quarta-feira, novembro 29, 2006

terça-feira, novembro 28, 2006

A entrevista


Os três semanários da cidade, «presentearam» os seus leitores, com uma entrevista ao presidente da Câmara da Guarda.
Logo os três!
Se a razão fosse os 807 anos da cidade, ouvir o presidente da Câmara não era mal pensado, desde que se ouvisse, também, toda a oposição e não só uma parte.
Mas, só um semanário dá como justificação a comemoração dos 807 anos.
Outro, justifica a entrevista com o título: «Quatrocentos dias de mandato»!
Quer dizer que aos 800 haverá outra e aos 1000 outra ainda!!!
Estranho!!!
Por último o outro semanário, diz em título: «J.V. em entrevista após um ano à frente da Câmara da Guarda»!!!
Cada um escolhe o melhor título para justificar a entrevista!
Deixemos o motivo das entrevistas e analisemos o mais importante - a entrevista.
Ou seja vamos tentar perceber o que foi dito mas, também, e principalmente, o que não foi dito.
Em primeiro lugar, fica-se com a ideia que a entrevista foi concedida em simultâneo aos três jornais.
Logo, não foi uma entrevista a cada jornal, mas sim, uma conferência de imprensa.
O que foi dito pelo presidente, é muito pouco, nuns casos vago, noutros confuso, sem ideias estratégicas para um concelho que, dia após dia, tudo perde quer por inércia do poder local, quer por imposições do poder central, dos «lobbies» regionais que vão, cada vez mais, tendo maior peso do que as «amizades» e as «magistraturas de influência».
Escudou-se no chavão da «crise» nacional, sem no entanto, apresentar soluções, ou seja sem criatividade.
A «entrevista», resume-se a dois pontos:
- finanças da autarquia;
- desenvolvimento do concelho.

As respostas que o senhor presidente dá para estes dois temas são repetitivas, não acrescentando nada ao que já tinha dito noutras alturas.
Quanto a finanças:
Ficamos a saber (não era já do domínio público?), que a situação financeira da Câmara é caótica.
Quando, questionado sobre os compromissos da Câmara, na ordem dos 80 milhões de euros e tendo apenas receitas de 30 milhões de euros, onde pensava o presidente ir buscar 50 milhões que faltam, tendo em conta que o celebérrimo Contrato de Reabilitação Financeira, o tal do «barro atirado à parede», também falhou, a resposta não pode tranquilizar ninguém. «É um processo que tem de ser progressivo ao longo dos anos. Mas consegue-se, por um lado, na diminuição das despesas correntes e, por outro, no aumento de receitas. Isso é linear e é a preocupação que temos que ter no futuro, o sermos bastantes selectivos em termos de investimento.», ou seja diminuir custos e aumentar receitas.
Claro, senhor presidente, essa resposta é mesmo linear e trivial.
Só que reduzir custos como? diminuir o número de funcionários da Câmara?
E, como reagiria a «sua» clientela política?
Aumentar receitas?
Bem pode fazê-lo se estiver a pensar na especulação imobiliária, na alteração do PDM, para dar resposta à ganância de uns quantos, no aumento dos impostos, isto é, onerar mais os poucos cidadãos que vão resistindo à fuga para o litoral, onde tudo existe, pago, também, por nós, cidadãos do interior.
Quando questionado sobre erros da autarquia no que concerne a investimentos e, em ter gasto mais do que aquilo que poderiam gastar, a resposta é elucidativa.
«Isto é um processo que vem de há muitos anos. Os encargos com o pessoal aumentaram, as receitas não aumentaram, o investimento foi sempre feito, recorrendo ao financiamento e aumentando o endividamento».
Ou seja, foram 30 anos de governo PS.
Depois, havia que criar uma clientela partidária, uma «família», que fosse a base de apoio da sustentabilidade da governamentação PS. Instrumentalizou-se, partidariamente, a contratação de pessoal. Perpetuou-se a subserviência da clientela através de sucessivos «concursos» com destinatários próprios, personalizados, não olhando a competências, mas ficando-se pela «postula» de interesses inconfessáveis.
Ou seja tachos distribuídos pelos «amigos»!!!
Em termos de encargos com pessoal, será de admitir que acabaram, na Câmara da Guarda, as «horas extraordinárias», para «certos» funcionários? Receber horas extraordinárias, pelo trabalho não realizado é no mínimo depauperar, abusivamente, as finanças públicas.
E, será que os «funcionários da carreira» vão estar mesmo ao serviço?
Estas e outras situações importa que terminem, para o bom nome da instituição e principalmente para a credibilidade de um serviço que deve ser exemplar, isto é de «excelência».
Aliás, senhor presidente, é o senhor que diz «O autarca e as autarquias do presente e do futuro vão, fundamentalmente, dar enfoque a um bom serviço ao cidadão na manutenção e conservação urbana de qualidade, criar padrões de vida na sua cidade, tornar as cidades competitivas e atractivas. Penso que vai ser esta a grande preocupação dos autarcas
Pensa o senhor e exigimos todos.
Só que, infelizmente, senhor presidente não é isso que se verifica.
O bom serviço ao cidadão na manutenção e conservação urbana de qualidade não é, supostamente, tratar o património cultural da forma que a autarquia tem tratado os jardins, os espaços verdes(onde os há), o Parque da cidade, o Centro Histórico, as ruas, avenidas e passeios. Ou seja, proporcionar qualidade de vida aos cidadãos.
Onde está o padrão de vida?
Chama padrão de vida à ausência de transportes públicos entre os vários bairros da cidade? Chama qualidade de vida obrigar os cidadãos a utilizar viatura prória, transformando a circulação e estacionamento na cidade num verdadeiro caos?
Chama qualidade de vida ao estado calamitoso do piso das estradas?
Chama qualidade de vida às frequentes inundações nas rotundas da VICEG?
Chama qualidade de vida à falta de emprego para os jovens do concelho?
Chama qualidade de vida à ETAR que lança um cheiro nauseabundo para toda a área envolvente?
Chama qualidade de vida a um concelho, onde cada vez mais abrem centros de dia e se encerram escolas?
Chama qualidade de vida à redução dos transportes entre as freguesias e a sede do concelho, sabendo-se que os principais utilizadores são cidadãos de fracos recursos e idosos?
Chama qualidade de vida a uma cidade que ainda reclama o epíteto de capital de distrito, mas cada vez mais perde serviços, na área da saúde, segurança, ensino, obrigando os seus habitantes a terem de procurar os serviços noutro distrito?
A situação no concelho, não é de modo nenhum «um padrão de vida» que os seus cidadãos merecem.
Mas desiludam-se os mais optimistas por que 2006 não foi o "annus horribilis"da Guarda.
Ou seja, em 2007 muito pouco ou nada será projectado e executado e pior, vão-se deteriorar as estruturas existentes.
«O ano de 2007 vai continuar a ser um ano difícil sob o ponto de vista financeiro. É o ano das candidaturas ao próximo Quadro Comunitário. Mas espero mais do que em 2006, embora tenha a noção de que continuará a ser um ano difícil em termos da resolução do desequilíbrio orçamental. », palavras do presidente.
Começar a preparar as candidaturas aos fundos comunitários, o dinheiro faz falta, para depois alargar os cordões à bolsa em período próximo das eleiçoes autárquicas.
O «filme» repete-se.
Já «passou» no palco da vida dos cidadãos do nosso País!!!
Aliás, a actuação da câmara é em tudo à imagem e semelhança do poder central, do governo de Sócrates.
Nem faltou a célebre citação «até porque a economia, começa a dar sinais de alguma retoma», só faltou mesmo a célebre citação à ministro Pinho, «o fim da crise»!!!!
E, até na abordagem aos problemas, a receita é «copy and past» da do poder central.
Vender o património para depois aumentar os impostos, é a palavra de ordem.
Quando confrontado com a questão de se saber se houve redução da dívida, a resposta foi lapidar: «Em termos de instrumentos até aumentámos a dívida. Por várias razões, porque, tendo obras importantes em curso para a cidade, tivemos que recorrer a financiamento para fazer face a essas necessidades. Por outro lado, todas as obras que se façam vão contribuir para o aumento da dívida.»
Mas, senhor presidente, onde estão as chamadas «obras importantes» iniciadas pelo senhor?
Se o «em curso» quer significar obras a terminar, logo iniciadas pela sua antecessora, então está a colocar em causa toda a planificação e execução da anterior gestão camarária.
Grave, muito grave.
Não é o senhor que diz que conhecia toda a situação da câmara?
Mas, o rombo maior veio com o chamado caso «Quinta do Alarcão».
Quanto ao processo, o senhor não quis adiantar nada.
Claro, quem cala consente!!!
«O importante neste momento não é avaliar se foi bem ou mal conduzido. O processo foi devidamente acompanhado por advogados, mas, por vezes, nem sempre aquilo que parece é. Perante a opinião pública e a análise de um qualquer cidadão ou observador, os pressupostos que foram provados e aceites pelo Tribunal na avaliação violavam o Plano Director Municipal. O que parece um absurdo.». Será um absurdo senhor presidente?
E a permissão para o aumento da volumetria do prédio próximo à Quinta do Alarcão, não determinou uma maior valorização da zona? Não terá ele também violado o PDM?
Ainda no que diz respeito às finanças locais, ficou-se a saber que vai haver receitas «extraordinárias», melhor seria dizer «ordinárias», tal é a frequência com que o poder as utiliza para arrecadar verbas, para colmatar as derrapagens e a falta de liquidez financeira.
Venda de património.
Diz o senhor presidente que «Temos que ser bastantes criteriosos nestas questões. A Câmara tem equipamentos e bens que pode valorizar e esta poderá ser uma forma de obter receitas. Ou seja, um dos caminhos poderá ser a venda de algum património não necessário à actividade autárquica, valorizando esse património através de estudos da rentabilidade económica».
Aqui está a fórmula mágica.
Vão-se os anéis fiquem os dedos!!!
O Hotel Turismo, o «célebre» Matadouro, terrenos e equipamentos, tudo em venda.
Ou seja, a fórmula do costume, para «saldar» o défice de orçamento.
Só que o mais grave veio a seguir: «Há estudos feitos, mas o grande problema é que o seu uso neste momento não é para construção. Portanto o novo PDM e outros instrumentos de planeamento terão que ser implementados». «Também é uma hipótese e enquadra-se no exemplo que referi. Ainda está como Matadouro, pelo que é necessário retirar-lhe esse "título" para que possa ser vendável».
Ou seja, o objectivo da alteração do PDM é a construção.
É assim, no caso GuardaMall também o é no caso da venda do património. Tudo ligado!!!
Especulação imobiliária, ganância dos empreiteiros e construtores, submissão da câmara.
O encaixe financeira à custa do património público «cinco milhões de euros». «Durante os três anos do mandato poderei conseguir estas receitas».
Claro, tudo bem claro.
As trapalhadas para a alteração do PDM têm a lógica e a marca contabilistica do acervo à construção ilimitada.
Vender para depois construir, construir para aumentar as receitas do IMI.
O círculo e o circo estão bem delineados, calculados que nestas coisas de vendas há que ter todo o cuidado não vá o diabo (Tribunal de Contas) tecê-las!!!
É a lógica das autarquias sem cultura urbanística com um único objectivo, aumentar receitas sem olhar à requalificação e recuperação dos imóveis existentes.
Por fim, e querendo o cidadão contribuinte, o que não tem acesso às «contas claras», saber de quanto é a dívida da Câmara a curto, a médio e longo prazo a resposta foi «eloquente», «A dívida a curto e médio prazo será semelhante à de longo prazo. A soma das duas totalizará 45 milhões de euros».
Esclarecedor, não acham?
Senhor Presidente perdeu uma excelente oportunidade de ser claro com todos os cidadãos do concelho. Mais uma vez fugiu ao problema. Não há motivo para tal. Seja claro num assunto tão sério como este das dívidas.
Pedir muito?
-Desenvolvimento do concelho:
Neste capítulo, a actuação da Câmara foi mais um fracasso.
«Foi um ano que se iniciou com algumas expectativas centradas naquilo que poderia ser uma alavanca para o desenvolvimento de uma infraestrutura importante para a economia nacional, que era o projecto de parceria com o consórcio Novas Energias Ibéricas(...)
«(...) É claro que, para a cidade, foi uma grande perda, pois era a oportunidade de lançar a Plataforma Logística e a área industrial.»
Começou a Câmara por apostar forte num único parceiro, a Iberdrola do deputado do PS pelo círculo da Guarda, doutor Pina Moura.
Falhou o projecto, apesar da Câmara «ceder» os terrenos.
Quer dizer, apostou no cavalo errado, nesta corrida das energias.
A EDP ganhou à Iberdrola.
Quanto à PLIE, o mesmo.
Diz o senhor presidente que «Há alguns contactos e aproximações a várias empresas(...)», acrescentando logo de seguida «Portanto, não vai criar o emprego que muitas pessoas pensam».
Afinal a âncora do desenvolvimento do concelho falhou?
Mas de projecto em projecto, todos falhados, vai o cidadão assistindo atónito, à total derrocada do concelho em termos de desenvolvimento. Os empregos não surgem. A desilusão toma conta dos que acreditavam que era possível um concelho próspero e moderno. O fatalismo teima em ser um desígnio destas terras.
As obras são um verdadeiro pára- arranca, exemplos, o da Biblioteca Municipal, a conclusão da VICEG, a ligação da rotunda da Ti Joaquina à VICEG, os arruamentos dos Castelos Velhos, a ligação do Bairro Nossa Senhora de Fátima até à VICEG, a estrada do Rio Diz ..... .
Tudo adiado. Até quando?
Quanto à CulturGuarda, muda-se o modelo de gestão e « (...) Agora é preciso ser afinado e se se demonstrar que não foi o melhor, estamos a tempo de encontrar outro mais equilibrado para que as finanças do município não sejam agravadas como o estão a ser neste momento. O encargo com a CulturGuarda representa actualmente cerca de 900 mil euros e tem alguma relevância no orçamento da Câmara, mas é insustentável (...)»
A lógica é experimentar modelos de gestão. Mas será que o problema é só de gestão, senhor presidente?
Não existem mecanismos para apurar responsabilidades, para avaliar trabalhos, actividades e projectos, para exigir uma gestão de rigor e de controlo orçamental.
E, em termos de programação, apostar na formação cultural de um maior número de pessoas e não ser apenas pertença de uma «elite». Não seria tempo de apostar «na prata da casa» com muito menos custos e de igual ou superior qualidade?
Não há tempo para experiências e muito menos para projectos «pseudo vanguardistas».
Há falta de tempo e, principalmente de dinheiro!!!
«Temos que ser mais criteriosos na gestão.», diz o senhor presidente.
Mas não o foram? Grave.
«(...)O TMG tem de criar outra sustentabilidade para que se possa manter, porque não sendo assim a sua manutenção causa problemas(...)».
Ameaça de encerramento?
Não é isso que se exige. Exigi-se rigor em todos os actos, desde a gestão até ao mais pequeno pormenor. Por exemplo, senhor presidente, por que não acaba de vez com a distribuição gratuita de ingressos nos espectáculos? É que não são poucos, pelo que consta. Por que não acabar de vez com todos os privilégios e regalias de uns quantos? A gestão rigorosa dos espaços de lazer. É que constatar que a máquina do tabaco dava prejuízo, é muito grave. Mas não é só a máquina do tabaco há muitas outras bem mais onorosas.
O velho tema: Hospital.
Quanto a hospital novo, NADA!!!! Já foi!!!!
Diz o senhor presidente que «(...)Acredito que haverá um novo hospital pela via da requalificação e ampliação(...)».
Ou seja não é um Hospital novo mas sim um novo Hospital !!!
O trocadilho engana os mais incautos.
Bem senhor presidente, não o será para breve, pois a verba inscrita no PIDDAC para o próximo ano, no que diz respeito ao Hospital, não dá nem para consertar o bloco operatório que de tempos em tempos encerra por falta de condições. As inundações são mais que muitas. Degradação de materiais e pior, põe em risco a segurança dos doentes e do pessoal do hospital. Mas, mesmo a «nova» ampliação não oferece nenhuma segurança. Chove em muitos serviços. Espaços exíguos e sem a menor qualidade de funcionamento para doentes e pessoal hospitalar.
Mas logo a seguir, o senhor presidente faz futurismo: «(...) O que sei é que o futuro Hospital da Guarda vai ser candidatado no próximo Quadro Comunitário como um Hospital de ponta que dê resposta às valências que estão a ser acordadas no âmbito do Centro Hospitalar da Beira Interior e dando algum enfoque à investigação. Será uma estrutura de ponta em função da própria Faculdade de Medicina da UBI(...)».
Registámos a afirmação. Cá estaremos para confirmar se aquilo que o senhor «sabe», é ou não verdade.
Concordamos, senhor presidente que «(...) Nenhuma cidade pode ser atractiva se não tiver bons cuidados de saúde, o que lhe confere um competitividade importante(...)».
Absolutamente verdade, senhor presidente, sem investimento público não há nem pode haver desenvolvimento, não há nem pode haver atracção e competitividade. Mas, não se esqueça que nós, os cidadãos do interior pagámos a Expo, a ponte Vasco da Gama, o Metro do Porto, e outros investimentos todos localizados no litoral e agora vamos pagar a OTA e o TGV.
Será que ainda haverá espaço financeiro para «o futuro Hospital da Guarda»??
Duvidamos.
É que temos memória.
Recordamos o melodrama de há uns anos, poucos, da discussão dos terrenos e dos projectos para o «novo Hospital». Resultado? Nada. Apenas remendos e mais remendos sem qualidade.
Promessas e mais promessas!!!!
Quanto à Maternidade e às valências do Hospital da Guarda, no primeiro, fica-se pela «decisão política do 1.º ministro e do ministro da saúde», muito pouco para quem tem responsabilidades na defesa dos interesses das populações.
O mesmo quanto às valências, descartando responsabilidades para «(...)as negociações» entre as administrações hospitalares e a tutela(...)».
Ou seja, o mesmo de sempre, nada de compromissos nem tomadas de posição que «belisquem» as amizades.
Os interesses da região ficam para depois.
E, por que estamos a falar de saúde teria sido interessante conhecer a opinião do autarca, relativamente ao encerramento dos centros de atendimento permanente. Bem sabemos que é um assunto que afecta o distrito. Mas temos de ser solidários com as populações do «nosso» distrito. Ou será que a «nova regionalização» imposta por decretos, permite que não se fale em distrito?
Melhor exemplo, a «visão» do autarca sobre o ensino superior «(..) É possível apostar neste eixo de Castelo Branco, Fundão, Covilhã e Guarda(...) assim haja vontade política para o fazer. Será por aí que temos que seguir. (...)Portanto é preciso apostar em cursos que sejam um valor acrescentado para a economia regional e local(...), (...) a UBI continuará a ter importância que sempre teve no interior e será fundamental para criar este centro universitário do interior».
Dúvidas quem as tem, certezas são mais que evidentes?
Sobre o processo "Guarda Mall" nada explicou sobre o envolvimento da autarquia na sociedade com a TCN.
Estranho!!!
Quanto ao anunciado Fórum Theatrum e outros que se foram anunciando, a resposta a mesma de sempre, «Eu penso que o centro comercial que se vai localizar junto ao centro histórico é um factor positivo para essa zona e para os comerciantes, porque o comércio tradicional não interfere directamente com os centros comerciais. Todos nós precisamos de centros comercias e temos as nossas lojas de bairro(...)».
Brilhante senhor presidente!!! O senhor não tem lido os jornais nacionais nem os locais. Veja o que dizem os comerciantes, os do comércio tradicional, por exemplo da Covilhã.
As vendas caíram vertiginosamente com a abertura dos centros comerciais. Essa de que os centros comerciais não interferem com com o comércio tradicional nem o Engenheiro Belmiro de Azevedo se atreveria a tanto.
Quem quer acreditar no engodo???
Quanto a estacionamentos e, gorado mais um projecto, o do tão propagandeado estacionamento subterrâneo em frente à escola de Santa Clara, por falta de «interessados», dizem-nos, eis que é anunciada, para 2007, mais uma parceria esta com Associação Comercial da Guarda, para a construção de um parque num terreno situado nas traseiras daquela Associação, sendo que a própria Cãmara também contribuirá com um terreno na zona adjacente (inferior à Torre de Menagem) por forma a criar a área suficiente.
Será que o IPPAR sabe da situação? Está lá uma Torre de Menagem, sabiam?
Será que foi feito o devido estudo em termos de segurança, a poucos metros funciona uma escola, sabiam? e o impacto ambiental?
Resta saber quais os termos da parceria e quem será beneficiado com o «novo» parque de estacionamento.
É que do cinzento dos dias e das esperanças passou-se para o verde.
Verde da esperança? Não, este verde que tanto se falou é o da estrada, a anunciada "Estrada Verde", um projecto de ligação rodoviária directa ao maciço central da Serra da Estrela.
Mas de estrada nada! Verde só mesmo a esperança!!!
E de esperança, em melhores dias, anseia o Polis.
De projectos iniciais megalómanos passou-se para uns projectos pensados à medida e gosto de provincianismos bacocos, apresentados e executados à pressa por que o dinheiro começava a faltar.
Resultado, tudo a água do Mondego vai levar, planos de pormenor, dinheiros e....até o relógio que nada marca mas que insiste, teimosamente, em recordar o compasso e o passo de um Polis que se queria e desejava como elemento transformador e de requalificação de espaços e áreas da cidade, numa perspectiva, essa sim, atractiva.
Anuncia-se que « (..) Alguns projectos do Polis estão preparados para serem candidatos ao próximo Quadro Comunitário de Apoio(..) ». E, que « (..) Poderá haver projectos que desapareçam(...)». Ou seja, gastou-se tempo e dinheiro para NADA!
Mais e mais do mesmo.
Não é o senhor presidente o «rosto» do POLIS?
Pois é!

segunda-feira, novembro 27, 2006

Novo Salazarismo

«Quem é contra a política do Governo é contra os Portugueses» - Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, do governo de Sócrates.

domingo, novembro 26, 2006

"Os preconceitos têm mais raízes do que os princípios."


Realizaram-se na semana passada, na Guarda, dois encontros relacionados com o património.
Um, sobre o património raiano, outro sobre os critérios de intervenção no património religioso.
O director do IPPAR, organismo que tem sede em Castelo Branco, declarou que « a pedagogia é a melhor forma de preservar e conservar o património», no que foi secundado por Regina Anacleto, da Universidade de Coimbra, que afirmou alto e bom som, « ...de nada vale a legislação se não houver alfabetização junto dos políticos, Igreja e populares».

As orelhas de muitos dos presentes, em especial dos governantes, ficaram a arder.
É que de legislação muito bonita, arquitectada em fundamentos filosóficos com laivos de vanguardismo, para escamotear a realidade e sem resultados práticos, estamos todos fartos.
Basta!!!
Concorda-se que faz falta a regulamentação da Lei Quadro do Património.
Faz, sim senhor!
Mas, quem ganha com a sua desregulamentação?
A especulação imobiliária, os empreiteiros, as câmaras e todos os que fazem do património um negócio, pessoal e coorporativo.
Mas, para além da existência de uma Carta Municipal do Património, urge o Regulamento Municipal do Património, tendo sempre presente que mais importante que regular importa saber recuperar e principalmente preservar, não caindo na tentação de se aumentar incomensuravelmente a área urbanística, roubando ao rural espaço, enquanto o citadino é abandonado.
Alterar o PDM só para gáudio dos empreiteiros e não ter em conta o património já edificado que necessita de reabilitação, é falta de cultura e falta de prespectiva de futuro.
É hipotecar o presente para comprometer irremediavelmente o futuro.
Analisar o património apenas e tão só na lógica ecomomicista é campo aberto à ganância e adulteração dos «negociantes» sem escrúpulos.
Procurar-se uma carta transfronteiriça para divulgar e rentabilizar o diverso património histórico existente nas zonas raianas de Portugal e Espanha é a aplicação da lei de Gresham.
Ou seja, muito em breve a Espanha estaria fora da carta, dado que facilmente compreenderia que da forma como por cá se tratam as coisas do património, não lhes era vantojosa a continuidade no projecto.
Aceitando Pedagogia, como a ciência ou disciplina cujo objetivo é a reflexão, ordenação, a sistematização e a crítica do processo educativo, convinha senhor director, começar desde já a educar muitos dos governantes para a problemática do património.
Alfabetização precisa-se!!!
Já, antes que seja demasiado tarde, tarde demais.
Para que o processo não seja irreversível.

Mostrar serviço?


O vice-presidente do Grupo Parlamentar e deputado eleito, nas listas do PSD, pelo círculo da Guarda, dignou-se vir até terras da «Ribeirinha».
Veio falar de Orçamento de Estado!!!
Dissertou e tornou a dissertar sobre o mesmo.
Ou seja, falou sobre tudo o que já se sabia.
Por isso, nada de novo!!!
O Quadro Superior do Banco Espírito Santo, Secretário de Estado do Tesouro e Finanças, no tempo da ministra Manuela Ferreira Leite, do governo de Durão Barroso, referiu que « o distrito (Guarda) está a ser penalizado pelo facto de o IVA ser mais baixo em Espanha»!!!
Grande novidade senhor deputado.
Mas, o senhor deputado eleito esqueceu-se de dizer que foi no governo de Durão Barroso, sendo o senhor Secretário de Estado do Tesouro e Finanças, que se deu início à «saga» da obtenção de receitas fiscais, através do aumento do IVA de 17% para 19 %, na sequência do Orçamento Rectificativo de 2002.
Esqueceu-se???
Ah! Pois senhor deputado, memória curta e perna longa....claro!!!
Já agora, não disse nada sobre propostas apresentadas na Assembleia da República, em defesa do distrito que o elegeu.
Saberá o deputado eleito o que se passa neste distrito?
Pois é, Lisboa é longe.....cada vez mais!!!

Uns são filhos outros enteados


Segundo a comunicação social, o distrito de Castelo Branco recebeu em Junho, todo o equipamento de protecção individual para bombeiros, «prometido» pelo governo e, até vai ter um reforço.
Na Guarda falta entregar muito desse material, e ao que se sabe, os abrigos contra fogos não vão ser suficientes.
Recorde-se que o bombeiro falecido no combate ao incêndio em Famalicão da Serra, concelho da Guarda, teria sobrevivido, segundo o inquérito, se tivesse equipamento de protecção.
Mais uma a juntar a tantas e tantas outras do tratamento desigual entre regiões.
Já todos(?) sabiamos que havia desigualdade entre litoral e interior agora também entre regiões do interior.
VERGONHOSO!!!!!

sábado, novembro 25, 2006

Centro Histórico da Guarda

Uma mesa cheia de feijões.
O gesto de os juntar num montão único.
E o gesto de os separar, um por um, do dito montão.
O primeiro gesto é bem mais simples e pede menos tempo que o segundo.
Se em vez da mesa fosse um território, em lugar de feijões estariam pessoas. Juntar todas as pessoas num montão único é trabalho menos complicado do que o de personalizar cada uma delas.
O primeiro gesto, o de reunir, aunar, tornar uno, todas as pessoas de um mesmo território é o processo da CIVILIZAÇÃO.
O segundo gesto, o de personalizar cada ser que pertence a uma civilização é o processo da CULTURA.
É mais difícil a passagem da civilização para a cultura do que a formação de civilização. A civilização é um fenómeno colectivo. A cultura é um fenómeno individual. Não há cultura sem civilização, nem civilização que perdure sem cultura.
Almada Negreiros, in 'Ensaios'
Este texto serve de mote a uma, mais uma, denúncia sobre o estado a que chegou a Guarda.
Hoje falamos do Centro Histórico da Guarda.
Queremos mostrar a nossa idignação por tudo o que está a acontecer no ainda designado Centro Histórico. Por que não podemos calar! Por que o património do Centro Histórico da Guarda está cada vez mais a delapidar-se, a ser destruído, a ser objecto de intervenções que são no mínimo duvidosas, nada consentâneas com a História de mais de 800 anos, de que todos nós nos orgulhamos.
Exigimos a quem de direito que nos esclareça se há ou não consentimento por parte do IPPAR para todas as mutilações, destruições e desleixo a que a zona do Centro Histórico está ser alvo.
Recordamos que o Centro Histórico da Guarda é um património não só da Guarda mas do País.
Apesar do esforço de alguns residentes em intervir/reconstruir casas antigas da Judiaria, Rua do Amparo e Rua Nova, assiste-se a um desrespeito por parte da EDP e PT na colocação das linhas e dos respectivos contadores.
Exemplos:



Um caso paradigmático, a casa do Senhor Oliveira, artista plástico, onde foram instaladas dez caixas brancas:

Até o património histórico não é respeitado:

Mas, não são só as empresas de serviços que estão a contribuir para a descraterização do Centro Histórico.
Também, a Câmara Municipal manifesta falta de sensibilidade para o problema e, igualmente, contribui para a degradação do espaço.
No que concerne à higiene e segurança do Centro Histórico as queixas são mais que muitas. Mas, não era necessário ouvir a indignação das pessoas, habitantes, visitantes e comerciantes.
Basta visitar o Centro Histórico as provas são mais que evidentes.
Os lajedos das ruas estão imunes. É óleo dos carros, dos restaurantes, lixo espalhado por todo o lado. A limpeza das ruas não é feita. A recolha de lixo, quando é feita, realiza-se por meio de uma carrinha de caixa aberta. Um atentado a tudo, principalmente à saúde pública.

Com a existência de toda esta lixeira pública, proliferam os cães vadios. Outro perigo público. Há, inclusive, queixas de moradores que já foram alvo do ataque dos cães, incluindo crianças.
O cheiro é pestilento nalgumas ruas.
Prolifera toda a espécie de animais que são um atentado à saúde pública.As sarjetas não são limpas. Algumas, inclusive, estão partidas e são um perigo para todos os que circulam pelas ruas do Centro Histórico.
Temos conhecimento, que muito recentemente uma criança caiu numa dessas sarjetas.

A nível da segurança, pergunta-se, onde estão as bocas-de-incêndio?

Todos aqueles que vivem, trabalham e visitam aquela zona, zona HISTÓRICA, estão em perigo eminente. Se há um incêndio não existem condições para uma rápida e eficaz actuação dos bombeiros. Tome-se em atenção que o Centro Histórico tem muitas casas em abandono total, desabitadas muitas delas e outras «usadas» para a prática de comportamentos desviantes, como é o caso recente, de seringas espalhadas na via pública pondo em risco, principalmente, a vida de muitos jovens e crianças.
Mas, em termos de segurança, as queixas dos moradores e habitantes também não são poucas.
Não há o devido policiamento. O vandalismo ao património acontece a todo o momento.
A segurança de pessoas e bens está em risco.
A iluminação do centro histórico e zona envolvente é deficiente, mesmo com a alteração do tipo de candeeiros «imposta» pelo programa POLIS.
Por outro lado, em tempo de chuva, as inundações são mais que muitas.
Queixas de comerciantes e dos habitantes que vêm os seus bens completamente destruídos.
Mas, quanto a comerciantes, importa referir que existe no Centro Histórico todo o tipo de actividade comercial, umas condignas e outras muito pouco recomendáveis para uma zona que se pretende como o ex-libris da cidade.
Algumas sem a devida autorização camarária e sem o mínimo de condições para funcionarem.
Mas, se a degradação, desleixo e falta de respeito pela História e pelas pessoas é o que está à vista, que dizer da construção desta vivenda em pleno Centro Histórico?
A construção de uma vivenda em pleno Centro Histórico, mesmo em cima da muralha, pondo em risco a sua segurança.




O estaleiro das obras é feito em plena rua, pondo em risco a segurança das pessoas que por ali circulam:

A vivenda com cerca de 400 metros quadrados, com piscina, é do mesmo empreiteiro que, na semana passada ameaçou cortar o trânsito na Praça Velha, caso a Câmara não lhe pagasse as obras que realizou naquela zona.

O Bloco de Esquerda já questionou o IPPAR, Ministério da Cultura, Ministério da Administração Interna, Procuradoria Geral da República, Provedor de Justiça e tenciona mesmo levar o caso ao Grupo Parlamentar, para apuramento de todas as responsabilidades de forma a ser reposta a dignidade, o respeito e a legalidade num espaço que é o Ex-Libris de uma cidade, cujos habitantes são os legítimos legados de um patrimanónio histórico com mais de 800 anos.
No próximo dia 27 de Novembro comemora-se o dia da cidade.
Mas, haverá motivos para comemorar?

Vemos, ouvimos e lemos
Não podemos ignorar
Vemos, ouvimos e lemos
Não podemos ignorar

Nada pode apagar
O concerto dos gritos
O nosso tempo é
Pecado organizado.

Sophia de Mello Breyner Andresen

sexta-feira, novembro 24, 2006

Lucros aos Milhões

O PSD da Câmara Municipal de Lisboa fez aprovar um loteamento que viola o PDM e se situa num local onde se prevê a passagem do TGV.
Tal aprovação dá a possibilidade de o loteador poder vir a exigir muitos milhões de euros a título de indemnizações, isto é, ao aprovar o projecto o PSD passou um cheque em branco ao construtor.
Quem paga?
Os cidadãos contribuintes deste nosso País.
País que, devido às «birras» entre PSD e PS vão dar de mão-beijada milhões a ganhar a um loteador.
Cá como lá ninguém é responsável.
Alguém viu o Presidente chamar a Belém, Governo e Câmara? Claro que não!! Anda mais preocupado em dar um «empurrão» na OPA do Belmiro.
Os políticos que cometem crimes contra o País respondem perante quem???
Nada nem ninguém, passam impunes.
Como pode haver dinheiro para saúde, educação, cultura.......quando é gasto assim?
É o reino do regabofe, tudo lhes é permitido e.....ainda sai uma comenda lá pelo 10 de Junho.

quinta-feira, novembro 23, 2006

Irreal


Lisboa, 22 de Novembro de 2006, início de noite.
Numa sala a cheirar a naftalina, bolorenta, peões de fraque, pajens de paletó, damas da Real companhia bebericavam espumante Luís Pato e provavam reais canapés, enquanto aguardavam a apresentação do livro D. Duarte e a Democracia - Uma Biografia Portuguesa, de Mendo Castro Henriques.
Para fazer o elogio do biografado, a real casa convidou, pasme-se, o republicano confesso Manuel Alegre.
Dizia-se que era uma sessão de lançamento, mas sem direito a dedicatórias nem autógrafos.
O Dom Pio, explicou à plebe que, dado ser dia de aniversário da real mulher, Dona Inês Curvelo, não havia tempo para essas lamechices, do beijo no anel.
«Não posso(ele o Pio), sacrificar o convívio familiar. Já assinei e datei muitos exemplares. Quem quiser uma dedicatória faça-me chegar o livro mais tarde, por intermédio da Real Associação de Lisboa".
Dona Isabel de Herédia, sentada na primeira fila, sorriu e suspirou....
Ah! pois, isto de comunicar com o real Dom Pio não pode ser de outra forma que não seja através de uma Associação real. Os CTT são coisa da ralé.
D. Duarte, em breves palavras, evitou o proselitismo bacoco.
Já Castro Henriques aludiu à necessidade de "estarmos(eles) preparados" para a eventual restauração da monarquia. "Também quase ninguém previu a queda do muro de Berlim em 1989."
Aproveitem, vem aí o 8 de Dezembro.
Manuel Alegre, um dos chefes da Carbonária, certamente nunca imaginou, que o seu neto homónimo, haveria de fazer rasgados elogios ao herdeiro do trono português quase um século após a proclamação da República.
Alegre considerou que "a Pátria está acima da República ou da Monarquia".
Lembrou o avô materno, o carbonário, e o paterno, que "costumava atirar aos pombos com D. Carlos".
Abertura, já, da carreira de tiro!!! Pombos, patos e outros que tais, pois claro!
Alegre, elogiou as "causas" do Dom Pio, defensor dos "grandes temas da cidadania moderna e de um renovado conceito de patriotismo". E declarou: "Eu, que sou republicano, partilho muitos dos valores defendidos por D. Duarte." Porque é necessário "erguer Portugal acima dos interesses financeiros obscuros, contra o conformismo e o poder do dinheiro."
"Muito bem", "Bravo", "Apoiado" bradaram de imediato várias vozes.
A notícia não refere se o princípe das beiras, ou a infanta de Portugal ou o 4.º duque do Porto estiveram no lançamento!
Já agora que valores comunga Alegre com o real?
O dos tiros aos patos?
Patético!!!!
Entrou definitivamente em moda, os «adesivos» escreverem livros!!!
Será porque vem aí o Natal?
........
Eh! pá não sei o que oferecer à vizinha do 2.º direito, que me acorda todos os domingos com a missa da TVI!!!
Já sei! Dou-lhe o livro do Pio ou o do Flopes.
Toma e embrulha!!!

quarta-feira, novembro 22, 2006

Que Cuidados de Saúde para o Distrito da Guarda?

A sub-região de Saúde da Guarda já traçou a régua e esquadro o mapa das unidades de gestão de saúde.
Assim, dos 14 centros existentes só 3 (três) ficarão a funcionar.
Atente-se, no mapa do distrito e veja-se, o que vai acontecer com a reorganização dos serviços de cuidados primários preconizada pelo Ministério da Saúde e, proposta à tutela pela coordenadora da Sub- região de Saúde da Guarda.


A coordendora, olhou para o mapa, pegou numa régua, esquadro, máquina de calcular e determinou:

Guarda Norte:

Vila Nova de Foz Côa ( onde vai ficar sediada a unidade, mas que ainda não está construída(?)); Mêda; Trancoso; Pinhel; Figueira de Castelo Rodrigo e Aguiar da Beira.

Caracterização:

Mêda: 6 239 habitantes; Índice de envelhecimento: 241%

Figueira de Castelo Rodrigo: 7 158 habitantes; Índice de envelhecimento: 244%

Pinhel: 10 954 habitantes; Índice de envelhecimento: 217%

Trancoso: 10 889 habitantes; Índice de envelhecimento: 191%

Aguiar da Beira: 6 247 habitantes; Índice de envelhecimento: 163%

Vila Nova de Foz Côa: 7980 habitantes; Índice envelhecimento: 233%.

Ou seja, a denominada Guarda Norte vai ter 49 467 habitantes; a distância, por exemplo, entre Aguiar da Beira e Vila Nova de Foz Côa é de 62 km e a viagem em ambulância demora 1h;

Guarda Oeste:

Seia(sede da unidade); Gouveia e Fornos de Algodres.

Caracterização:

Seia: 28 144 habitantes; Índice de envelhecimento: 151%.

Gouveia: 16 122 habitantes; Índice de envelhecimento: 219%

Fornos de Algodres: 5 629 habitantes; Índice de envelhecimento: 184%.

A Guarda Oeste vai ter 49 825 habitantes; a distância entre Fornos de Algodres e Seia é de 36km demorando cerca 45 min. a realizar a viagem.

Guarda

Guarda(sede do centro de saúde); Manteigas; Sabugal; Almeida e Celorico da Beira.

Caracterização:

Guarda: 43 822 habitantes; Índice de envelhecimento: 120%;

Manteigas: 4 094 habitantes; Índice de envelhecimento: 143%;

Sabugal: 14 871 habitantes; Índice de envelhecimento: 378%;

Almeida: 8 423 habitantes; Índice de envelhecimento: 271%;

Celorico da Beira: 8 875 habitantes; Índice de envelhecimento: 197%;

A Guarda ficará com 80 085 habitantes; a distância entre Pinhel e a Guarda é de 46km, demorando cerca de 45min a realizar a viagem.

As distâncias foram consideradas, apenas entre as sedes de concelho, casos há em que a distância é bem maior.

Ou seja, um habitante do distrito para poder ter acesso a um serviço de urgência pode demorar entre 1h e 45min. Demasiado tempo para quem tem a vida em perigo!!!!

Cumulativamente com as 3 unidades de urgência vão ser criadas(?) unidades de cuidados continuados. Ou seja, um doente que fique numa unidade de cuidados continuados não terá a sempre necessária proximidade da família e amigos.

Morrer longe......e só!!!! é o lema da campanha.

Futurismo à Guarda


A Câmara Municipal da Guarda, abriu um concurso de ideias para requalificação do espaço exterior das Piscinas Municipais.
Até aqui tudo dentro da normalidade, até achamos a ideia interessante.
Só que, a autarquia «esqueceu-se» de condicionar os projectos à realidade. Isto é, às reais capacidades financeiras da câmara e à lei. Ou seja fez futurismo.
Surgiram projectos, que variam de um a quatro milhões de euros, violando o disposto no Decreto-Lei nº 197/99 de 8 de Junho!!!!!! e não tendo em conta as realidades financeiras da autarquia.
Segundo o edil do desporto, «O concurso de ideias foi lançado sem preço-base para não cortar as "asas" da criatividade».
Ou seja a câmara fez futurismo e esbanjou, mais uma vez, dinheiro público!!!!
Gastou-se dinheiro no concurso, na publicitação e.....nos prémios!
Sim, porque houve prémios para os projectos «futuristas»!!!
Como nenhuma das propostas reúne as condições necessárias para a adjudicação, «vai ser lançado um novo concurso público onde todos poderão voltar a concorrer, mas com projectos mais ajustados à realidade financeira da autarquia», argumenta o edil do Desporto.
Mais e mais custos......
Tudo isto é triste. Agora é que o edil se lembrou que os projectos devem ser ajustados à realidade financeira da câmara.
Depois desta iniciativa futurista, o processo volta agora à estaca zero, já que vai ser aberto um concurso público nos próximos meses, desconhecendo-se ainda o seu preço-base.
Ou seja, os concorrentes interessados vão poder adaptar os seus projectos à realidade financeira da autarquia!!!!!
Pergunta-se, então para que serviu o concurso inicial?
ESBANJAMENTO!!!!!
A Câmara não tem mais nada que fazer do que «brincar» ao faz-de-conta?
Se o objectivo é mesmo este, então dou uma sugestão. Abram um concurso sobre «A Guarda no século XXI».
Espaços verdes, ruas transitáveis, passeios que permitam a circulação segura de peões, nomeadamente, cidadãos com dificuldades de mobilidade, habitações condignas, ajustadas ao clima, zonas de lazer, jardins e parques cuidados, centro histórico respeitado e digno de um passado com mais de 800 anos de história.
É muito difícil?
Pelo que se vê parece que sim!!!!
Por fim, o edil do desporto, anunciou um prejuízo de oito mil euros na gestão das piscinas municipais durante o primeiro semestre deste ano.
Mais uma empresa municipal a dar prejuízo.
Diz o edil do desporto que entre Setembro de 2005 e Agosto de 2006, o complexo das piscinas, recebeu 160 mil utilizadores.
Muito utilizador.
Sendo assim, era interessante saber quantos foram os «utilizadores/pagadores», quer nas piscinas quer nos campos de ténis, e quantas crianças das escolas frequentaram as piscinas.
Por fim, concordamos senhor vereador quando diz que «Não defendemos que haja comparticipações à exploração de qualquer empresa municipal, mas sim às suas actividades». Mas, interessa saber se existe avaliação séria às actividades, para serem comparticipadas.
Chega de futurismo!!!!

terça-feira, novembro 21, 2006

Arredondar .....ou ROUBAR


Luís Afonso, Bartoon, Público

Mais e mais do mesmo


A cidade do Sabugal vai ficar sem o serviço de urgências do centro de saúde.
Os doentes terão que se deslocar ao Hospital Sousa Martins, na Guarda.
A Guarda fica a 3okm do Sabugal, demorando uma ambulância mais de meia hora a fazer o trajecto, utilizando uma estrada das mais perigosas do distrito da Guarda.
A piorar a situação, a cidade do Sabugal não dispõe de uma viatura de emergência médica.
O encerramento do serviço de urgências, no Sabugal, vai pôr em risco 14 mil 871 habitantes.
Se nos recordarmos que o concelho se caracteriza por uma população muito envelhecida, quase na sua totalidade constituída por reformados.
Se nos recordarmos que o concelho do Sabugal foi o que mais sofreu com a sangria da emigração dos anos 60 e 70.
Se nos recordarmos que é um concelho fortemente penalizado pela grave crise financeira da câmara, fruto de uma gestão danosa.
Se nos recordarmos que o PIDAC foi fortemente penalizador para as populações do concelho, colocando o Sabugal em último lugar no montante das verbas a distribuir pelos concelhos do distrito da Guarda.
Só faltava mesmo encerrar as urgências na cidade do Sabugal.
Mais um concelho à beira da completa desertificação.

"No Reino do Pacheco"


"No Reino do Pacheco"

Às duas por três nascemos,
às duas por três morremos.
E a vida? Não a vivemos.

Quero viver (deixai-nos rir!)
seria muito exigir...
Vida mental? Com certeza!
Vida por de trás da testas
será tudo o que nos resta?
Uma ideia é uma ideia
- e até parece nossa! -
mas quem viu uma andorinha
a puxar uma carroça?

Se à ideia não se der
O braço que ela pedir,
a ideia, por melhor
que ela seja ou queira ser,
não será mais que bolor,
pão abstracto ou mulher
sem amor!

Às duas por três nascemos,
às duas por três morremos.
E a vida? Não a vivemos.

Neste reino de Pacheco
- do que era todo testa,
do que já nada dizia,
e só sorria, sorria,
do que nunca disse nada
a não ser prà galeria,
que também não o ouvia,
do que, por detrás da teste,
tinha a testa luzidia,
neste reino de Pacheco,
ó meus senhores que nos resta
senão ir aos maus costumes,
às redundâncias, bem-pensâncias,
com alfinetes e lumes,
fazer rebentar a besta,
pô-las de pernas pró ar?

Por isso, aqui, acolá
tudo pode acontecer,
que as ideias saem fora
da testa de cada qual
para que a vida não seja
só mentira, só mental...

Alexandre O'Neil
Sabe bem ler a poesia do O'Neil.....deve ser do tempo.

segunda-feira, novembro 20, 2006

Morcão Fashion

Chumbada


Ministério Administração Interna ordena abertura de inquérito à DGV.
O ministro da Administração Interna ordenou na sexta-feira a abertura de um inquérito à Direcção-Geral de Viação por alegadas anomalias no sistema de multas e nos acessos aos registos dos condutores, revelou à Lusa fonte oficial.
Fonte do Ministério explicou que a abertura de um inquérito por parte da Inspecção-geral da Administração Interna [IGAI] é justificada por alegadamente existirem “situações anómalas” relacionadas com “a gestão do SIGA (sistema integrado de gestão de autuações) e com a forma como se desenvolvem os acessos e são processados os dados no registo individual dos condutores (RIC)”.
A 7 de Outubro, alguma comunicação social noticiava que a Polícia Judiciária estava a investigar alterações detectadas em dados inseridos no registo individual de condutores.
De acordo com a imprensa, “um milhão de dados do Registo Individual de Condutores, de um total de nove milhões, foi falsificado e alterado entre 1994 e 2004, com o objectivo de ‘limpar’ cadastros e eliminar infracções que neles constavam”.
Segundo fonte do Ministério da Administração Interna, a abertura do inquérito surge na sequência destas notícias e de “outras informações” que chegaram à tutela.
Só faltava mesmo atribuir a culpa aos computadores.
A informação processada resulta dos dados introduzidos. Se estes são errados a culpa não é do computador mas de quem processou os dados.
Haverá conclusão do inquérito? Serão apurados os responsáveis?
Já agora senhor ministro, como estamos numa de publicitar listas, mande publicar os nomes dos cidadãos que ficaram com o registo limpo com as trapalhadas da DGV.
Tem coragem para o fazer?
Era muito interessante conhecê-la!!!

domingo, novembro 19, 2006

Expressão


Li no cinco dias uma expressão interessante, regime sovaquista (Sócrates + Cavaco).
Decompondo a palavra: sova + quista:
sova vem de sovar, s. f., acto ou efeito de sovar; tareia; tunda.
quista, s. m., estrutura de forma ovóide, constituída por um saco sem orifício de abertura, contendo no seu interior um fluido, e que pode aparecer em cavidades, tecidos e órgãos do corpo humano.
Mistura explosiva!!!!

A cor do dinheiro


Segundo o semanário Sol, o primeiro-ministro Sócrates «chamou» terça-feira a São Bento o Procurador-geral da República (PGR), por estar «preocupado com a imagem negativa da banca» no âmbito do processo Operação Furacão.
De acordo com o jornal, no almoço estiveram presentes o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, e o ministro da Justiça, Alberto Costa.
Num comunicado o PGR esclarece tudo.
Afinal o PGR « foi recebido pelo primeiro-ministro, ministro das Finanças e ministro da Justiça com vista à análise de meios necessários e indispensáveis a um combate eficaz à criminalidade económica».
«Foi e é a preocupação do PGR a obtenção de um reforço de meios que torne possível conseguir resultados em tempo útil», diz a nota.
Segundo a Procuradoria-geral da República, «reuniões semelhantes têm ocorrido entre membros de anteriores governos e anteriores PGR com idênticos fins».
Alguns considerandos à notícia.
Primeiro, não gosto deste Sol, prefiro o que todos os dias nasce e quando nasce ainda é para todos.
Depois a notícia é confusa.
O primeiro-ministro «chamou» por causa de uma «chamada» ou a «chamada» é que «chamou»? Esclareçam.
Depois a questão do almoço.
Bem aqui, quer o PGR quer o semanário estão de acordo, houve almoço.
Almoço, jantar ou até um encontro na «tasca» a comerem pasteis de bacalhau, pouco importa.
Mas houve almoço.
Depois o comunicado do PGR é ainda pior que a notícia.
Se o PGR se dá ao trabalho de responder a uma notícia ainda por cima do Sol, então a coisa é grave, muito grave. Sim, porque ninguém vai andar a emitir comunicados só pelo facto de uns quantos senhores terem resolvido almoçar. Nada disso!
Lendo o comunicado do PGR é notório que quem recebeu foi o primeiro-ministro, ou seja o PGR foi recebido. E os ministros receberam ou foram recebidos? E por quem?
Esclarecido quem convidou quem.
O PGR diz que o almoço com o primeiro-ministro e os ministros, foi «com vista à análise de meios necessários e indispensáveis a um combate eficaz à criminalidade económica».
Pois, o Marquês de Pombal quando queria pedir dinheiro aos franceses convidava-os para umas patuscadas, dizia o marquês que deste modo conseguia sempre o que queria.
Ele, marquês, sabia-a toda!
Pelos vistos «foi e é a preocupação do PGR a obtenção de um reforço de meios que torne possível conseguir resultados em tempo útil».
Claro que foi. Veja-se o caso do envelope 9.
Mas, o mais preocupante ficou para o fim, é que diz o PGR que, «reuniões semelhantes têm ocorrido entre membros de anteriores governos e anteriores PGR com idênticos fins».
Cá está a cereja no cimo do bolo.
Justificar o almoço com outros almoços, não parece argumento válido.
E, se os fins foram noutros almoços os mesmos deste então não havia necessidade de almoçar com os ministros.
Sócrates e Teixeira dos Santos não iriam gastar dinheiro num almoço só para ouvir o PGR a pedir mais verbas.
O resultado dos almoços anteriores foi nulo. Nunca houve os meios necessários e indispensáveis a um combate eficaz à criminalidade económica, nem se obteve um reforço de meios que tornasse possível conseguir resultados em tempo útil, conclui-se.
Assim sendo, qual a razão do almoço?
Pois é!!!! Tudo explicado.
Dúvidas? Só de saber de que constou a ementa!!!!
Teria havido azia para alguém?
Isto anda tudo ligado.....é a cor do dinheiro, bem de ver.

TLEBS


TLEBS: Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário

A nomenclatura que altera o modo de classificar os termos da língua

CÃO
Agora – Substantivo masculino singular
TLEBS – Nome comum, contável, animado e não humano

ALGUM
Agora – Pronome indefinido
TLEBS – Quantificador indefinido

POSSIVELMENTE
Agora – Advérbio de modo
TLEBS – Advérbio disjunto modal

in Expresso

Ou seja, «um advérbio disjunto modal vai pedir a um quantificador indefinido um nome comum, contável, animado e não humano» - Possivelmente algum cão.

sábado, novembro 18, 2006

Hospital Sousa Martins, que futuro?


No dia 10 de Novembro o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, reuniu com as três administrações hospitalares da região, Guarda, Covilhã e Castelo Branco.
A reunião era aguardada com alguma expectativa, pois sabia-se que iam ser «gizadas» a régua, esquadro e compasso, as várias valências que cada unidade ia ter em função do Centro Hospitalar da Beira Interior.
No final, o senhor presidente não quis dizer quais as conclusões da reunião.
Vá lá saber-se o porquê de tanto secretismo.
Se as decisões já estão tomadas então que as publicitem. Ou são tão gravosas para as populações que não interessa agora divulgá-las? Lá mais para o Natal ou no Ano Novo....como prenda bem embrulhada em fita de mata-moscas com o cartão do senhor presidente do conselho.
Já se sabe que os responsáveis «selaram um acordo» sobre a distribuição das especialidades de referência na Guarda, Covilhã e Castelo Branco.
Que acordo?
As populações não têm direito a saber?
Pois não......
É assim que estes senhores trabalham, dentro do maior secretismo e.....sem ouvir os interessados.
Já não falamos das populações porque estas apenas interessam em número....quantos partos, quantas consultas, quantas operações, quantas........quantos....... óbitos.........só mesmo números.
Diz o senhor presidente que «....Com esta solução, as populações ganham em acessibilidade...».
Mas que solução?
Ganhamos em acessibilidade? Estará o senhor director a falar de que acessibilidade?
Da A23 ? Será?
Sem nunca referir o «trabalho» realizado pelos decisores da saúde eis que o senhor director remata com «....as instituições também(ganham), porque as especialidades que existem actualmente vão continuar a ser prestadas em regime de ambulatório ou internamento....»
Tudo claro, pois então!
E os profissionais da saúde foram ouvidos?
É que este modelo vai implicar maior mobilidade dos médicos entre os hospitais que vão ser referência para as principais especialidades.
«O Centro Hospitalar é uma entidade única e a mobilidade vai reger-se de acordo com a lei vigente», disse o senhor director.
Afinal os médicos não têm só razões de queixa das anteriores administrações hospitalares, o comportamento agora é idêntico.
Quero, posso e......mando. Mando calar e nem dar voz a quem quer ser ouvido.
E quanto a obras?
Tudo adiado. Não vai haver obras no Hospital Sousa Martins.
Maternidade?
Bem, sobre a maternidade NADA!
Nenhuma das três maternidades da Beira Interior vai fechar em 2007, porque o futuro Centro Hospitalar da Beira Interior (CHBI) ainda não estará constituído no próximo ano.
Depois do alvoroço dos últimos anos, o assunto dos blocos de partos está em "banho-maria" e à espera que o primeiro Conselho de Administração do Centro Hospitalar da Beira Interior, unidade que vai juntar os hospitais da Guarda, Covilhã e Castelo Branco, entre em funções e decida.
Decida!
Lá para 2008 haverá parto, natural, a ferros ou cesariana, logo se vê.

Carta daqui


Amig@s
Pedem-me notícias destas paragens.
Mas à memória veio-me esta passagem de «Os Novos Contos da Montanha» de Miguel Torga:
«Escrevo-te da Montanha, do sítio onde medram as raízes deste livro. Vim ver a sepultura do Alma Grande e percorrer a via sacra da Mariana. Encontrei tudo como deixei o ano passado, quando da primeira edição destas aventuras. Apenas vi mais fome, ignorância e mais desespero.
Corre por estes montes um vento desolador de miséria que não deixa florir as urzes nem pastar os rebanhos.
O social juntou-se ao natural, e a lei anda de mãos dadas com o suão a acabar de secar os olhos e as fontes.
Crestados e encarquilhados, os rostos dos velhos parecem pergaminhos milenários, onde uma pena cruel traçou fundas e trágicas legendas.
Na cara lisa dos novos pouca mais esperança há.
Ora eu escritor, como sabes. Poeta, prosador, é na letra redonda que têm descanso as minhas angústias.
Mas nem tudo se imprime.
Ao lado do soneto ou do romance que a máquina estampa, fica na alma do artista a sua condição de homem gregário. E foi por isso que fiz aqui uma promessa que te transmito: que estava certo que tu, habitante dos nateiros da planície, terias em breve compreensão e amor pela sorte áspera destes teus irmãos.
Que um dia virias ao encontro da aridez e da tristeza contidas nas suas fragas, não como leitor do pitoresco ou do estranho, mas como sensível criatura tocada pela magia da arte e chamada pelos imperativos da vida.
Prometi isso porque me senti humilhado com tanto surro e com tanta lazeira, e envergonhado de representar o ingrato papel de cronista de um mundo que nem me pode ler.
Tomei o compromisso em teu nome, o que quer dizer em nome da própria consciência colectiva.
Na tua ideia, o que escrevo, como por exemplo estas histórias, é para te regalar e, se possível for, comover.
Mas quero que saibas que ousei partir desse regalo e dessa comoção para te responsabilizar na salvação da casa que, por arder, te deslumbra os sentidos.»

Amig@s o texto transcrito traduz o sentimento, a revolta, a indignação, a dor e o apelo de todos aqueles que por estas paragens, ainda acreditam que tudo tem de mudar.

sexta-feira, novembro 17, 2006

Vergonhoso


Que o poder do betão domina, a seu belo prazer, a câmara já sabiamos.
Agora, que um consórcio - Abrantina/António Rodrigues Leão venha ameaçar a população da Guarda com o encerramento do trânsito na Praça Velha é o descalabro total.
Vergonhoso.
O consórcio saberá que a Praça Velha é pública?
O consórcio saberá que a Praça Velha pertence a um Património com mais de 800 anos de história?
O consórcio saberá que a Praça Velha pertence a todos e não de uns que se acham donos de tudo, inclusive do Património Nacional, da memória e da História de um País?
Que a câmara se curve perante tais senhores, é lá com os vendilhões do Templo.
Que a câmara não pague as obras é assunto que aos contratantes e contratados diz respeito.
Que a população não se vai calar, disso podem ficar cientes.
Já não basta que a câmara autorize ao empreiteiro Leão a construção de uma vivenda em pleno Centro Histórico, só faltava mesmo a ameaça! A intimidação!!!
Não quererá também o consórcio colocar portagens à entrada da Praça Velha? Sempre ajudava a pagar a dívida. Esta e outras......
O poder do senhor feudal voltou?
Estamos no século XXI as consciências cívicas e de polis são outras, nem tão pouco a Guarda é a África dos anos 60, onde o poder do capataz era o chicote.

Já basta


Todas as semanas a mesma notícia: «PLIE sem verbas do Interreg».
A notícia deve ser «construída» com a ajuda do «simplex»!!!
Copy and Paste!
De uma vez por todas, senhor presidente, seja claro e explique porque razão as verbas nunca mais chegam e, acaba-se de uma vez por todas com a repetição da notícia.
Escamotear os graves problemas da Guarda com repetições do mesmo não é uma atitude nada conspícua.
Já cansa.
Estamos fartos de ouvir falar sempre no mesmo.
Afinal, senhor presidente, para que serve o amigo Sócrates que veio expressamente à Guarda dar o apoio ao candidato do PS, nas eleições autárquicas, e fez tantas e tantas promessas para o concelho e para o distrito, e de promessas não passaram.
Mentiu, já sabemos.
Fartos de saber.
E o senhor presidente da Assembleia Municipal, assessor político de Sócrates, onde está a magistratura de influências de que tanto falou na campanha eleitoral.
Pois é, temos um presidente que se diz amigo do primeiro-ministro.
Um primeiro-ministro que diz ser amigo do presidente da câmara.
Um presidente da Assembleia Municipal que é assessor político do primeiro-ministro.
Um PS que tem maioria absoluta na câmara e na Assembleia da República.
Quatro deputados na Assembleia da República!!!!
E a Guarda o que ganha com tudo isso?
NADA.
Tudo perde, serviços, investimento público, cuidados de saúde, justiça........
TUDO.
Amigos assim quem os quer?

Privilegiados?

Vão acabar os descontos na assinatura de telefone para idosos e deficientes.
A medida está inscrita no Orçamento para 2007.
Há 20 anos que os idosos e pessoas portadoras de deficiência, com rendimentos inferiores ao salário mínimo nacional, pagavam 50% de assinatura do telefone.
Agora, acabou-se!!
Um idoso ou uma pessoa portadora de deficiência ter telefone é, para o governo, um LUXO!!!
Solidariedade social, SABEM O QUE É?
E 15 000 € de reforma? Essa já sabem não é????
Pois é, ACREDITAMOS NAS REFORMAS DO GOVERNO, CLARO!!!

Finanças penhoram 46 mil carros por dívidas


Segundo notícia do DN a penhora de automóveis a contribuintes com dívidas fiscais é a mais recente operação massiva de combate à evasão fiscal levada a cabo pela Direcção-Geral dos Impostos (DGCI).
Neste momento estão concluídas penhoras relativamente a 6609 veículos, segundo um comunicado divulgado pelo Ministério das Finanças.
As Finanças fazem questão de destacar que uma parte considerável das penhoras incidiu sobre veículos de gama alta, a saber:

531 Mercedes,
309 Volvo,
165 BMW,
84 Audi,
9 Porsche e
7 Jaguar.
Mas a nova política de cobrança coerciva é para prosseguir: as Finanças já iniciaram diligências para avançar nas próximas semanas com a penhora de mais 40 mil veículos, naquela que deverá ser a maior operação do género desencadeada pela administração fiscal.
Resta saber se a «gama alta» vai continuar a ser o carro mais penhorado.
E já agora, o senhor ministro podia esclarecer uma dúvida. As penhoras abrangem maioritariamente empresas ou individuais?
Era interessante saber.
Responda senhor ministro, muita coisa podia ser esclarecida.
Não acha???

Colóquio

O Instituto de Psicanálise do Porto vai levar a efeito nos dias 17 e 18 de Novembro, um colóquio sobre O Homem e a(s) Mentira(s).
O colóquio realiza-se na Fundação Eng. António de Almeida.
Alguns dos intervenientes podem animar o colóquio.
  1. Dia 18 Novembro, pelas 9h, MENTIRA, HISTÓRIA E MEMÓRIA, Fernando Catroga (História, Universidade de Coimbra).
Dia 18 de Novembro, 10h 45min., Excursus: A MENTIRA EM CIÊNCIA, Sebastião Formozinho (Química, Universidade de Coimbra).
  1. Dia 18 de Novembro, 14h 30 min., Mesa Redonda: OS MÉDIA E A MENTIRA, Fernanda Câncio (Jornalista, DN) Fernando Alves (Jornalista, TSF) José Manuel Pureza (Relações Internacionais, Universidade de Coimbra).
Seguramente a não perder.

Pinóquio


Tribunal de Contas acusa Governo de «desorçamentação»
A acusação consta de uma auditoria do Tribunal de Contas aos pagamentos efectuados pela Direcção Geral do Tesouro.
Segundo o relatório, esta direcção geral dependente do Ministério das Finanças pagou no ano passado 375 milhões de euros de passivos e regularização de situações do passado através da dívida pública.
Deste dinheiro, 163 milhões dizem respeito à bonificação de juros para compra de casa.
Segundo a Direcção Geral do Tesouro estes pagamentos foram feitos à margem do Orçamento de Estado por se tratarem de encargos anteriores a 2005.
Diz o Tribunal de Contas que o pagamento desses encargos através do mecanismo de regularização de situações do passado significa a sua completa desorçamentação e acrescenta que se considera «inaceitável o recurso a esse mecanismo, ao arrepio de todos os princípios e regras orçamentais».
Como estes pagamentos ficaram fora do Orçamento, esta despesa não entrou para a contabilidade do défice público de 2005.

O Tribunal de Contas diz que a própria lei do Orçamento de 2006 continua a permitir a utilização deste mecanismo de desorçamentação.

«Gepeto decide logo pelo nome: "Quero chamá-lo Pinóquio. Este nome vai dar-lhe sorte.
Conheci uma família inteira de Pinóquios:
- era Pinóquio pai, Pinóquia, a mãe, Pinóquios, os filhos (...) »

A Frase da Semana


Santana Lopes disse que aceitou assumir o cargo de primeiro-ministro sem ir a votos porque, se houvesse eleições antecipadas, Durão Barroso recusaria o cargo de presidente da Comissão Europeia.
Santana no seu melhor. Ainda consegue fazer rir.

Pois é!!! Mas não foi e o «outro» deu às solas para o «El Dorado» de Bruxelas.

Quem ganhou foi o Patinhas......

Coisas de moeda.....cara ou coroa?

quinta-feira, novembro 16, 2006

Cavaco diz que acredita nas reformas do Governo

Que se cuide Marques Mendes, ou então vai ter de aprender a comer bolo-rei.

Que os deputados do PS votem a lei de finanças locais, mesmo que seja contrária aos interesses das populações...........mesmo que andem por aí a vociferar só para enganar os incautos ...... é a LEI DO CHEFE!
Agora que o CDS vote com o PS...............hehehehe
Será outro queijo Limiano?
Esperar para ver!!!!

Ditadura do Capital

O Parlamento Europeu aprovou a chamada directiva Bolkestein que permite trabalhadores imigrantes ganharem o salário do país de origem, em vez da remuneração que ganham todos os trabalhadores nacionais do país de destino.
Significa que um trabalhador português pode ser obrigado a trabalhar na Alemanha por um salário quatro vezes menor ao de um trabalhador alemão.
O parlamento Europeu confirmou hoje o acordo de "bloco central" que havia sido feito, há um ano, pelos socialistas e direita, na chamada directiva Bolkestein.
A esquerda e os verdes propuseram ainda um conjunto de alterações pontuais que iam no sentido de proteger os direitos do Trabalho.
As alterações foram rejeitadas pelos signatários do compromisso.
Mas o grupo socialista partiu-se.
Grande parte dos eurodeputados franceses, italianos e gregos do grupo da rosa votaram essas emendas com a ala esquerda do Parlamento Europeu.
O mesmo não aconteceu com os eurodeputados socialistas portugueses, todos muito obedientes... .
Aqui como lá os mesmos de sempre.
A ideia de subordinar à legislação comunitária todas as disposições dos Estados Membros nesta matéria, embora se aplique a todos, tem um alvo preferencial: as práticas laborais dos países nórdicos, onde as taxas de sindicalização são muito elevadas e o forte poder negocial dos sindicatos tem construído um conjunto de relações laborais que produz uma redistribuição de rendimentos mais equitativa do que noutros países menos desenvolvidos, que passarão agora, na prática, a ser o novo padrão de referência europeu.
É demasiado incómodo para a propaganda neoliberal que os países onde o leque salarial é mais pequeno, onde a riqueza está menos concentrada, e onde os serviços públicos e a protecção social pesam mais nas contas públicas, sejam precisamente os países mais ricos e desenvolvidos do mundo, segundo todos os índices publicados.
A desregulamentação, os cortes nas despesas sociais e nos investimentos e serviços do Estado, as baixas taxas de sindicalização, a concentração da riqueza, a diferenciação exagerada de rendimentos, e o aumento da precariedade laboral e social devem ser encarados como factores de empobrecimento geral da população e obstáculos ao desenvolvimento. Não são as condições indispensáveis para o progresso económico e a modernização, são, isso sim, as marcas do subdesenvolvimento.
Marcas demasiado fortes no nosso país.

Estalou o verniz

O presidente da Câmara de Lisboa, Carmona Rodrigues (PSD), retirou, esta quarta-feira, os pelouros à vereadora do CDS/PP Maria José Nogueira Pinto, com quem mantinha uma coligação pós-eleitoral, alegando «violação de lealdade e confiança».
Em comunicado enviado à agência Lusa, Carmona Rodrigues afirma que Maria José Nogueira Pinto «violou hoje um dever de lealdade e de confiança elementar na relação entre pessoas que estão unidas por um acordo político».
«Em consequência, decidi retirar à doutora Maria José Nogueira Pinto todos os pelouros que lhe estavam atribuídos», adianta.
Nogueira Pinto remeteu para mais tarde declarações, disse à Lusa o chefe de gabinete da vereadora.
Começou um novo folhetim «Estalou o verniz», produção PSD/CDS, com guião de Santana Lopes.
Aguardam-se os novos episódios.
Será que Zezinha vai contar tudo ao Mané?
E o Mané que vai fazer?
E o Tó que não perdoa traições.
Vamos ter um episódio de «faca e alguidar»?
A não perder numa tasca bem perto de si!