sexta-feira, setembro 26, 2014

Assombramento…


 
Como diriam os nossos vizinhos espanhóis… «não acredito em bruxas, mas que as há, há!».
A «estória» conta-se em poucas palavras, mas teve muitos e frutuosos rendimentos para uns quantos.
Estava-se em 2005 – ano de eleições autárquicas!
Jorge Leão, empresário de pouca monta na pequena vila de Celorico da Beira, surge na crista das obras do «rejuvenescido» município da Guarda.
Cada presidente … tem o «seu» empreiteiro de estimação!
Tipo «cartão de visita», de andar sempre no bolso pequeno, dos casacos.
Serve de adorno e, muito útil em apresentações ou na falta delas! 
Leão adquire um espaço na zona do Torreão (rima e é verdade!), em pleno centro histórico da Guarda.
E, decide apresentar uma proposta, nos serviços de urbanismo da câmara da Guarda, para construção de uma vivenda.
Projecto entregue, projecto APROVADO!
TINHA DE SER!
Na altura, houve queixa para o IPAR e tudo o que fosse «autoridade» para cancelar a obra.
NADA NEM NINGUÉM LIGOU ÀS QUEIXAS APRESENTADAS!
CONTRUIU-SE, E TUDO NA PAZ DOS ANJOS!
BARDAMERDA E CALADINHOS!
O IPAR chegou mesmo a afirmar que os materiais da construção da vivenda respeitavam os materiais da região…
ACÉFALOS!
Se o problema fossem os materiais!
O problema ESTAVA, E ESTÁ, na construção da vivenda em pleno Centro Histórico e … EM CIMA DA MURALHA!
ROUBANDO ESPAÇO, QUE ERA PÚBLICO, E ONDE OS GUARDENSES PODIAM DISFRUTAR DA PAISAGEM, E DA SUA MURALHA.
A MURALHA NÃO PODIA EM CASO ALGUM SERVIR DE MURO À VIVENDA!
MAS SERVIU E SERVE!
E, A CONSTRUÇÃO CONTRA TUDO E TODOS REALIZOU-SE!
COM DIREITO A PISCINA E TUDO!
UM ABUSO DO PODER, DE TODO O TIPO DE PODER!
Mas que as há…
Algum tempo depois, a empresa do Leão não foi suficientemente valente e … foi ao charco!
Pior para os trabalhadores … 150 para o desemprego!
Com a falência da ARL, a dita empresa de Leão, sucedem-se as hipotecas…
E, numa delas surge a vivenda do Centro Histórico.
É uma das casas mais caras da Guarda, mas já foi vendida.
Após várias tentativas, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) conseguiu «livrar-se» da vivenda.
Dizem que custou ao novo proprietário, dono de uma óptica na cidade, a módica quantia de um milhão de euros!
Óculos precisam-se a bom preço!
Mas a grave crise financeira e imobiliária que o país vive tem gorado todas as hipóteses de venda de muitos dos imóveis que o banco público Caixa Geral de Depósitos, como principal credor da construtora, detém como credora de empréstimos superiores a 8 milhões de euros.
Para já, a dita vivenda continua, ilegitimamente, em local que não lhe devia pertencer.
Até quando?
Pois…