quinta-feira, outubro 01, 2015

A propósito de um ....

Debate na Rádio Altitude
 
SONETO AO VIL INSETO
 
Enquanto a rude plebe alvoroçada
Do rouco vate, escuta a voz de mouro, (adivinho, profeta)
Que do peito inflamado sai deste ouro
Por estreito bocal desentoada;
 
Não cessa a cantilena acigarrada
Do vil inseto, do mordaz besouro;
Que à larga se criou por entre o louro
De que a sabia Minerva está coroada;
 
Enquanto o cego ateu, calvo da tinha,
Com parolas confunde alguns basbaques,
Palmeando a amatória ladainha;
 
Eu não me posso ter; cheio de achaques,
Cansado de lhe ouvir — "Bravo! Esta é minha!"
Cago sem me sentir, desando em traques.
 
Bocage