segunda-feira, abril 05, 2010

Corrupção dá guarida a muitos

O ex-deputado João Cravinho disse que a "corrupção política está à solta", e frisa que tem sempre grande dificuldade "em encontrar quem queira partilhar" consigo "estas ideias". 
João Cravinho propõe a redução ao mínimo das nomeações para a Administração Pública. E acusa o Governo de José Sócrates de nada fazer para pôr cobro ao problema!!
Recorde-se que João Cravinho foi o autor do chamado "pacote anticorrupção" rejeitado pelo grupo parlamentar do PS na anterior legislatura.
João Cravinho considerou mesmo que "a corrupção política é o problema mais grave do País." Cravinho defendeu a necessidade de o Parlamento assumir o papel fundamental na luta contra a corrupção e criticou a situação actual em que cerca de 700 entidades já apresentaram as suas estratégias anticorrupção quando o Executivo "continua sem ter nenhuma estratégia explícita de luta anticorrupção".
O antigo deputado do PS e actual administrador do Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento voltou a afirmar que "falta vontade política e, o que é mais importante,  determinação e coragem" para combater o fenómeno.
Para João Cravinho  seria importante a "despartidarização da Administração Pública" como base essencial para se ter um combate eficaz em relação à corrupção.
Lembra que se trata de um passo difícil mas necessário, mesmo quando face à Constituição o Governo tem o direito "de executar a sua política".
Sendo necessário conciliar estes direitos do Governo de executar as suas políticas com o combate à corrupção, João Cravinho frisa ser necessário travar "as redes de interesses e de tráfico de influências que se criam na Administração Pública pelo facto desta estar partidarizada" é "despartidarizar a administração pública e escolher dirigentes públicos pelo mérito e competência"..
Por o considerar essencial, foi muito específico nas suas propostas.
Defendeu o fim de nomeações políticas em "toda a administração directa e indirecta, gestores de sociedades de capital público e em empresas onde há participação do Estado".
Apresentou uma solução para os processos de contratação de dirigentes, com a inclusão de uma comissão independente mandatada para organizar o processo de selecção, aberto a todos os cidadãos, propondo depois "dois ou três candidatos". Ao ministro da tutela cabia apenas arrancar com o processo, indicando um perfil, mas escolhendo sempre entre os dois ou três nomes propostos pela comissão.
Já antes tinha explicado o porquê da proposta. A actual lei, denunciou, "conduz à partidarização", falando mesmo em "casos significativos em Portugal de manifestações de redes de tráfico de influência que desviam a administração dos seus objectivos últimos".
João Cravinho propôs que se devia premiar cidadãos que avançassem com processos contra causadores de lesão dos interesses financeiros do Estado. No caso do processo judicial "propiciar activos financeiros ao Estado", "o cidadão em causa teria o direito a 15 a 20 por cento [do valor recuperado], ditado pelo tribunal".
Será que algumas das propostas vão colher apoios?
Duvida-se.
Os boys e o money for the boys é necessário para se ganharem eleições, sejam elas nas legislativas, nas autárquicas, sejam mesmo as da comissão fabriqueira das hostes da paróquia, para fazer eleger os morgados da terra. Sejam eles dadores de sangue, utentes de lares ou «jovens» de filiação fictícia na catequese paroquial.
Tudo a BEM da Nação.
Os morgados de sempre.