sexta-feira, janeiro 16, 2015

Óleo queimado


Há certos figurantes que ao longo da vida só se preocuparam com o umbigo deles.
Quando eram beliscados, por mais pequeno que fosse o arranhão, clamavam logo pela justiça que, para os outros era sempre calcada, com botas cardadas.
Hipócritas que sempre viveram à custa dos contribuintes, nunca trabalharam, ou se alguma vez o fizeram foi em proveito próprio ou, eventualmente, fingiram que trabalhavam.
O clã Soares sempre viveu às expensas dos contribuintes. Desde os tempos em que se entretinha a dar milho aos pombos na Praça da Concórdia, em Paris, com um exílio de luxo, à custa dos portugueses. Até ao dia em que, após ter terminado o reinado na presidência da República, com passeios por tudo quanto era local turístico, em cima de tartarugas, de elefantes até ao espectáculo degradante, para quem diz defender os direitos dos animais, de assistir à carnificina de crocodilos a serem alimentados com galinhas, ficou com as mordomias «republicanas».
Mas, com a idade o chefe do clã parece ter perdido o sentido do dever e do respeito.
Dever pela simples razão que dizer-se que «Portugal não vive em democracia», pelo simples facto de um correligionário estar preso é uma aberração de todo o tamanho. Mostra o verdadeiro sentido de estar de um figurante como sempre o foi, ao longo da vida. Olhos e ouvidos só para o que lhe interessa. Mas será que o senhor só agora se apercebeu da falta de democracia em Portugal? Nos gabinetes com ar condicionado e nos restaurantes caros a democracia é total. Pior, a ditadura do quero posso e mando é a lei!
O figurante Soares é o exemplo acabado da forma como se esbanjam, desperdiçam e se vive à larga e à francesa com os dinheiros públicos.
Vir com a estória do coitadinho, do ceguinho, do benemérito, do samaritano e da ofendida prostituta, dita virgem, só revela o carácter deste senhor.
Será que não há a coragem de cortar a torneira à fundação do senhor e a outras que tais?
Defendo que as fundações só deviam funcionar se fossem auto-sustentáveis. Entende?
Uma das regras de ouro da República é sabermos ser quando temos de o ser, saber fazer quando somos chamados a desempenhar cargos públicos e sabermos estar, lucidamente, a analisarmos os acontecimentos. Sem partidarites, sem amizades, sem tendências sejam elas quais forem. Assim que termine o tempo do poder DEVEM TERMINAR AS MORDOMIAS. NADA NEM NINGUÉM DEVIA RECEBER O QUER QUE SEJA POR TER DESEMPENHADO UM CARGO PÚBLICO. NEM PODE ESTAR ACIMA DA LEI! 
Não sei se o seu correligionário é ou não culpado do quer que seja.
Só lhe quero lembrar os milhares de casos de erros judiciais e de falta de pessoal qualificado para investigar tantos milhares de casos que NUNCA chegam a tribunal. O senhor até «chegou» a 1.º ministro.
Lembra-se?
Só que NADA fez e, os que se seguiram nada fizeram. No sentido de uma justiça a funcionar em pleno para todos os cidadãos. Já que para os azeiteiros, os poderosos, tudo fizeram para os por a salvo de toda a espécie de condenação.
Haja respeito pela inteligência das pessoas.
ENTENDE?
Como deve ser tão bom falar de pantufas!

P.S.: A esta hora já haverá muita escumalha a assobiar e a cantarolar o fado do «Tempo volta para trás»!
Desenganem-se e não sejam hipócritas e, para os que pensam que há figurantes intocáveis, desenganem-se também, é que alguns caem ao mínimo sopro. Uns tigres de papel.