terça-feira, fevereiro 17, 2009

As fortunas das minas


O Correio da Manhã publicou uma reportagem que coloca em destaque a podridão da justiça e do poder autárquico em Portugal.

Tudo isto a propósito de Mesquita Machado (M&M), o presidente da Câmara Municipal de Braga há mais de 32 anos.
Durante oito anos a Polícia Judiciária do Porto investigou a família de M&M, e apesar de ter descoberto um autarca com uma vasta fortuna, e com muito dinheiro não se sabe bem de onde veio, a PJ arquivou o processo.

Um facto estranho é que os valores transaccionados nas contas bancárias da família foram sempre bastante superiores aos rendimentos declarados.
Segundo o Ministério Público um dos motivos para não ser possível estabelecer o nexo de causalidade entre o enriquecimento e qualquer facto ilícito foi a falta de colaboração de outras entidades. A Inspecção-Geral de Finanças afirmou que não tinha meios para analisar a informação recolhida.

ESPANTO???
Não tinha meios???
Que meios???
Será falta de neurónios???

Também a Inspecção-Geral do Território recusou colaboração por não ter competência para investigar ilícitos criminais(?).
Não tem competências??? Recusa colaborar??
Mas afinal quem tem competência ao menos em COLABORAR???

A Polícia Judiciária apurou 2 milhões e meio de depósitos bancários nas contas do «camarada» M&M, da sua mulher e dos filhos, durante os 8 (oito) anos de investigação(?), sendo que os rendimentos declarados, não ultrapassavam milhão e meio!!!

As minas bem de ver......

Acresce ainda o facto de existirem vários casos de depósitos em cheque nas contas de familiares de M&M que partiram de empresários bracarenses, como prendas de ... casamento!!!
O CM, que teve acesso ao processo, relata vários sinais de riqueza da família, onde os filhos também desempenham o seu papel. Carros de alta cilindrada, moradias de luxo, quintas e negócios suspeitos: o filho comprou um café no centro histórico por 400 mil euros, e a filha, pouco tempo depois de terminar o curso, adquiriu uma farmácia no valor de 450 mil euros. O genro de M&M que «recebeu» vários cheques de empresários que totalizaram cerca de 100 mil euros. Além de vários cheques de milhares de euros de empresários da construção civil de Braga endereçados à família.

Ficaram sem resposta as perguntas que qualquer cidadão gostaria de ver respondidas em tempo útil, aliás para que TUDO ficasse devidamente esclarecido:
-haverá, ou não, relação entre o licenciamento de certas obras ou a sua adjudicação pelo município e o enriquecimento de M&M ou dos familiares?

Grave, igualmente, é o reconhecimento por parte do Ministério Público do reconhecimento das fragilidades de uma investigação que esteve parada quase 7 (sete) anos(???).
Justificações já dadas e contadas para outros casos similares ou emparelhados.

Mas, nem só os empresários da cidade dos «arcebispos» são visados na investigação.
Também Manuel Nabeiro, o dono da Delta cafés, deu ao filho de M&M, Francisco Machado, segundo a investigação, mais de 75 mil euros para restauração de um café, o Astória, entretanto comprado pelo filho de M&M, a preço de saldo.
De como a Caixa Geral de Depósitos aceitou emprestar 300.000 euros a uma filha de Mesquita Machado, servindo este de fiador e não tendo bens, coitado (garante o CM)!...
Apesar dos indícios, a PJ não encontrou provas de conduta ilícita de M&M.
Pelo país fora, haverá outros exemplos semelhantes.
O poder autárquico é uma selva!
O camarada do Ps, Mesquita Machado é um dos representantes da dita esquerda «social» de Sócrates.
Outros «camaradas» do Ps proliferam por autarquias e outros corredores de poder, sem que ninguém ouse incriminá-los. São os donos absolutos desta vigarice a que chamam transparência democrática.
Que transparência?
A limitação dos mandatos, nos vários poderes, seguramente que reduziria estas INFLUÊNCIAS.
Não o quiseram, lá sabem porquê!!!