sexta-feira, abril 23, 2010

Os Convencidos da Vida

«Todos os dias os encontro.
Evito-os.
Às vezes sou obrigado a escutá-los, a dialogar com eles.
Já não me confrangem.
Contam-me vitórias.
Querem vencer, querem, convencidos, convencer.
Vençam lá, à vontade. Sobretudo, vençam sem me chatear.
Mas também os aturo por escrito.
No livro, no jornal.
Romancistas, poetas, ensaístas, críticos (de cinema, meu Deus, de cinema!).
Será que voltaram os polígrafos?
Voltaram, pois, e em força.
Convencidos da vida há-os, afinal, por toda a parte, em todos (e por todos) os meios.
Eles estão convictos da sua excelência, da excelência das suas obras e manobras (as obras justificam as manobras), de que podem ser, se ainda não são, os melhores, os mais em vista
Alexandre O´Neil.

Como estás actual O´Neil. Os génios são assim meu amigo. Nunca perdem a actualidade. Como te percebo meu amigo O´Neil.
Se cá viesses hoje, como ias rir deste País purista a prosear bonito, a versejar tão chique e tão pudico, enquanto a língua portuguesa se vai rindo, galhofeira , connosco.