nome da rosa!!!


Vital Moreira queixa-se do jornalismo que temos. Parece que não destaca suficientemente a vitória de António Costa.
«Perante a histórica derrota da direita nas eleições municipais de Lisboa, há os média que preferem pôr em relevo a escassez da vitória do vencedor!»[Link]
Só que Vital esqueceu-se, lapso de memória, do que escreveu sobre a vitória de Cavaco Silva.

«A vitória de Cavaco Silva é obviamente inatacável sob o ponto de vista da sua legitimidade democrática. Mas é uma vitória politicamente fraca. Foi uma vitória à tangente, a mais magra de todos presidentes até agora; foi uma vitória assente numa forte abstenção, principalmente no campo socialista; foi uma vitória em queda acentuada, ficando a anos-luz das expectativas de vitória esmagadora do início (basta reler os bloggers e colunistas do campo cavaquista de há umas semanas). Dá a impressão de que com mais uns dias de campanha e a vitória escaparia.»[Link]

Conveniências de serviçal zeloso, mas nada rigoroso e muito menos coerente.

As contas da Matemática e não só!

Um quarto dos alunos do 9.º ano tiveram 1 a Matemática e 75% tiveram negativa.
No 12.º ano, os resultados da disciplina de Física foram péssimos.
Estes são os números que geram títulos de primeira página e oferecem a oportunidade para se esgrimirem argumentos políticos e técnicos sobre o "escândalo" que estes resultados constituem.
Por detrás deles está uma realidade complexa que não é redutível a ideias fundamentalistas quando se pretende, de uma forma simplista, encontrar um bode expiatório para a ineficácia do sistema educativo.
A questão da Matemática, da Física mas também da Língua Portuguesa é apenas a ponta de um enorme iceberg.
Para resolver o problema é necessário considerar múltiplos factores, uns técnicos, outros culturais e sociais. Mais do que atirar responsabilidades uns contra os outros, é necessário ter presente que este assunto não diz respeito apenas à Escola, nem se resolverá unicamente dentro das suas limitadas paredes.
O caso da Matemática, como o da Física, revela, acima de tudo, uma falta de cultura dos alunos e Pais para o estudo das ciências. Quer a Matemática quer a Física «obrigam» a um trabalho árduo e diário de estudo das matérias, quer através da teoria mas, principalmente pela prática na resolução de situações novas ou repetitivas que possibilitem ao aluno a aprendizagem plena dos conteúdos.
Ou seja, «obriga», quer o queiram quer não, a um trabalho diário de aprendizagem e de descoberta.
Quantos alunos realizam os trabalhos de casa daquelas disciplinas?
Quantos alunos apresentam dúvidas dos trabalhos?
Algo tem de mudar sobre as abordagens didáctico-pedagógicas das disciplinas de Matemática e Física, a começar pela interiorização, por parte dos alunos, que não basta «ouvir» o que professor diz na sala de aula. Fica muito, mas mesmo muito, para ser feito «em casa».
Hoje, e quem trabalha com os alunos sabe-o bem, trabalha-se pouco ou nada em casa.
Tal como, na Matemática e na Física, também o estudo da Língua Portuguesa merece mais e melhor atenção.
O gosto e o hábito de leitura deveria fazer parte do quotidiano dos nossos alunos.
É confrangedor e arrepiante que os alunos só lêem as obras que são obrigados e, mesmo essas a partir dos «resumos dos resumos».
Tudo uma questão de cultura e de hábitos de trabalho.
Hábitos de trabalho precisam-se, com urgência!!!

terça-feira, julho 17, 2007

A Liberdade ameaçada

"O novo Estatuto do Jornalista, caucionado por deputados servis, assinala, uma vez ainda, as caracteristicas destes "socialistas", cujo elevado défice democrático, intelectual, moral, social e cultural causa-nos as maiores preocupações."

Baptista Bastos no DN de 11.07.07

Pronomes relativos

Pronomes relativos: Subclasse de palavras que estabelecem uma relação entre uma palavra antecedente que representam e aquilo que a seu respeito se vai dizer na oração que introduzem.


Os resultados das eleições para a Câmara de Lisboa revelaram de forma clara o que todos esperavam.
A vitória dos pronomes .... relativos.
Com um Costa do Castelo, número dois do aparelho socrático, a ter uma vitória .....relativa.
Uma vitória obtida com pouco mais de 29%, ou seja, face a uma abstenção, pronome, de mais de 64%.
Uma direita relativizada por um pronome, Sócrates, que vai governando para esvaziar o centro-direita, para assim se perpetuar no poder, tornando o PS num pronome, esse sim, relativo de dissidentes para ganhar ânimo mas não confiança.
Um relativo de pronome que faz transportar apoiantes com pronúncia de outras terras para pronúncio do relativo sucesso!!!!
Será que o nome passou mesmo a pronome e ....... relativo.

Será que o nome de Ferreira Leite será o novo pronome?
A fazer fé nas intenções manifestadas, à saída das urnas, o GOLPE fatal está dado, com pronúncia do norte, carago!!!

domingo, julho 15, 2007

DREN e CGA


Uma funcionária pública, Maria do Carmo Rocha, auxiliar de acção educativa na Escola Secundária Augusto Gomes, em Matosinhos, a quem foi diagnosticado quatro tumores foi obrigada a regressar ao trabalho, ou melhor, a permanecer esticada numa cama, durante um mês, dentro de um gabinete na própria escola. E tudo porque a junta médica a que foi submetida recusou-lhe prolongar a baixa, mesmo na altura em que praticamente acabara de ser operada e lhe ter sido extraído um tumor. [Link]

O primeiro-ministro não sabe?

O primeiro-ministro não lê os jornais? Os assessores só lhe dão a conhecer as notícias da Maria ou da Lux?

Basta de tanta hipocrisia!!!!

sábado, julho 14, 2007

Dívidas da CMG às freguesias


A Câmara da Guarda tinha uma dívida para com as Freguesias do concelho, de mais de três milhões de euros, em Maio do ano passado.

Um documento do Departamento Financeiro, datado de 19 de Maio de 2006, revelava que a dívida era superior a pouco mais de três milhões de euros, menos 400 mil euros que em Dezembro de 2005.
O vice presidente, admitiu não ser ainda possível quantificar o montante global em dívida porque o Gabinete de Apoio às Freguesias, juntamente com o Departamento de Obras Municipais, estão a analisar os acordos celebrados.
«Não haverá cativação de verbas, mas as Juntas terão que recorrer cada vez mais a formas alternativas de financiamento, porque a autarquia vai transferir verbas à medida das suas capacidades financeiras. E para transferir é preciso haver verbas», avisou. De resto, recordou que os serviços têm apoiado as Juntas na procura de outros financiamentos e a fazer candidaturas.
Ou seja, quem quiser realizar obras tem de procurar financiamento pois os cofres da Câmara já há muito que não apoiam as obras nas freguesias.
Só que, enquanto há ainda freguesias sem abastecimento de água e sem saneamento básico, dinheiro para festas e festinhas não falta.
É disto que o meu povo gosta!!!!
Pobres mas alegres, parece ser o lema da autarquia!!!!

Eleições no IPG

O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) foi a votos para eleger o seu presidente.
O «processo», que se arrastou em folhetins de decisões judiciais, teve agora um novo capítulo: a repetição do processo.
São já três eleições consecutivas.
Pelo meio, acusações e mais acusações públicas dos dois candidatos, práticas de gestão administrativa muito duvidosas, acórdãos judiciais não cumpridos e pior de tudo, um poder central, que consoante a cor, lá foi impondo ou fazendo impor o que mais e melhor interessava «às partes».
Os «crónicos» candidatos, Joaquim Brigas, director da Escola Superior de Educação e, Jorge Mendes, director da Escola Superior de Gestão e Tecnologia, apresentaram-se a votos.
Pela terceira vez «consecutiva», Mendes ganha a Brigas.
Brigas comete dois erros.
Primeiro, não percebeu que as eleições se ganham dentro da instituição.
Não é, pelo facto de ter uma Comissão de Apoio da «Sociedade Civil», que iria obter dividendos na eleição e, principalmente, no Colégio Eleitoral.
Depois, convida para a Comissão, fundamentalmente, gente que não oferece nenhuma credibilidade, a uma eleição, sendo ela para uma Instituição de Ensino Superior.
Uma coisa é o «poder» que certos personagens detêm quando se trata de eleições para os órgãos autárquicos, outra, bem diferente, é a sua importância para uma Escola.
A Câmara distribui interesses inusitados; a Escola exige investimentos em projectos exequíveis, que contribuam para uma maior e melhor ligação entre os vários saberes e as reais necessidades das populações.
Ter numa comissão de «apoio», presidentes de Câmara – 5 (cinco) PSD; 2 (dois) PS, para além de presidentes de Associações, Agremiações e acólitos político partidários, pode resultar bem na fotografia, mas não resulta em termos de eleição para Presidente de um Instituto do Ensino Superior.
Trazer políticos para uma eleição destas é, por um lado, dar vantagem ao adversário e por outro, é hipotecar a vida académica aos ditames dos interesses de certos politiqueiros.
Não basta criticar a tutela quando não cumpre as decisões judiciais. É de igual modo necessário, saber manter a coerência das atitudes e dos actos em todo o processo.
O resultado era o anunciado: Brigas perde e com ele perdem todos os que «à boleia» de uma eleição procuravam protagonismo. Ficou-se a fotografia; já deu para alguma visibilidade.
Para alguns o importante, para outros uma perda com consequências gravosas.
Daqui a dois anos há mais, mas com novas regras e novo modelo.

domingo, julho 08, 2007

José Sócrates assobiado


«O primeiro-ministro José Sócrates foi a personalidade mais vaiada da noite. Pouco antes da banda da GNR interpretar o hino, Sócrates surgiu nos ecrãs da Luz, ladeado por Cavaco Silva. A reacção do público foi imediata e os assobios ensurdecedores. O líder do Executivo pareceu incomodado.»[link]


"Aquele que quiser viver durante muito tempo tem de servir. Todavia, aquele que quiser dominar poderosamente, não vive muito tempo"

Hermann Hesse, in Viagem ao País da Manhã

sábado, julho 07, 2007

Formação ou...Reciclagem


A ministra da educação não perdeu tempo e, após a publicitação dos resultados dos exames do 12.º ano, ei-la com o seu ar angelical, que a caracteriza, a utilizar o «tal canal» para vangloriar as «medidas» do seu ministério.

Só que Lurdes estava angélica mas.....não segura!!!

Esqueceu-se de dizer que:

- o exame de Química tinha erros;

- o exame de História confundiu tigres;

- o exame de Português foi demasiado fácil e não considerou os erros de ortografia;

- o exame de Matemática foi demasiado fácil, aliás reconhecido pela Associação de Professores de Matemática;
Aliás a prova de Matemática só podia mesmo ter aquela elaboração para justificar os milhões gastos no Plano da Matemática e, as críticas que a Associação de Professores de Matemática fez ao Plano, levando a própria Ministra a sugerir a demissão, dos elementos da Associação, da Comissão de Acompanhamento.
Encontrar-se «méritos» num Ministério que está em funções à «apenas» dois anos lectivos é abusivo e é acima de tudo desconhecer ou pior, fazer crer que as novas práticas didáctico-pedagógicas tenham reflexo imediato no processo ensino-aprendizagem.
As medidas «desenvolvidas» pela actual equipa ministerial só terão reflexos daqui a cinco ou seis anos.
No mínimo, para além da falta de rigor na análise dos dados foi o recurso, já repetido até à exaustão, da propaganda enganosa.

Pudor!!! Mais pudor e rigor!!!

A nova tecnologia socratina

Depois do simplex eis o IBufo!

Retirado daqui.

Armas e Armadilhas


Dinheiro do tráfico desaparece da unidade antidroga da PJ.


A Direcção Central de Investigação ao Tráfico de Estupefacientes (DCITE) da Polícia Judiciária (PJ) vai ser alvo de uma investigação alargada, a cargo da Inspecção-Geral dos Serviços de Justiça, na sequência de dois casos de desaparecimento de 90 mil euros em notas, resultantes de apreensões a traficantes. Uma coordenadora de investigação criminal da unidade está sob suspeita em dois processos desencadeados pela própria PJ, há vários meses, com duas participações apresentadas ao Ministério Público e agora investigadas pela Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira (DCICCEF). Em causa estão suspeitas da prática de crimes de peculato.


Inspectores acusados de mais de 180 crimes controlam aeroporto


Dois inspectores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) acusados de mais de 100 crimes estão presentemente a trabalhar no aeroporto do Porto.


Elementos da PSP e da GNR detidos


As suspeitas de actividade criminosa, de acordo com a PJ, estão relacionadas com a extorsão a grupos criminosos, em particular ligados ao tráfico de droga, factos que não eram participados pelas vítimas às autoridades por terem "receio de represálias e, também, para que não averiguassem o seu modo de vida".


GNR pediu 100 euros para perdoar multa


O caso remonta ao passado dia 22. Uma mulher residente no concelho de Ourém não obedeceu à sinalização luminosa - um sinal vermelho - tendo sido posteriormente confrontada pelo militar, com a infracção que havia cometido momentos antes. A mulher terá então marcado um encontro com o militar, mas ele acabou por não comparecer, alegando esquecimento. Foi marcado outro e dessa vez ele compareceu. Durante a conversa, o militar terá alegado que retirar a multa "iria sair caro" por ser muito "complicado". Terá falado em quantias de 500 a 600 euros para perdoar a infracção e a consequente instauração do respectivo auto de contra-ordenação.


Estes são alguns dos «casos» que a comunicação social nos dá a conhecer.
Outros e muitos outros nem sequer à fase de investigação chegam. Sinais exteriores de riqueza, bem evidentes, como vivendas, carros para todos elementos da família, motos e tantos outros bens de duvidosa proveniência, não seriam motivo suficiente para investigação?
O país está mesmo oitavo mundista.
A corrupção alastra de forma abrupta.
Alguém com responsabilidades tem consciência do estado a que tudo isto chegou?
Duvidamos!!!

sexta-feira, julho 06, 2007

Palavras, palavras ou .....



O socialista que introduziu o Serviço Nacional de Saúde reconhece que o sistema carece de medidas de ajustamento, afectado que está pela procura desnecessária e o desperdício de recursos. Nesta parcela da entrevista que hoje será emitida na Antena 1, António Arnaut insiste na tese de que o SNS constitui um instrumento de justiça social e acusa Correia de Campos de falta de sensibilidade. "A saúde não é aritmética", sustenta.


Está a perder-se esse sentido de solidariedade?
Este Governo está a perder...Não é só este governo; tem vindo a perder-se.
As pessoas hoje aceitam coisas que não aceitavam.
A ideia liberal de que tudo se compra e vende, de que a saúde pode ser uma mercadoria...
Hoje fala-se nos doentes como clientes.
Cria-se uma terminologia de mercado.
Mas não é a economia de mercado que me preocupa; é a vida ser um mercado.
O Estado tem de suportar os custos da interioridade, como suporta os da insularidade. Essa parte humana escapa ao ministro, certos valores essenciais ao conceito de humanismo, que deve ser a doutrina-base do PS.
Está a tomar medidas que nunca a Direita tomou, porque não tinha coragem e porque o PS, na Oposição, nunca permitiu.
As taxas moderadoras para os internamentos e as cirurgias, quando essa taxa, por definição, se destina a desencorajar a procura desnecessária. Não é uma decisão do doente, mas uma imposição do médico. O doente fica internado e ainda por cima paga! Isto não pode ser! É uma coisa absurda! Um ministro socialista não pode fazer isto. Mas fez. Por isso às vezes me sinto indignado. A indignação é um direito constitucional e no PS sempre esse direito existiu.
Tirando a sua voz, não se, ouviram críticas no PS.
Porque as pessoas estão acomodadas. Politicamente, é correcto estar calado.
....E sei o que se passa nas bases.... .
Ainda há dias, numa reunião do grupo parlamentar, soube-se que alguns deputados disseram que há pouco PS no Governo. Estou de acordo.
Pois é, contradições mas também alguns avisos....
Será que alguém os ouve?

quinta-feira, julho 05, 2007

A Fé de alguns é mesmo o vil capital


Que um grupo de «amigos» promovam um jantar a quem quiserem e bem entenderem, é lá com eles.

Só que de desagravo?

Desagravo de quê?

Para quem demonstra tanta preocupação com a independência do sistema judicial, este "grupo de amigos" demonstra que já se libertou das amarras processuais que ainda infestam a nossa Justiça, como essas minudências de tentar descobrir se alguém é culpado ou inocente.

Já agora, alguém sabe explicar a presença, no jantar de ....«desagravo», da eminência parda do cónego Melo.

Cada vez mais me lembro do assassinato do padre Max.

Esqueceram?

Será que o jantar é só um pretexto para pressionar?

O que mudou?


Deixando de ser uma luta de princípios e de ideias a política converte-se fatalmente numa questão de compadres.
O compadrio elevado à categoria de instituição nacional, domina tudo, corrompe tudo, dissolve tudo. Os partidos que não podem conquistar o apoio da opinião pelas ideias que representam, procuram manter-se pelo apoio dos compadres que favorecem. É na proporção exacta do número dos compadres que anualmente despacha e emprega, que um partido aumenta ou diminui de adeptos, progride ou diminui na confiança da coroa e no favor da urna.
O dogma fundamental do compadrio impõe-se por tal modo que transforma todas as outras noções morais segundo o critério de que ele é a expressão. Transforma a justiça, a honra, a probidade, a própria consciência. Nenhum partido político ousa violar o compadrio: seria cometer a mais vil e a mais nefanda das traições politicas!
Despachando o compadre mais serviçal com exclusão do adversário mais competente todo o governo honesto julga praticar um acto de gratidão e de lealdade. E ninguém vê quanto há de profundamente subversivo da ordem moral neste simples facto tão vulgar, tão frequente, tão despercebido: a exclusão da competência! Excluir a competência, ou quando menos preteri-la, por um ano, por um mês, por um dia, por uma hora que seja, é cometer o atentado mais criminoso de que o Estado pode ser réu diante da sociedade. Esse atentado resume todas as violações do direito e todas as afrontas da justiça. É um roubo violento e descarado, agravado com a ofensa do mérito, com a injuria da capacidade, com o insulto ao trabalho, com o escárnio á moral, com o ultraje ao dever.
Na política portuguesa, que tem o seu calão como as mulheres publicas e como os ratoneiros, esse crime infame toma o nome dourado de compromisso politico ou de acto de fidelidade partidária. E do ministro que o pratica e para o qual se deveria pedir a prisão correccional ou o degredo com trabalhos públicos, a opinião diz apenas:—É fiel aos seus correligionários, sabe ser amigo, despachou o compadre, vou para o partido dele.
O oficio do governo é servir o país. Como porém o país, por efeito do maquinismo eleitoral, é representado constantemente pelos compadres do governo, o ofício do governo em ultima análise não é mais do que servir o compadre. Está no seu destino. Graças aos elementos de corrupção de que o governo dispõe, o cidadão, não votando como cidadão mas votando como compadre, dá o primeiro impulso que põe em movimento toda a engrenagem do sistema: elegendo o compadre é ele mesmo que funda a tirania absoluta e despótica do compadrio que depois o governa.
A sociedade está á mercê do compadre. E se há poder que possa contrabalançar alguma vez, em dadas conjunturas, o poder do compadre, esse poder é unicamente—o da comadre.
A aptidão provada, a capacidade, o talento, o trabalho, a firmeza no dever, a tenacidade no estudo, a mais alta compreensão e o mais rigoroso cumprimento da solidariedade e da honra—palavras, palavras, unicamente palavras! Na espera dos factos, na ordem prática, positiva, real; compadrice, compadrices—eis tudo.

RAMALHO ORTIGÃO—EÇA DE QUEIROZ
CHRONICA MENSAL
DA POLITICA, DAS LETRAS E DOS COSTUMES
TERCEIRA SÉRIE—TOMO I
Janeiro de 1878

A bufaria


Depois dos casos do professor Charrua, do centro hospitalar de Vieira do Minho, do compadrio do centro hospitalar de Braga, de um ministro que responde de forma arrogante, a um pescador, dos processos abertos a manifestantes, da utilização abusiva de imagens de manifestações e, tantos outros, eis que, somos «brindados» com mais do mesmo: ditames sobre a conduta democrática.
Uma senhora, que é Secretária de Estado Adjunta da Saúde, no meio de risota geral da plateia, afirma que vivemos numa democracia onde cada um pode dizer o que quer mas só pode criticar o Governo “nos locais apropriados”, ou seja, em casa ou na esquina do café com os amigos.

Sra. Carmen Pignatelli que conceito de democracia é esse?
Não nos bastava o «jocoso» como ainda nos querem obrigar a «usar» locais próprios para criticar o governo.
É que a sua decrépita logorreia elevada à jocosidade pedante só tem comparação com o governo do Santana.
Grave!!!! Muito grave.
Hoje propõe um local «apropriado» para criticar o «seu» governo, amanhã, silêncio total que os «pides» foram soltos.
Sra Carmen vá-se bufar para bem longe!!!! Aqui já cheira a mofo.

Onde estás ó liberdade

Nunca vi tanta mentira
disfarçada de verdade
dizem todos que sou livre
viva viva a liberdade.

dizem todos que sou livre
e talvez tenham razão
já sou livre de voar
bem agarradinho ao chão

já sou livre e eu nem sabia
vejam lá tão distraído
já sou livre de falar
para nunca ser ouvido

já sou livre já sou livre
e eu aqui sem dar por nada
que tens tu ó liberdade
que andas sempre tão calada

nunca vi tanta mentira
disfarçada de verdade
dizem todos que sou livre
onde estás ó liberdade

vieira da silva