sexta-feira, março 25, 2016

O «deus» metal


Os bispos podem puxar o que quiserem… e as orelhas ainda mais!
Mas também não são isentos de críticas!
Ou não são os bispos alguém que tem poderes sobre os padrecas?
Na aldeia da minha avó o «cura» da altura era um tal de Alberto!
Naquele tempo, todo e qualquer paroquiano tinha de pagar a côngrua.
Fosse rico ou pobre!
Tivesse o paroquiano emprego numa qualquer fábrica, pastor, proprietário ou pobre.
A Celestina era uma paroquiana das socialmente excluídas, dado ser mãe solteira, na linguagem actual e, prostituta no tempo, mas a quem a paróquia impunha o pagamento da côngrua.
Um dia a Celestina cruzou-se com o «cura» Alberto na única estrada digna desse nome que existia na aldeia. Celestina fitou-o de longe, como quem vai enfrentar um lobo.
- Bom dia senhor padre Alberto, disse a Celestina cobrindo a boca com o lenço negro e já gasto.
- Bom dia Celestina retorquiu o padre. Olha oh Celestina estás em falta com o pagamento da côngrua.
- Ainda bem que fala nisso, senhor padre Alberto. Tenho aqui no bolso - e meteu a mão no bolso do avental – uns cinco escudos que a tia Violante me deu agora de troco na taberna.
- Mas Celestina a côngrua são vinte escudos, replicou o padre já com o breviário junto à cara!
- Se quer os cinco escudos dou-lhos já. Vinte escudos não os tenho!
- Não aceito, rematou o padre!
- Então que Deus o abençoe - disse a Celestina a caminho de casa!
Mas, nem dois passos tinha dado e já o padre Alberto gritava a plenos pulmões:
- Oh Celestina anda cá mulher. Dá cá os cinco escudos. Vale mais um pássaro na mão que dois a voar!
Pode-se servir dois deuses contraditórios?
NUNCA!
Já agora, senhores bispos tenham atenção ao parque automóvel dos vossos padres quando há reuniões e verifiquem a quantidade de cavalos por ali estacionados!
Mais que na cordoaria nacional!