segunda-feira, junho 15, 2009

Governo quer aumentar 15 vezes o preço da água


Em entrevista a um semanário, o Ministro do Ambiente diz que a água em Portugal é muito barata e que a breve trecho o preço das tarifas deve aumentar 15 vezes para "valores consentâneos com o resto dos países da OCDE".
Nunes Correia, o tal que proferiu tais imbecilidades, adiantou também que o governo "não tem qualquer tabu com a privatização da água".
O Ministro do Ambiente considera que o agravamento da factura com a água será inevitável para os portugueses, com a tarifa a ter de subir dos actuais 0,1% para 1,5% do rendimento das famílias, 15 vezes mais.
O ministro justifica a decisão com o facto de a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico recomendar "que os encargos mensais de uma família com o abastecimento de água e esgotos não ultrapassem os 2,5% do rendimento familiar".
"Em Portugal, na generalidade dos casos, os valores são 10,20,25 vezes menores. São da ordem dos 0,1% do rendimento - inaceitavelmente baixos na confrontação internacional" sustenta o ministro.
O facto de existirem numerosas famílias com dificuldades para pagar as facturas da água, situação que se agravou com a crise económica e com o aumento da precariedade, não parece preocupar o Ministro.
Por outro lado, de acordo com um estudo desenvolvido pelo IRAR (Instituto de Águas e Resíduos), relativo aos tarifários em vigor em 2007, o encargo médio com o abastecimento e com serviços de saneamento de água, para um cliente doméstico, rondava os 157 euros anuais, ou seja, cerca de 13 euros mensais, perto de 2% do salário médio em Portugal (cerca de 700 euros). E se dúvidas existissem, este gráfico do Programa das Nações Unidas para o Ambiente mostra que em Portugal se paga mais pela água do que em Espanha e Itália.
São dados que desmentem as contas do Ministro do Ambiente.
Mas, os Portugueses já se habituaram a contas erradas dos ministros; ou pior, os Portugueses também já sabem que os ministros deste, como de outro governo, dos partidos da governação, sabem muito bem manipular os números.
É inaceitável que num país com 2 milhões de pobres, 500 mil desempregados, uma média salarial das mais baixas da Europa e um alarmante nível de endividamento familiar, a preocupação do Governo seja aumentar as tarifas da água, um recurso vital e necessário ao bem-estar das populações.
O que o putativo ministro não diz, porque a isso é obrigado face aos inúmeros interesses, é que hoje em dia tanto paga o pensionista para tomar banho ou cozinhar como o campo de golfe para a sua rega.
Isso o ministro não diz, a bem dos PIN do Pinho, não é???