terça-feira, julho 13, 2010

A obra do regime

A nova Loja do Cidadão da Guarda abriu, como era de supor, com pompa e muita circunstância.
Num momento de ELEVADA CRISE, ou será que é só para enganar(??), a Agência para a Modernização Administrativa (AMA) mandou abrir uma loja num centro comercial, Vivaci, na Guarda.
Há vários meses que se anunciava tal «corta fitas», só que por todos os motivos e mais um, nunca a cerimónia  tinha lugar.
Ontem, dia 12 de Julho deram à luz a tão anunciada loja.
Parto difícil.
Dizem que é uma Loja do Cidadão de «segunda geração»!!!
Pois, por isso o parto tão complicado.
Dizem que é um espaço com cerca de 700 metros quadrados e, surge na «sequência» de um protocolo celebrado entre o Grupo FDO, empresa detentora da marca Vivaci e a AMA, a tal Agência para a Modernização Administrativa.
À cerimónia do «corta fitas» lá estiveram o Secretário de Estado da Justiça e da Modernização Judiciária, José Magalhães, da Secretária de Estado da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, do Presidente da Agência para a Modernização Administrativa, Elísio Borges Maia, e do Presidente da Câmara Municipal da Guarda, Joaquim Carlos Dias Valente. Ou seja, tudo figuras de segundo plano tal como a loja, de 2.ª geração!!!
A lojinha disponibiliza um Balcão Multiserviços (BMS), um balcão do Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) - cuja chefe é a mulher do Presidente da Câmara, um balcão da Segurança Social e um posto de atendimento da Câmara Municipal.
Tudo em família!!!
Segundo o site da AMA estas lojas de 2.ª geração esbanjaram cerca de 40 milhões de euros.
Várias perguntas mereciam da AMA e do governo(??) resposta concludente, sem remedeios e falsos argumentos:
1.º - qual foi o custo desta lojinha no VIVACI?
2.º - quanto vai ser a renda? Se é que vai haver renda.......
3º  - já sabemos que com o encerramento da maioria das lojas no centro comercial VIVACI, a obra do regime, o projecto tem que ser rentabilizado pela FDO. Ora como as iniciativas da câmara municipal têm-se revelado fiascos atrás de fiascos, havia que proporcionar aos promotores do projecto, que receberam do submisso executivo camarários a «promessa» de um «el dourado», uma fonte de lucro. Houve que «negociar» com a AMA uma forma de compensar o investimento. Ou seja, ocupar as lojas que não se conseguem alugar. Assim, surgiu a parceria, mais uma, Valente/Sócrates. Quanto vai custar a TODOS NÓS mais este devaneio dos poderes amigos?
A câmara já tinha cedido lojas a todas as organizações amigas, desde associações dos «amigos da boa pança», aos «amigos do porco no espeto», às «virgens debutantes da rua do carvalho», às «irmãs da santa caridade dos pobrezinhos» e dos «pedreiros da santa aliança». Toda a agremiação sediada e registada na SAPEG (Sociedade Anónima dos Polidores de Esquinas da Guarda) tem a «sua lojinha» no VIVACI.
Agora, abre uma loja do cidadão, de 2.ª geração, cuidado, não é uma lojeca qualquer, nada disso!!!
Não seria mais útil recuperar tantos e tantos imóveis, degradados, abandonados, daqueles que os guardenses e não só, valorizam e têm valor patrimonial para TODOS?
Nada, a câmara pensa sempre e só nas parcerias e no despesismo modernista sem quaisquer resultados para a recuperação patrimonial, tão importante e urgente neste concelho onde, cada vez mais, a bacoca e parola forma de pensar é ainda tacanha.
A AMA é, seguramente, a mama de muita e porca gente!!!