segunda-feira, maio 24, 2010

O “parolo”

A Assembleia Municipal (AM) da Covilhã aprovou, por unanimidade, uma moção apresentada pelo PSD para a passagem do Centro Hospitalar a Hospital Central.
O documento surge depois de o presidente da Câmara da Covilhã (CMC), no 25 de Abril, ter lançado o repto.
Ou seja, Carlos Pinto deu o mote e o PSD cantou.
Carlos Pinto comentou as críticas do Governador Civil da Guarda, Santinho, que recentemente o acusou de se colocar “em bicos de pés” a propósito desta pretensão, como uma "parolice”.
“Precisamos de um hospital central e não é um governador civil que me vem conter nesta luta que vamos ganhar”, afirmou. “Senti pena do sr. governador ao tentar responder-me, nos termos em que o fez, com falta de nível, como se eu estivesse a exorbitar e ele estivesse dentro das suas competências. Acham que cabe a disputa política, como ele o fez, ele ou a governadora de Castelo Branco?”, questionou.
“Façam o relatório da segurança, dos acidentes, do diz-se que diz, da trica dos distritos e fiquem caladinhos. Não têm voz legitimada para fazerem o que andam a fazer”.
Para Carlos Pinto os governadores civis “são figuras tristes da política portuguesa, olheiros do Governo” que no seu entender “devia determinar a sua extinção” porque “quem exprime a vontade das populações é quem foi eleito pela vontade do povo”.
Carlos Casteleiro, do PS, também defendeu o hospital central na Covilhã.
O médico acrescentou ainda que Carlos Pinto “causou nervosismo aos governadores civis de Castelo Branco e Guarda que têm que se deixar de políticas caseiras sem qualquer tipo de representatividade nestes distritos.
De todas as atordoadas de Pinto, o Carlos, há no entanto um aspecto que tem razão.
Os Governos Civis deviam ser extintos. Toda a razão senhor Pinto. Só que, era bom que se lembrasse, foi num governo do PSD mais CDS que a hipótese foi colocada. Só que, a parasitagem é grande, grande de mais para a pequenez do País e, quando assim acontece, fala-se, intenciona-se, atenta-se para tudo ficar rigorosamente na mesma.
Já quanto à questão da «passagem» do Centro Hospitalar a Hospital Central a questão é exactamente a mesma, na forma, ou seja continuidade da parasitagem só mudam as personagens. Já sabe que todo o alvoroço levantado na capoeira tem uma só razão. A entrega da gestão do hospital da Covilhã ao Grupo Mello. Não é, nem nunca o foi a razão de maior e melhor prestação de serviços e cuidados de saúde para os distritos da Guarda e Castelo Branco. Não se trata de rentabilizar seja o que for. Nem o argumento de que a Faculdade de Medicina da Universidade da Beira Interior se situar na Covilhã, colhe qualquer justificação para a criação de um Hospital Central. Saberão os doutos senhores que muitos dos estágios são realizados no Hospital da Guarda?
Quem ganharia com a transformação do Centro Hospitalar em Hospital Central? A Covilhã.
Todas as outras cidades perderiam em favor da Covilhã.
Quem poderá estar interessado em tais transformações? Importa, isso sim, que todo o interior tenha uma única voz de defesa dos seus legítimos anseios e não esta palhaçada das lutas pelas capelinhas que não passam de ermidas de um são nunca qualquer. Juízo e discernimento em defesa de uma e uma só região - o interior. 
Que o senhor Pinto, o Carlos, amigo e cúmplice de um outro Pinto, o Sócrates, tudo conseguirá, não se duvide.
Agora que um PS fique mudo e calado e pactue com tais «jogadas» já se estranha e muito.
E, já agora, alguém ouviu os ilustres e putativos deputados eleitos pelo distrito da Guarda tomarem alguma posição? Estranha-se.
Será que lhes interessa deixar correr o marfim para depois aceitarem o facto como consumado, como já aconteceu no passado com outras situações?
É uma estratégia de parolos e, pior de papalvos da pior proveniência.