quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Ao que isto chegou

Tentar alterar a linha editorial de órgãos de comunicação para não serem hostis ao Governo não é crime de atentado ao Estado de Direito.
Este é o principal argumento usado pelo procurador-geral da República nos despachos que arquivaram o caso que envolve José Sócrates.
Este senhor por acaso, mas só por simples acaso, conhece o caso Watergate??
Não, não o conhece.
Definitivamente.
É que todas as conspirações, encobrimentos e crimes de Estado estão bem representadas nesse escabroso Watergate.
Em que um Dick, o Mentiroso, protagonizou, quase com toda a certeza, a conspiração mais célebre de todos os tempos. Hoje em dia, o escândalo Watergate converteu-se no exemplo típico, que vem à memória de todos, quando se trata de falar dos jogos sujos políticos, de corrupção, extorsão, escutas ilegais, conspiração, obstrução da justiça, destruição de provas, fraude fiscal, uso ilegal dos serviços secretos e das forças de segurança, financiamento ilegal de partidos e apropriação indevida de fundos públicos, todos eles, assuntos dos quais nos vamos (re)lembrando.

Percebeu?
Não sabe, não sonha nem nunca se informou (leu) NADA sobre controlo da comunicação social por parte dos poderes; não sabe o que é uma informação amordaçada; não sabe nem nunca leu nada sobre censura.
Quem produz ou reproduz, vá-se lá saber o verbo e o tempo, o que Pinto Monteiro diz, sobre o controlo da comunicação social é de ingénuo, o que não acreditamos ou então, vai um dia, breve, dar azo a muita penitência.
São muitos os historiadores e estudiosos que se questionaram acerca do motivo subjacente que, segundo as palavras do próprio Nixon, fez com que tudo se corrompesse tão depressa. Ter-se-á de procurar possivelmente a resposta numa peculiaridade psicológica de Nixon que fazia com que se identificasse tão intimamente com a sua função como presidente dos Estados Unidos que interpretava qualquer ataque à sua pessoa como uma ameaça contra a nação.
Confundiu a aversão que muitos cidadãos sentiam em relação a ele e à sua política com a deslealdade à nação.
Que similitude actual!!!

Mas, esquece-se que tudo o que é podre cai!!! 

Segundo informações publicadas pela comunicação social, o senhor Pinto, o Monteiro, após analisar as escutas telefónicas efectuadas no caso "Face Oculta", chegou à conclusão de que pressões e interferências visando imprensa e restantes órgãos de comunicação social favoráveis ao primeiro-ministro não são, por si só, comportamentos puníveis no plano criminal.
Não são senhor Pinto???
Não são porque, não lhe convém que sejam.
Abrir inquéritos, investigar que maçada!!
O senhor até é natural de um porto.....mas de ovelha, esclareça-se!!!