terça-feira, maio 23, 2017

Kant e a Crítica da razão pura


 
«... todo pensamento, seja em linha recta (directe), seja por meio de um desvio (indirecte), em última análise tem de estar relacionado a intuições; no nosso caso, portanto, à sensibilidade, uma vez que não existe outra maneira pela qual os objectos nos podem ser dados.»
Immanuel Kant, Crítica da razão pura (1781)

O filósofo inglês Alfred North Whitehead (1861-1947) comentou um dia que a filosofia ocidental consiste numa série de notas de rodapé referentes à obra de Platão (428/7-348/7 a.C.).
Se isso é verdade, então a filosofia moderna poderia ser descrita mais precisamente como uma série de notas de rodapé referentes à obra de Immanuel Kant (1724-1804).
Platão levantou as grandes questões da filosofia e Aristóteles (384-322 a.C.) criou o primeiro sistema filosófico, mas Kant é o primeiro grande criador de um sistema do período moderno, levando em consideração o impacto da Revolução Científica e do Iluminismo.
Tudo a propósito do estudo de Kant e da sua moral que nos faziam empinar naqueles anos da década de 70, na disciplina de Filosofia. Hoje, com base no que vou estudando, reconheço o quanto a brutalidade do obscurantismo pode criar uma imagem nada real, pior, deturpada e grosseira de um filósofo que é só o transformador do pensamento à luz da ciência e do iluminismo. Por isso, interessava-lhes, sobremaneira, que Kant fosse conhecido apenas e tão só à luz da moral.
O resto era escuridão, como convinha!