segunda-feira, novembro 12, 2012

Dossiê - Ensino Privado, o negócio da lavagem


Na era do Cavaco o ensino superior privado surgiu em força, graças às «remessas» da Europa!!
Tudo o que era vão de escada abriu uma escola do ensino superior.
Até houve a escola SUPERIOR de Mangualde, a mesma terra da praia artificial que, à pala de um «eminente» laranjinha, criou um curso de formação acelerada, ficando conhecida na altura como os licenciados da IP5. Sim, na altura ainda não havia A25 nem portagens....tudo a abrir!!!
Hoje há uma espécie de coligação entre ensino superior público e privado no seio do Governo: metade dos 12 ministros do Executivo PSD/CDS-PP formou-se em universidades PRIVADAS!!!
E o mesmo aconteceu com quase um terço dos secretário de Estado (12 em 37). É, no fundo, uma coligação inovadora: se no Governo anterior, do PS, nem 10% dos seus membros tinham estudado no privado (José Sócrates era o único entre os 17 ministros), agora a percentagem total (entre ministros e secretários de Estado) é de 36%.
E preenche mesmo os postos mais altos do Executivo, do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, aos ministros de Estado, Vítor Gaspar e Paulo Portas. Os outros são Miguel Relvas, Paula Teixeira da Cruz e Pedro Mota Soares.
O tema do local de formação dos governantes é polémico desde que a controvérsia da licenciatura do ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas - em Ciência Política e Relações Internacionais, pela Universidade Lusófona -, se tornou pública.
Agora, Relvas não tem qualquer informação universitária na sua biografia oficial no site do Governo. E os ministros contactados escusaram-se a justificar a sua preferência por universidades não estatais.
GATO ESCALDADO, DA ÁGUA FRIA TEM MEDO!!!!
 
Família Damásio controla treze instituições privadas
Berardo, Isaltino, Bento XVI e Bill Clinton entre os patrões do ensino privado português.
Ainda assim, Manuel Damásio - homem-forte da Lusófona - é quem mais se destaca, sendo presidente do conselho de administração de seis entidades que são proprietárias de 13 estabelecimentos de ensino superior privado.
Esse mesmo Damásio que, um dia presidente do Benfica declarava às finanças ganhar o ordenado mínimo nacional.
LEMBRAM-SE??? O que têm em comum o Papa Bento XVI, Joe Berardo, Isaltino Morais, Bill Clinton ou Manuel Damásio?
Todos eles são rostos das entidades que comandam o ensino superior não estatal em Portugal. Podem não ser as caras que ilustram os panfletos publicitários, mas fazem parte do restrito grupo de pessoas que gere este sector no País.
Só a família Damásio controla 13 estabelecimentos de ensino superior, divididos por seis entidades, nas quais se contam cooperativas e sociedades.
Manuel Damásio é o presidente do conselho de administração dessas entidades que pertencem ao Grupo Lusófona.
Só a cooperativa Cofac controla seis estabelecimentos (inclui a Lusófona de Lisboa e do Porto), que são frequentados por 14 902 alunos (17% do total do sector).
Nesta mesma cooperativa, o seu filho, Manuel José Damásio, é vice-presidente da Assembleia Geral (AG) e diretor de marketing, cargo que acumula com a vice--presidência do grupo UNISLA (que tem os ISLA de Santarém, Leiria e Gaia).
Por sua vez, a sua irmã, Teresa Damásio - deputada do PS na Comissão de Educação entre 2009 e 2011 - é secretária também na AG da Cofac, ocupando o cargo de vice-presidente da AG da ERISA, entidade que detém a Escola Superior de Saúde Ribeiro Sanches.
O marido de Teresa, Carlos Godinho Vieira, é administrador da UNISLA, onde partilha a direção com o cunhado e o sogro, da CODEPA (que detém o Instituto de Novas Profissões ) e do ENSINUS (que controla o Instituto Superior de Gestão). O ENSINUS, tal como o UNISLA, conta ainda com uma atual deputada do PSD, Maria da Conceição Caldeira, como administradora.
A FAMÍLIA DAMÁSIO EM PESO!!!
Só faltam os periquitos e os cágados!!!

E, QUAL A RAZÃO QUE LEVA A «FAMÍLIA» DAMÁSIO A ENTRAR NO NEGÓCIO???


Cada aluno do particular gasta quase 10 mil euros/ano!!!!
O estudante do ensino superior privado gasta em média 9 449 euros por ano, mais 3 608 que um aluno do público. As propinas são as grandes responsáveis por esta diferença. Alojamento, alimentação e telefone estão no topo dos gastos relacionados com os custos de vida e são idênticos nos dois subsistemas de ensino superior.
Um estudante do ensino superior português gasta em média, do seu bolso, 6624 euros por ano.
do público e do privado referentes ao ano letivo de 2011/ /2012.
O ensino privado ajuda a inflacionar este valor, uma vez que um estudante de uma instituição não estatal gasta em média 9 449 euros por ano, contra uma despesa de 5 841 de quem estuda no público.
A coordenadora do estudo e pró-reitora da Universidade de Lisboa, Luísa Cerdeira, explica que "este valor tem em conta dois tipos de gastos: os custos de educação e os custos de vida, sendo que a diferença entre o público e o privado é mais acentuada nos custos de educação".
Foram considerados como "custos de educação" as propinas, matrículas e materiais e como "custos de vida" o alojamento, a alimentação, os transportes e outras despesas.
O estudo concluiu assim que "um estudante numa instituição privada tem um custo total anual superior ao público na ordem dos 60%", o que se justifica porque um aluno do privado tem despesas de educação 250% superiores a um do ensino público (4349 euros, contra 1241 euros).
Deste valor não falam os papagaios!!!
 
Receitas de cooperativas caíram 2,3 milhões
 
Só que a galinha dos ovos de ouro parece ter entrado fim de ciclo. ACABOU-SE!!!
A faturação das 12 cooperativas que detêm estabelecimentos de ensino superior privado desceu 1,5% de 2010 para 2011.
É a consequência direta da diminuição de alunos.
Cortes nas propinas, publicidade em aviões a sobrevoar as praias, redução de salários, protocolos de cooperação com diferentes entidades, oferta de licenciaturas duplas.
As instituições de ensino superior privado têm recorrido a todos os expedientes para contornar a diminuição de alunos, tendência que se começou a desenhar em 2001.
E pelo menos no caso das cooperativas, as receitas encontradas foram insuficientes para evitar a quebra na faturação.
No conjunto das 12 cooperativas (de um total de 58 entidades instituidoras de estabelecimentos de ensino privado), que representam cerca de 40% dos 88 mil alunos do superior, as receitas de 2011 sofreram uma quebra de 2,3 milhões de euros em comparação com o ano anterior, cifrando-se em 155 milhões de euros.
Os dados constam dos relatórios e contas, depositados na Cooperativa António Sérgio.
Escaparam a esta quebra apenas três cooperativas: Cofac (Lusófona), Egas Moniz (Instituto Superior e Escola Superior de Saúde Egas Moniz) e Maiêutica (Instituto Superior da Maia), sendo que as duas primeiras são também as que mais alunos atraem: 16 200 e 4869, respetivamente.
A Cofac aumentou a faturação em meio milhão de euros entre 2010 e 2011, destacando-se ainda como a cooperativa com o maior volume de negócios (55 milhões em 2011), apesar da quebra nos proveitos.
Egas Moniz e Maiêutica tiveram crescimentos mais modestos: 948 mil euros no caso da primeira e 828 em relação à segunda.

Apesar de TUDO, há milhões nas privadas, valor que supera os do futebol


Instituições de ensino superior privado movimentam em média 383 milhões de euros por ano, valor superior a sectores que mexem com muito dinheiro, como a Liga portuguesa. Ainda assim, faturação está longe de significar lucro e há instituições em dificuldades. O ensino superior privado movimenta em média mais de 383 milhões de euros por ano, um valor superior a outros sectores tidos como bastante lucrativos.
É o caso do futebol profissional, onde os orçamentos dos clubes da I Liga deste ano se ficaram pelos 260 milhões de euros.
Apesar disso, há instituições a passar por dificuldades, decorrentes da crise e da fuga de alunos para o ensino superior público.
O estudo "O Custo dos Estudantes no Ensino Superior Português", coordenado pela investigadora e pró-reitora da Universidade de Lisboa, Luísa Cerdeira, concluiu que os custos de educação dos alunos do privado rondam os 4 349 euros anuais.
Multiplicando este valor pelo número de alunos contabilizados pelo Ministério da Educação em 2011, 88 290 inscritos, chega-se ao valor aproximado do que encaixam as entidades privadas: 383 milhões de euros.

Depois disto tudo uma pergunta parece continuar a não ter resposta.
QUEM FISCALIZA TODO ESTE NEGÓCIO??
Pois de negócio se trata!!!