segunda-feira, julho 28, 2008

Quem se mete com o Ps!!!!!


Há "factos anómalos" na lei contra a corrupção, diz João Cravinho numa entrevista ao Diga Lá, Excelência, programa do PÚBLICO, Rádio Renascença e RTP2.

O entretanto criado Conselho para a Prevenção da Corrupção é, para o ex-ministro das Obras Públicas de António Guterres, "uma entidade de forte pendor governamental" em que alguns membros "vão ser juízes em causa própria".

«Na grande corrupção de Estado, toda a gente tem a sensação que estamos numa situação muito complicada e em crescendo, porque a grande corrupção considera-se impune e age em conformidade e atinge áreas de funcionamento do Estado, que afectam a ética pública.», acrescentou João Cravinho.

Assume como uma derrota pessoal o facto de o sistema de combate à corrupção que deixou no Parlamento não ter sido aprovado, assumindo «essa derrota como um soldado no campo de batalha que combateu mas foi derrotado pelo inimigo».

Inimigo, que segundo Cravinho, «não é um tipo de actividade meramente legislativa e não existe uma receita única. O que me apercebo é que, mesmo ao nível do processo legislativo, há um condicionamento tal que faz com que as medidas essenciais não sejam tomadas. E mesmo quando se tomam medidas, aparecem factos anómalos na própria legislação nova que são difíceis de entender. Vou dar-lhe um exemplo na Lei 19/2008, que tem o que resultou dos meus primeiros pacotes de uma forma bastante restrita. Estava convencido de que uma das medidas que tinha sido adoptada era o registo das procurações irrevogáveis. E dei de barato que assim tinha sido feito. Um dia destes, ao ver a legislação mais uma vez, caem-me os olhos sobre o artigo primeiro, vi lá uma palavra e achei: "que coisa esquisita". Então, foi adoptado de facto a obrigatoriedade de registo das procurações irrevogáveis só para os imóveis. O que é que sucede? Carteiras de títulos, dinheiro, contas bancárias, obras de arte, activos financeiros, off-shores... tudo isso pode ser alvo de procurações irrevogáveis. Alguém convenceu o legislador que o problema estava nos imóveis e o legislador aceitou essa interpretação sem ver que, ao mesmo tempo que fixava os imóveis, abria 30 portas onde a corrupção podia continuar a fazer tranquilamente a sua vida.E foi derrotado por quem?O meu grupo parlamentar tomou uma posição muito clara que não estava de acordo com as minhas propostas, no uso de poderes que são os seus. E afirmou isso com toda a clareza. Portanto fui derrotado por todos aqueles que não concordaram comigo. Isto não tem nada de extraordinário. O que é importante é saber se as ideias em si mesmo, o seu conteúdo, se não deveriam ter tido outra sorte.»

De imediato surgiu um comunicado de Alberto Martins, «comandante» em exercício na bancada do Ps onde afirma que «o Ps não recebe lições de Cravinho»!!!
Ou seja, uma versão «batida» da célebre frase do senhor Coelho: «Quem se mete com o Ps......»!!!